quarta-feira, 2 de maio de 2012

O PERSEGUIDOR IMPLACÁVEL (7 de 16)



Mas se não fizerdes assim, estareis pecando contra o Senhor; e estai certos de que o vosso pecado vos há de achar” (Número 32:23).
        Prezado amigo leitor, meu trabalho hoje consiste em mostrar que mesmo onde o pecado parece querer reinar, dominar e causar destruição, eis que surge a preciosa graça para irradiar a luz do coração maravilhoso e terno desse Deus. A graça nunca será conhecida como realmente ela é, se o pecado não for exibido em seus terrores, assim como a luz é vista em sua preciosidade em lugar das trevas. Ninguém dará valor aos cuidados médicos se a dor não for sentida em sua tormentosa manifestação.
         Os dez filhos de Jacó experimentaram por longos anos a cruel perseguição do pecado em suas vidas. Enganosamente eles pensaram que o mal cometido seria esquecido e que a vida seguiria em sua normalidade. Semearam tormenta e acharam que não colheriam tempestade. Que engano! “... sabei que o vosso pecado vos há de achar!”, e quando os achou, o pecado multiplicou-se dentro deles, trazendo tormento aos seus corações corrompidos. Pensaram que podiam reinar e agora são vistos como pobres escravos, dominados pelo medo e subjugados aos ditames dos homens, pois agora estão quedados aos pés daquele que eles tanto odiaram. Agora não passam de Office boys, levando recado do Egito para Canaã e de Canaã para o Egito.
         Foi nesse cenário de humilhação e quebrantamento que a Mão graciosa agiu para o bem do Seu povo e para Sua glória. Deus ergueu José não para destruir sua família, mas para que fosse um tipo de Cristo, conferindo aos seus irmãos o verdadeiro perdão. Obviamente veio após usar de sabedoria e prudência. José queria saber se seus irmãos eram homens arrependidos ou se eram aqueles covardes de anos atrás; se houve arrependimento ou estavam prontos a fazer Benjamin e Jacó sofrerem. Precisava de um fiador, de apenas um entre aqueles dez homens que estivesse disposto a pagar o preço para que Jacó, Benjamin, os irmãos e toda família pudessem ter a liberdade.
         Foi aí que entrou Judá! Deus havia preparado esse homem para essa ocasião! Ele foi trabalhado na forja divina, a fim de que o verdadeiro caráter de fé e coragem marcasse sua alma. Um só agora estava ocupado em sofrer as conseqüências, que maravilha! Quando tudo parecia perdido, que o governador tomaria Benjamin como escravo, eis que o cenário mudou, um homem toma a frente; não um covarde, não um atrevido, não um bandido, mas sim um homem disposto a sofrer para ver seu pai alegre e seu irmão mais novo livre. Era isso o que José queria! Todo aquele rigor, dureza e obstinação tinham em mira alcançar isso! Ele não odiava seus irmãos, não tinha vingança em seu coração, mas queria apenas um que entrasse no meio para ser o mediador. Bastava um! Quem foi esse? Judá! Eis suas palavras: “Agora, pois, fique teu servo em lugar do menino como escravo de meu senhor, e que suba o menino com seus irmãos. Porque, como subirei eu a meu pai, se o menino não for comigo? para que não veja eu o mal que sobrevirá a meu pai” (Gênesis 43:33,32).
         Querido leitor, temos em Cristo Jesus o grande mediador. Ele veio ao mundo para livrar os pecadores da maldição da lei, da escravidão de satanás, da poder tirano do pecado no coração e das graves conseqüências eternas no inferno e lago de fogo. Deus o Pai enviou ao mundo Seu imaculado cordeiro, o qual se entregou a Si mesmo a fim de livrar culpados como nós e livrar-nos do furor da Ira divina.
         Dirijo-me a você amigo, para mostrar o poder do sangue remidor do Filho de Deus. Quão maravilhoso é saber que a verdade tem humilhado você, tem revelado a maldade do seu coração e tem mostrado até onde o homem pode chegar  em corrupção e destruição neste mundo, mas eis que para a alma aflita surge a luz da graça, revelando a preciosidade do perdão e da purificação que há em Cristo Jesus.
         Prezado leitor, com alegria em meu coração comunico este tema aos corações que levam a Palavra de Deus a sério. Mesmo que o mundo mudou e os homens estão cercados do conforto tecnológico, o pecado, entretanto não mudou e o coração do homem continua sendo enganoso e cruel desde sua queda em Adão. A revelação bíblica não deixa que esse inimigo fique escondido sob os trajes desta época tão sofisticada e culta.
         Chamo sua atenção para a vida do primeiro rei de Israel. Saul foi o homem escolhido segundo o espírito democrático de Israel. A nação acabara de vencer o domínio cruel dos filisteus com uma maravilhosa demonstração do absoluto poder de Deus sobre esses inimigos (1Samuel 7). Respirando a liberdade tão almejada, eis que os conselheiros da nação decidem não honrar o Senhor, não demonstrar humilde gratidão e submissão ao Deus que os libertou da mão do inimigo, mas sim buscar um rei segundo o molde das nações (1Samuel 8:5). Eles queriam a liderança humana e não teocrática! Decisão insensata! Qual a resposta de Deus ao povo? O que eles queriam era um rei humano e não o reinado do Deus que por tantos anos provou Seu amor, cuidado e proteção. É essa a atitude do coração natural e rebelde do ser humano contra o Deus da bíblia. Prefere a miséria a subordinar-se ao reinado de Cristo, o Rei da Glória.
          A resposta veio imediatamente para a alegria da nação. Queriam um rei? Eis aí o homem! Quem?  Dei-te um rei na minha ira, e tirei-o no meu furor” (Oséias 13:11). Foi um homem segundo o coração de Deus? Absolutamente, não! Eles olhavam para a aparência, não para o coração, por isso Deus apresentou SAUL: “...jovem e tão belo que entre os filhos de Israel não havia outro homem mais belo de que ele; desde os ombros para cima sobressaía em altura a todo o povo” (1Samuel 9:2). Doravante vão curtir um reinado maravilhoso? Não! Vão ter um homem de Deus à frente da nação? Não! No início parecia que tudo seria belo e encantador nesse novo cenário político, mas não demorou muito para que Saul revelasse que não passava de um ímpio. Em seu coração não reinava o Senhor; seu amor não era obediente às ordens daquele que do céu cuidava e zelava do Seu povo. Saul era segundo o coração do povo, mas não segundo o coração de Deus.
         No princípio do reinado de Saul tudo funcionou maravilhosamente bem. O Espírito de Deus o tomou para realizar grandes feitos contra os inimigos. Porém, aos poucos Saul foi revelando seu coração rebelde, invejoso e acima de tudo ímpio. As vitórias de Saul foram conquistadas por causa da presença de fé de um dos filhos dele - Jônatas. Deus preservou na família de Saul uma testemunha fiel, ali tinha um homem segundo o coração de Deus, e Jônatas provou isso na incrível vitória conquistada contra os filisteus (cap.14). No reino de Deus as obras da carne não funcionam. No serviço do Senhor somente a fé prevalece, porque a fé milita conforme a força de Deus e Deus se agrada da fé. E onde a fé e a incredulidade se cruzam o perigo imediatamente aparece, porque a incredulidade não tolera a fé, nem a fé se curva perante a incredulidade. Não fosse a intervenção divina Saul teria levantado a mão para matar seu próprio filho (1Samuel 14:44).  
         A partir dessa ocasião o pecado da inveja e do ciúme começou a corroer a alma de Saul. O seu pecado lhe perseguiu até a morte. Nunca houve um momento de um verdadeiro quebrantamento, de subordinação perante Deus, mas o pecado de Saul levou-o de roldão, de maldade a maldade, de erros após erros, de engano após engano e finalmente deparou-se com um triste fim (1Samuel 31).
         Prezado amigo, bendito o homem que se achega a Deus humilhado, porque Ele é o Deus houve corações quebrantados: “...mas eis para quem olharei: para o humilde e contrito de espírito, que treme da minha palavra” (Isaías 66:2).

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