sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

FEIRA DA VAIDADE (1)




Spurgeon
        Então vi em meu sonho que, quando eles saíram do deserto, avistaram uma cidade que se chama Vaidade. Nela era realizada uma feira chamada Feira da Vaidade, que funciona o ano todo. A cidade tem esse nome porque é “mais leve que a vaidade” (Salmo 62:9) e também porque tudo que ali é vendido ou acontece é vaidade, como diz o sábio: “Tudo quanto sucede é vaidade” (Eclesiastes 11:8).
        O estado mais feliz de um cristão é o de mais santidade. Como o calor próximo do sol é mais intenso, assim é a felicidade mais junto a Cristo. Nenhum cristão usufrui desse conforto enquanto tem olhos fixos em coisas sem valor. Não culpo os ímpios por se atirarem aos prazeres. Que tenham sua satisfação. Isso é tudo o que eles têm para usufruir, mas os cristãos têm de buscar seus prazeres e alegrias numa esfera superior às insípidas frivolidades do mundo. Correr atrás de coisas fúteis é perigoso para almas renovadas.
        Pois bem: o caminho para a Cidade Celestial passa justamente por meio desta cidade onde se realiza esta feira da de desejos; e aquele que pretende chegar à Cidade Celestial sem atravessar esta cidade “teria de sair do mundo” (1 Coríntios 5:18).
        Ao sentir-se fatigado pela luta e pecado com que você depara no caminho, lembre que todos os santos passaram por esse mesmo sofrimento. Não foram levados aos céus carregados em liteiras, e você não deve esperar viajar em condições mais fáceis do que eles. Tiveram que arriscar suas vidas até à morte, nos lugares mais árduos do campo de batalha, e você não será coroado até que também tenha enfrentado as dificuldades como um bom soldado de Jesus Cristo. Portanto, “permanecei firmes na fé, portai-vos varonilmente, fortalecei-vos” (1 Coríntios 16:13).
        Agora era a vez desses peregrinos passarem por esta feira. E assim o fizeram, mas tão logo se aproximaram, todo o povo se agitou, e surgiu logo um alvoroço em torno deles, por diversos motivos.
        Primeiro, como a roupa dos peregrinos era diferente da dos habitantes da cidade, todos os olhares admirados, julgando que fossem idiotas ou loucos (1 Coríntios 4:9).
        Segundo, assim como se maravilharam com sua aparência, o mesmo sucedia em relação à sua maneira de falar, pois poucos entendiam o que diziam. Naturalmente falavam a língua de Canaã; os que organizavam a festa eram homens que pertenciam a este mundo. Assim, de uma extremidade da feira à outra, pareciam bárbaros uns aos outros (1 Coríntios 2:7,8).
        Se você segue a Cristo totalmente, tenha certeza de que será chamado por outro destes nomes. Dirão como você é diferente. Se você é um cristão autêntico, logo será um homem marcado: “Como ele é estranho”, “Como ela é esquisita!”. Pensarão que tentamos nos destacar entre os outros, quando de fato somos apenas conscienciosos e estamos nos empenhando em obedecer à vontade de Deus.
        Dirão eles: “Como vocês são antiquados! Vocês acreditam nas mesmas coisas antigas como nos temos de Oliver Cromwell – aquelas doutrinas puritanas arcaicas!”. Eles riem de nossa fé e afirmam que perdemos a liberdade.





       

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