sábado, 21 de fevereiro de 2015

O CORCUNDA NÃO VÊ SUA CORCOVA, MAS A DO OUTRO.




Spurgeon
        Há pessoas que apontam para os outros, quando não são melhores. O corcunda não deveria rir-se de outro até que endireitasse sua própria coluna, e nem depois. Odeio ouvir um corvo chamar um urubu de preto. Um cego não pode condenar seu irmão por ser estrábico, e aquele que perdeu as pernas não deveria zombar do aleijado. A corda sempre se rompe na parte mais fraca e quem deveria ser o último a falar é o primeiro a ralhar. Porcos manchados mancham outros e quem tem muitas faltas sempre encontra faltas nos outros. Quem melhor pode falar mal dos outros é o que mais age mal.
                               Vemos muito bem a corcunda do outro,
                               Mas estamos cegos para a que está em nós.
                               Nossa pode ser até de bom tamanho,
                               Mesmo assim ficamos sem a enxergar.
        Nos faz muito mal julgar o próximo, porque nos incha de vaidade, fazendo nosso orgulho crescer sem motivo. Acusamos outros para nos justificarmos. Somos tolos a ponto de sonharmos que somos melhores só porque existem outros piores, e falamos como se pudéssemos subir fazendo outros descerem. Que proveito hem em achar buracos nos casacos dos outros, quando não podemos remendá-los? Fale das minhas dívidas se estiver disposto a pagá-las; do contrário, contenha-se. As faltas de um amigo não devem ser manchete, nem as de um estranho devem ser postas a público. Quem zurra para um jumento, é tão burro quanto ele; quem faz outro de palhaço é que faz papel de tolo. Não caia no mau hábito de rir-se dos outros, porque o antigo provérbio diz: “Quem tem telhado de vidro não atira pedras no do vizinho”.
                               Há quem tenha uma piada para cada ocasião,
                               Ele ofende o amigo porque quer ter diversão
                               E mostrar-se sabichão.

Nenhum comentário: