quinta-feira, 24 de maio de 2012

A TRISTE DECISÃO DO PECADOR (11)




"Assim diz o Senhor: Ponde-vos à margem no caminho e vede, perguntai pelas veredas antigas: qual é o bom caminho; andai por ele e achareis descanso para as vossas almas; mas eles dizem: não andaremos." Jeremias 6:16.
A BENÇÃO DAS ANTIGAS VEREDAS: (continuação)
            Amigo leitor, na meditação de hoje procurarei com a graça de Deus mostrar as preciosidades que a alma encontra no bom caminho. O texto claramente mostra essa riqueza eternal dada pela Graça à alma: “... e achareis descanso para as vossas almas...”. Obviamente, não é isso o que o mundo oferece, pois todo seu sistema é erigido tendo em vista atrair a atenção da carne, dos olhos e da soberba (1João 2:16). Resta que agora passemos a examinar melhor a importância do descanso para a alma, conforme a promessa da misericórdia dirigida aos pecadores. Dirijo-me aos que têm seus ouvidos apurados para ouvir a verdade; aos que já deram as costas às enganosas propostas mundanas; aos que têm os olhos da alma abertos para vislumbrar preciosidades eternais reservadas para os que amam ao Senhor (1Coríntios 2:9).
         Meu amigo, o que sua alma precisa além de descanso? É loucura dizer: “... alma, tens em depósito muitos bens, para muitos anos; descansa, come, bebe, regala-te.” (Lucas 12:19). Quem disse que a alma busca os paliativos exigidos pelo corpo? Nosso viver terreno é visto cada dia. Cada dia é um dia; o amanhã será outro dia. Nosso corpo, extremamente frágil não suporta mais do que a pressão exigida no labor de um dia apenas, e a prova disso é que à noite o corpo vai reclamar, exigindo descanso. Eis aí a prova da escravidão diária do pobre pecador: “O escravo não fica para sempre na casa...” (João 8:35). Não é uma triste realidade? Todo prazer que tanto a carne busca é desfrutado naquele dia, e pronto, acabou! Tudo finda ali. No outro dia a carne reivindicará a mesma coisa. E não fique a pensar que o pobre homem tem qualquer domínio sobre isso, porquanto: “Um dia faz declaração a outro dia...” (Salmo 19:2). A glória de Deus e Sua sabedoria divina são vistas na própria criação.
            Meu amigo, o homem no pecado não percebe que toda sua agitação é dentro de si, por quê? A resposta vem imediatamente: “Eis o soberbo, sua alma não é reta nele...” (Habacuque 2:4). Eis aí em que triste condição a alma vive no pecado? Todo problema está dentro do homem e não fora dele. Enquanto descansa fisicamente, a alma está em agonia; enquanto seu corpo abatido está descansando e preparando para um novo dia de labutar, sua alma não dorme, ela se estremece ante qualquer manifestação de juízo; sente a ausência de segurança íntima; sente a tortuosidade causada pelo pecado; é erguida pela soberba do pecado. Sua alma está sozinha lá dentro, desamparada: “Para o ímpio, diz o meu Deus, não há paz” (Isaias 57:21). Por fora, o orgulho prevalece em achar que tudo vai bem, que o homem há de prevalecer, e que o amanhã será melhor do que hoje. Mas quanto engano! O homem treme ante os inimigos da alma.
         Diante de todos esses fatos, por que, então, persistir no caminho que em nada lhe fornece descanso e paz? Por que não tomar o caminho certo da sabedoria e do bom senso? A Palavra de Deus é acima de tudo, a revelação misericordiosa do Altíssimo em favor dos pobres pecadores. Creio que ao apresentar as verdades concernentes ao perigoso caminho largo, o pecador poderá ver o quanto urge sua conversão a Cristo, o Salvador e Senhor. Achegue perto do caminho e pergunte aos que trilham pelas santas veredas, o que foi que eles acharam? Ouça a resposta dos verdadeiros crentes! Ouça o novo cântico que emana de seus lábios! Veja como deliberadamente deram as costas para as vantagens deste mundo passageiro! O que fazer diante de tanto triunfo advindo da graça? “Arrependei-vos e convertei-vos, para que sejam cancelados os vossos pecados”.
         Até aqui tenho procurado mostrar aos leitores a triste e enganosa condição na qual vivem homens e mulheres no perigoso caminho cujo fim é a perdição eterna. Diante de toda essa verdade revelada fica claro que a misericórdia do Senhor reveste esse verso de Jeremias 6:16. Ao procurar destacar a perigosíssima condição do pecador em seus pecados, tenho em mira realçar o coração compassivo do Senhor. Alguém só vê a importância de buscar um médico quando agrava seu estado de saúde. A importância de um copo de água surge quando a sede é intensa.
         O Deus da Bíblia expõe tal verdade de várias maneiras em Sua Palavra. Por exemplo, é dito em Salmo 46:1 que Ele é “... socorro bem presente na angústia”. Percebe-se que o coração é despertado para o socorro de Deus, quando se vê aflito na alma, à procura de descanso. Um antigo hino diz: “É na tormenta que se pensa no amigo”. Estou certo que uma alma que anda tranqüila sob a brisa da prosperidade mundana, repudiará o descanso para a sua alma, descanso achado no bom caminho.
        Mas,          quando a livre misericórdia de Deus está em pleno exercício, quão maravilhosa é para a alma! Oxalá Deus desperte corações que dormem no pecado! Quando os olhos espirituais são abertos, o bom caminho passa a ser visto como a preciosidade, a relíquia, a riqueza desejada. Assim o mundo com toda sua atraente fortuna e entretenimento é imediatamente desprezado. Deus abriu os olhos de Rute de tal maneira que ela pode perceber que o Deus da sua sogra Noemi era, de fato, o Deus verdadeiro. Ah! Ela não pensou duas vezes. Sua decisão estava marcada num coração simples e confesso. Ela olhou para seu país, seu povo, seus costumes, sua parentela, sua religião e simplesmente colocou tudo no “pacote” do desprezo. Sua confissão apareceu no momento certo e decisivo. É provado quando expôs para sua sogra a firme resolução de acompanhá-la, mesmo na pobreza e mirando um horizonte aparentemente incerto e inseguro para duas mulheres sozinhas e desamparadas, porquanto eram viúvas. Rute fixou seus olhos no Deus de Noemi e disse à sua velha sogra: “... o teu Deus é o meu Deus...” (Rute 1:16) , e isso era tudo para aquela jovem. Ao por seus pés no caminho da paz, eis que o amor de Deus já tinha enchido seu coração da viva fé e da firme esperança que nem mesmo a morte pode anular: “... onde quer que morreres, morrerei eu..” (Rute 1:17). Eis aí um exemplo de uma alma que achou descanso eterno. Para Rute nenhum tesouro terrestre teria qualquer valor, e todo sucesso obtido foi fruto da fé que honrou a Deus, por isso aprouve a Ele honrar tal fé.
         Mas, para a alma que ainda não pode compreender as riquezas eternais encontradas no bom caminho, resta que eu passe a mostrar que os tesouros eternos são infinitamente melhores do que todas essas ocas e vãs promessas mundanas. Porventura, pode um peregrino que trilha o caminho santo ter alegria? Claro! Cristo despejou plenitude de alegria nos corações de Seus discípulos quando lhes disse: “...para que a vossa alegria seja completa” (João 16:24). Notem a exortação de Paulo achada em Filipenses 4:4 “Alegrai-vos sempre no Senhor...”. Tal alegria está no coração daquele que pela fé anda pelo santo caminho. Aí está aquilo que o mundo jamais poderá dar; um tesouro oculto dos olhos do ladrão e homicida, que lidera este mundo tenebroso; um bem durável que em nada está confinado às circunstâncias terrenas. A alegria de Cristo é passada ao salvo.
        


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