quarta-feira, 2 de março de 2016

OS MISERICORDIOSOS (8)




“Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia” (Mateus 5:7)
OS TRAÇOS DOS MISERICORDIOSOS.
        Amado leitor, pisemos firmes o terreno da graça, onde devemos estar, a fim de que conheçamos melhor os traços dos misericordiosos. Eles são pessoas que agora entendem o que significa a humanidade caída. Os misericordiosos agora sabem que foram arrancados de uma raça caída; que estavam juntos, em plena harmonia na decisão de desobedecer a Deus; que eram filhos da desobediência, como os outros; que prontamente obedeciam ao diabo, como escravos dele neste mundo de trevas.
        Mas agora eles veem que foram arrancados por Deus dessa situação (Colossenses 1:13), porém podem olhar para a raça caída com amor. Eles percebem que agora estão firmados na Rocha, enquanto milhões e milhares estão se afundando na areia movediça deste sistema perverso. Agora, eles podem olhar ao derredor com a mesma visão de Deus e que têm tudo para alcançá-los e vê-los livres da condição tão terrível na qual estão. Aliás, Deus sempre exortou Seu povo para olhar com compaixão para os estrangeiros. Foi assim que Deus orientou o povo de Israel, para que não oprimissem os estranhos, porque eles também foram estrangeiros no Egito.
        Porém, a misericórdia de Deus nos crentes funcionará sempre como misericórdia. Por essa razão os crentes devem andar na luz da verdade, a fim de que não sejam levados pelo engano da carne. As misericórdias de Deus jamais se harmonizam com as maldades dos homens. As misericórdias estendem as mãos para os pecadores, mas não para o pecado. O Senhor Jesus jamais saiu para distribuir bênçãos para todos, só porque tinha compaixão de todos. A misericórdia nunca fica indiferente às maldades. Josafá pensava que ao aliar-se com o perverso Acabe, poderia ajudá-lo e restauraria a comunhão entre Judá e Samaria. Quanto engano! Foi apenas um ato de bondade, de amizade, mas não de misericórdia.
        Nosso Senhor, quando se comunicou com a mulher adúltera (Lucas 7), em nada mostrou simpatia pelo pecado dela. A Sua compaixão foi estendida, a fim de livrá-la do pecado, justamente como ela realmente queria. O evangelho santo não se mistura com o mal. Os santos estão no mundo para entrar no território maligno do pecado, a fim de mostrar aos pecadores a necessidade de arrependimento e de conversão a Cristo. A misericórdia está sempre associada à verdade; a misericórdia entra para socorrer os aflitos e atribulados no íntimo, mas nunca para beijar as mãos dos pecadores e associar-se às suas mentiras e perversidades.
        Também, os misericordiosos andam com Deus. A fé verdadeira não anda sozinha; não é a super fé tão badalada em nossos dias pelos infames falsos mestres religiosos. A misericórdia segue pisando o terreno firme da direção de Deus, porque o temor de Deus está em corações que foram purificados do pecado. Sem a liderança do Senhor só tomaremos decisão errada e falharemos em nossa missão de servi-Lo neste mundo. Estender as mãos para servir sem a orientação bíblica é atitude de extremo perigo.
        O que acontece com os misericordiosos é que eles primeiramente lutam com Deus em favor dos homens; eles não passam adiante de Deus. Moisés não desceu abruptamente do Monte Sinai, a fim de ajudar seu povo lá baixo. Ele teve que encarar o Senhor em santa oração e intercessão, e foi assim banhado desse amor que Moisés desceu para tratar com um povo rebelde da maneira certa, com amor, mas com punitiva justiça (Êxodo 32).
        E você meu amigo, pode afirmar que carregam em seu coração esse profundo desejo em ver o bem eterno dos seus semelhantes? Se houver isso, posso afirmar que você é de fato um genuíno crente.

Nenhum comentário: