quarta-feira, 9 de maio de 2012

O PERSEGUIDOR IMPLACÁVEL (14)



Mas se não fizerdes assim, estareis pecando contra o Senhor; e estai certos de que o vosso pecado vos há de achar” (Número 32:23).
                                                        O JUIZO DE DEUS
         Prezado amigo, se os homens soubessem quanta desgraça o pecado traz, jamais buscariam seus prazeres momentâneos. Mas estou certo que, mesmo que toda miséria ocasionada pela iniqüidade fosse contemplada; mesmo que os terrores aqui e no inferno pudessem ser presenciados, em nada alteraria a disposição do coração em partir rumo ao pecado com voracidade. Como uma fera que busca a presa, assim é o coração disposto a pecar. Às vezes os homens fogem assustados como uma gazela em face de um perigo mortal, mas logo o medo desaparece e reinicia sua busca pelas paixões. Você pode espantar um pernilongo que lhe cerca na tentativa de chupar seu sangue, mas não vai demorar em que ele retorne. É assim o homem no pecado. Somente o poder de Deus é capaz de refrear o mal incontido no coração enganoso e enganado da raça caída em Adão (Jeremias 17:9).
         Amnon conseguiu o intento maligno e terrorista contra sua própria Irmã, porém como sempre acontece, o pecado é odioso e odiado, cercando o ambiente de ódio, contenda e vingança. O mal floresceu dentro da família real, foi retirado o ambiente de temor, de respeito mútuo, de segurança e tranqüilidade. Não tendo um padrão de punir o culpado segundo a lei, consequentemente o mal criará raízes e atrairá outros males ainda maiores.
         Não podemos passar por cima da iniqüidade. O pecado deve ser punido imediatamente, senão o ambiente será infestado de fermento da maldade; um falso sentimento de amor crescerá; uma aparência de bondade permissiva cercará o ambiente, a justiça e juízo desaparecerão e a maldade há de explodir como uma dinamite. Ninguém consegue estabelecer sua vida, seu lar, seus negócios, sua religiosidade, tendo como base a iniqüidade. É como construir uma casa sem qualquer alicerce, logo ruirá. Amnon estava agora cercado de ódio por causa de sua atitude infame; o espírito de vingança estava perto dele e não demoraria em que sua maldade fosse visitada pela fúria tempestuosa de Absalão, seu irmão. Absalão era um assassino frio e calculista, por isso conseguiu atrair Amnon para longe do palácio, num lugar adequado onde pode por um ponto final a vida de Amnon (2 Samuel 13).
         Prezado amigo, compensa a prática do pecado? Compensa ver filhos destruídos, filhas abandonadas à insegurança deste mundo? Compensa ver os verdadeiros valores atirados fora de nossas vidas como se fossem lixos, porque simplesmente trocamos o bem pelo mal, porque preferimos que a maldade viesse habitar em nossa casa e ser nosso bichinho de estimação? Quanta tristeza e angústia para um coração de um pai! Uma filha estuprada, um filho assassinado pelo próprio irmão! Quanta dor para um coração paterno! Davi estava consciente que todo esse mal que chegava à sua vida e sua casa como águas de enchente, era culpa sua. A colheita do mal veio como sempre amarga.
         Agora me dirijo a você, querido leitor. Almejo que essas verdades cheguem aos corações para um grande quebrantamento. Quando os homens são humilhados, Deus é exaltado! Mas é na humilhação que corações são visitados e erguidos por esse maravilhoso Senhor. A mão Dele é forte para socorrer os aflitos e abatidos de espírito (Isaías 66:2). Não tenho outra intenção, senão ajudar meus leitores no conhecimento da doce verdade salvadora. Enquanto o pecado não for descoberto e sua face de terror manifestada, ninguém vai querer saber de Cristo Jesus. Os homens no pecado querem uma igreja, querem um ingresso para o céu, mas nada querem da glória do Filho de Deus. Quando homens e mulheres vão ao pó, então o Rei da Glória está pronto para entrar e tomar lugar em seus corações: “levantai-vos, ó portais eternos, para que entre o Rei da Glória” (Salmo 24:9).
         Que momento precioso para que homens e mulheres conheçam o maravilhoso amor de Cristo que perdoa o culpado e purifica o sujo coração! (1João 1:9).
O JUIZO DE DEUS
         Caro leitor, nossas palavras são tão débeis para expor a profundidade do poço da perdição onde o pecado faz o homem descer. Quando Isaías presenciou o trono da glória pode conhecer o maligno estado de seu coração e suas obras más. Foi ali perante a majestade santa que o profeta viu seu merecimento da perdição que estava escancarada à sua frente: “Ai de mim, estou perdido...” (Isaías 6). Deus tomou os homens mais santos da história, para que por meio deles, em amarga experiência, o pecado fosse conhecido como realmente é. Todas essas coisas foram escritas para que nós agora pudéssemos andar em santo temor ao Senhor, conforme o ensino de 1 Pedro cap. 1.
         Dentro do palácio ergueu-se o inimigo que tomou a família de Davi para mostrar seu terror, trazendo sofrimento e angústia, especialmente para os mais fracos.  O pecado quer reinar em lugar de Deus, e onde assume o trono todos sentirão seus bombardeios de destruição. Uma paixão sexual descontrolada levou um moço a agir com covardia com sua própria Irmã, estuprando-a; a vingança tomou conta de Absalão que planejou friamente o assassinato de Amnon, vingando assim seu ato sujo praticado contra Tamar. O pecado de Davi desmanchou sua autoridade e capacidade de julgar a maldade, tanto fora como dentro de sua própria casa. Essas conseqüências são inevitáveis onde a maldade penetra sem que haja arrependimento e confissão. Quando a luz da graça é retirada, as trevas tomam conta.
         Agora chegou a vez de o rei sofrer o mais amargo sofrimento, como prova de que o pecado é de fato um perseguidor implacável. Absalão, um criminoso frio e calculista chega de volta à Jerusalém, depois de bom tempo viver como fugitivo. Em seu retorno, astuto e perverso, percebe logo como seu pai agora age baseado nas emoções paternais e sem qualquer possibilidade de julgar. Quando o pecado não é julgado e punido, ele gera uma maldade extremamente maior. Do palácio foi retirado a santidade e o temor ao Senhor, não tinha alguém zeloso para promover o cumprimento das leis santas de Deus, por essa razão o pecado assume o controle para reinar e assumir a injustiça e promover a destruição.
         Amigo leitor, o mal não pode habitar com o bem, assim como o leão não pode conviver com o cordeiro em santa harmonia. Numa casa onde o chefe de família tem seu viver corrompido com qualquer maldade, certamente o mal ocupará todo espaço, não deixando qualquer lugar para o temor a Deus e para a prática de um viver piedoso e reto. Ou a maldade é extirpada de uma vez por todas, ou então funcionará como um câncer destruindo toda saúde espiritual. Agora a vida do rei e o reino de Israel estão em perigo. Absalão quer o reino para si; agora não somente o palácio, mas também toda Jerusalém sofrerá o castigo da maldade cometida por Davi. Deus retira sua misericórdia, a fim de revelar Sua Ira! Agora Deus está mostrando o quanto Ele permite que homens perversos ganhem forças, a fim de punir a maldade. Ele é Soberano Senhor, Seu Nome fora profanado e a vanglória humana fora elevada, então é o momento onde toda vaidade deve ser destruída e todo atrevimento humano deve ser posto no pó. A glória pertence tão somente ao Senhor que reina, por essa razão Deus permitiu que o rei sofresse a maior humilhação de sua vida, com uma revolta armada pelo seu próprio filho a fim de tomar o reino.
         Porém, foi nesses momentos trágicos que brilhou a força da graça na vida de fé de um homem de Deus. O brilhante e vitorioso general do exército do Senhor agora jogou fora toda sua força, toda habilidade e todo seu arsenal de guerra. Davi sabia que toda essa aflição era proveniente do Senhor, por isso ao fugir de Jerusalém pode dizer: “...se eu achar graça aos olhos do Senhor, ele me fará voltar para lá, e me deixará ver a arca e a sua habitação. Se ele, porém, disser: Não tenho prazer em ti; eis-me aqui, faça a mim o que bem lhe parecer”. (2Samuel 15:25,26)

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