“E os que são de
Cristo Jesus crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências”. (Gálatas 5:24).
ENTENDENDO O QUE FOI CRUCIFICADO: “...com as suas
paixões e concupiscências”
Prezado
leitor, já pudemos ver que a cruz não condena o que é santo e puro. Os
verdadeiros crentes não são anacoretas, não se alienam da vida normal. Os
santos de Deus neste mundo foram transformados no coração, mas ainda habitam em
suas tendas mortais, vivem ainda nessa casa terrena e carregam consigo todos os
desejos naturais exigidos pela natureza humana. Digo mais, que os verdadeiros
crentes são pessoas carregadas de fraquezas. Eles são conscientes dessas
fraquezas e muitos lutam arduamente contra hábitos corrompidos que trouxeram
consigo do velho homem. A caminhada para o céu é marcada pela disciplina da
graça (Tito 2:11), isso significa que há necessidade de abandonar determinados
costumes que não glorificam o Nome do Senhor: “para que
anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa
luz” (1 Pedro 2:9).
Tendo retirado toda e qualquer
concepção errada de vida cristã, passemos agora a examinar o texto com mais
exatidão: “...crucificaram a carne com suas paixões e concupiscência”. O texto em si mesmo explica
tudo. O que foi que a cruz condenou mesmo? “...a carne com suas
paixões e concupiscência”. (Procuro
grifar para dar maior ênfase). Por que Paulo usou as essas duas palavras: “paixões e concupiscências”? Será que Paulo quer ser enfático? A primeira palavra “paixão” (pathêmasin
no grego) indica que a carne sente uma paixão que pode levar até mesmo ao
sofrimento e à angústia. ( o sentir sede, fome, sono, etc. são desejos normais
da carne). Essa palavra é usada a respeito do sofrimento de Cristo em Hebreus
2:9, onde também é traduzida por “paixão”: “...Jesus, coroado
de glória e honra, por causa da paixão da morte, para que, pela graça de Deus,
provasse a morte por todos”. A idéia é que a angústia, as dores, as perturbações em torno da
expectativa da morte eram paixões, e nosso Senhor como um homem perfeito
enfrentou essas paixões.
Então, diante desses fatos, o que Paulo
está nos ensinando em Gálatas 5:24 é que a carne sente paixões; que essas
paixões fazem parte da nossa natureza humana e que elas são normais na vida.
Elas em si nada têm de errado, e que todos os santos de Deus vão experimentar
essas paixões enquanto aqui viverem. Mas, todo problema com as paixões é quando
elas são transformadas em concupiscências. É o termo grego “epithumê”,
aliás, um termo muito comum no Novo Testamento e significa: “paixões fortes,
descontroladas”. Subtende-se que essas paixões estão em pleno domínio e não sob
domínio. Significa que o viver está sob o controle da carne e não do Espírito. Essa
diferença Paulo mostra no cap. 5 de Gálatas ao apresentar o fruto do Espírito e
as obras da carne.
Prossigo em declarar que é assim que o
mundo vive. Note bem o que João diz: “Ora, o mundo
passa, bem como as suas concupiscências...” (1 João 2:17). No verso 16 ele mostra que esse fogaréu de
concupiscências mundanas controla os olhos e a carne dos de homens e mulheres. O
mundo que jaz no maligno vive enfeitiçado, dominado e controlado por paixões de
todos os tipos e de todas as formas. O mundo sempre foi e será assim, a fábrica
de paixões; satanás utiliza essas paixões como entretenimentos, e assim mantém
os homens sob seu domínio. As paixões concupiscentes marcam o juízo de Deus
contra este mundo. Foi assim com as nações no passado. As corrupções da carne
marcaram a vinda do juízo de Deus sobre Sodoma e Gomorra (Gênesis 19).
A geração atual caminha a passos largos
rumo ao juízo, porque hoje as concupiscências da carne e dos olhos incendeiam homens
e mulheres. Até mesmo as religiões estão manchadas pelos cultos das paixões em
lugar de adoração santa e pura ao Senhor.
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