domingo, 6 de maio de 2012

O PERSEGUIDOR IMPLACÁVEL (11 de 16)



Mas se não fizerdes assim, estareis pecando contra o Senhor; e estai certos de que o vosso pecado vos há de achar” (Número 32:23).
A diferença entre um herói e um covarde
                Prezado amigo, nossa atividade consiste em descobrir a face real e cruel do pecado; mostrar a todos como o pecado é o veneno, o maior poder destruidor em todo universo, motivo da ira de Deus e aquilo que causa a desgraça nesta vida e para todo sempre. Que por meio desses estudos o amigo leitor conheça o temor devido a Deus; que haja conversões sinceras a Cristo, com grande manifestação de quebrantamento e humilhação perante o Senhor, cuja função entre os homens é salvar homens e mulheres que invocam Seu Nome!
         O cap. 11 de 2 Samuel mostra a força tremenda do pecado e como  um homem cheio do temor de Deus é transformado em pouco tempo num adúltero e assassino. Vemos como uma simples paixão pode trazer tantas desgraças. A igreja de Deus precisa saber disso; o tema sobre a condição depravada do coração precisa ser pregado por homens fieis. Silenciar nisso é amigar-se com o mal; é negar fidelidade a Deus e amor ao próximo.
         O rei Davi percebeu tardiamente que caiu numa arapuca armada pela sua própria iniqüidade. Mandou chamar Urias, tirando um soldado da guerra, a fim de encobrir sua maldade de ter um filho com a mulher dele. Entretanto, Deus pôs Davi perante um herói. Davi pensou que estava perante um idiota, alguém que bem poderia ser manipulado por ele, mas percebeu que diante dele estava um soldado do Senhor, relacionados entre os melhores homens de guerra do exército de Israel.
         Quais eram as características de um herói? Alguns dos soldados de Davi foram destaques em coragem e bravura. Esses homens eram preparados por Deus para lutarem as guerras do Senhor, por isso um deles valia mil homens. Mas consideremos na vida de Urias o perfil de um herói. Não vamos considerar isso do nosso ponto de vista, porque sempre estamos avaliando a valentia de um homem pelos seus feitos externos, pela coragem de ficar sozinho perante cem, duzentos ou trezentos homens para enfrentá-los. Consideremos um herói no coração, porque os homens do exército de Israel eram homens de Deus; os valentes de Davi eram valentes de Deus, então perante Davi não estava um homem qualquer, mas sim um varão de guerra, um homem de bom senso, usado por Deus naquele instante para dar uma boa lição em Davi.
         Conhecendo o perfil de um herói, notemos na vida de Urias, primeiramente a sua responsabilidade para com seu serviço. Quando com astúcia Davi o mandou para sua casa, a fim de que deitasse com sua esposa, qual foi a decisão de Urias? “Mas Urias dormiu à porta da casa real, com todos os servos do seu senhor, e não desceu a sua casa” (2 Samuel 11:9). O coração de um herói está naquilo para o qual fora chamado. No trabalho de Deus não há lugar para o conforto de uma casa, para o prazer sexual com sua esposa, enquanto o exército de Deus está em confronto com os inimigos.
         Em segundo lugar, Urias mostrou que um herói de guerra tem domínio de si mesmo. Vejamos suas palavras ditas ao rei: “A arca, e Israel, e Judá estão em tendas; e Joabe, meu senhor, e os servos de meu senhor estão acampados ao relento; e entrarei eu na minha casa, para comer e beber, e para me deitar com minha mulher...”? (verso 11). No coração Urias estava cumprindo seu dever para o qual fora chamado, as outras coisas eram triviais. Que lição para o covarde Davi!  Amigo leitor deu para ver como o pecado é um perseguidor implacável? Percebeu como qualquer iniqüidade dissipa a fé, aniquila o amor e atira o homem na lama? Percebeu como o pecado envolve a alma na escuridão? Como cega a mente e conduz o coração à loucura? Não tem outro meio para lidar com o mal, a não ser a sincera confissão que parte de um coração arrependido.      
A diferença entre um herói e um covarde
         Caro leitor, ao conhecer os ensinos tão reveladores da Palavra de Deus acerca da condição depravada do coração humano, certamente vê que sem a força da graça todos somos como vermes rastejantes neste mundo, fracos e derrotados. Deus ilustra isso na vida de um de Seus tão eminentes servos – Davi. Vimos como o pecado o cercou com uma auréola de ilusório prazer; vimos como sumiu toda espiritualidade e discernimento daquele homem de Deus; vimos como imediatamente afastou-se de sua vista o temor devido ao seu Deus. Naquele momento o rei foi algemado pela sua falsa impressão de liberdade e agrilhoado pela loucura do seu egoísmo, e mesmo perante um de seus grandes heróis, Davi mostrou que quando o pecado domina a mente e as emoções, quão perigosíssimo é o caminho pelo qual estava transitando.
         No estudo anterior vimos qual é o perfil de um herói. Continuemos nossas considerações a respeito desse grande homem que figura-se como um gigante espiritual perante o rei, que antes era um gigante, mas agora não passa de um anão. Aquele homem que era de outra nação – heteu, mas que se converteu ao Deus de Israel; aquele homem que parecia tão simples fora colocado perante a loucura do rei, a fim de que revelasse as qualidades que jamais devem faltar num verdadeiro homem. O rei tentou fazer com que Urias fosse para sua casa e deitasse com sua esposa, mas foi em vão. Tentou na segunda vez fazendo com que ele ficasse bêbado, mas mesmo assim sua tentativa foi inútil: “E Davi o convidou a comer e a beber na sua presença, e o embebedou; e à tarde saiu Urias a deitar-se na sua cama com os servos de seu senhor, porém não desceu a sua casa” (2Samuel 11:13).
         Ninguém pode mudar um coração firme e santificado no serviço; ninguém pode fazer com que um verdadeiro servo tenha um coração dobre. Urias tinha uma meta em sua vida – servir! Para ele os sabores desta vida nada tinham de valor, sem antes cumprir seu dever no exército de Israel. Ora, nada é registrado sobre alguma grande conquista de Urias; nada é relatado de alguma vitória contra algum leão, ou mesmo contra um valente estrangeiro. Mas, o que é melhor do que o relato de sua postura inflexível perante o rei? Agora ele é o grande herói de Israel e Davi é o gigante Golias derrotado.
         O que fazer com um gigante espiritual? A única solução é tirar-lhe a vida! Ora, um herói de guerra está no mundo para isso, para cumprir seu dever com coragem. Que diferença faria em morrer na batalha ou pela covardia de dois homens? Mesmo que nada fosse constado a respeito desse grande homem, Deus marcou de forma indelével nesses versos das Escrituras.
Agora dois homens cruéis planejam encobertamente a morte de Urias.
         Eis a carta de Davi para Joabe: “Ponde Urias na frente onde for mais renhida a peleja, e retirai-vos dele, para que seja ferido e morra” (11:15). O amigo leitor está vendo como o pecado do adultério gerou um assassino? À frente de Urias muita bondade, muita ternura, um estranho modo de tratar generosamente seu soldado, mas no íntimo um monstro querendo escapar, sair ileso da sua tão grave culpa. Urias foi posto num lugar de explícito perigo na guerra, por isso morreu. Morreu Urias! Morreu quem não devia morrer! A lei de Deus ordenava que Davi fosse morto com Bate-Seba, mas o sangue inocente é derramado. Ninguém vê ninguém sabe, mas os olhos do Senhor tudo vê e durante nove meses tudo parece calmo e normal no reino.
         Meu amigo veja como o pecado é um perseguidor implacável! Tem algum leitor que se acha numa angustiante situação? Tem alguém sofrendo os horrores de uma consciência culpada? Tem alguém no profundo poço da perdição, sem saber como escapar, devido a insensatez da desobediência? Cristo Jesus veio ao mundo para buscar e salvar perdidos!


        

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