quarta-feira, 5 de março de 2014

OS INCRÉDULOS TROPEÇAM – OS CRENTES SE REGOZIJAM (7)




“Como está escrito: Eis que eu ponho em Sião uma pedra de tropeço, e uma rocha de escândalo; e todo aquele que crer nela não será confundido.” (Romanos 9:33)
Spurgeon
         Feliz é o homem que é conduzido pela graça divina a confessar assim a sua falta, e não tropeça mais. Depois de tudo, que obstáculo há para que tropecemos? Oh, meu querido Ouvinte, por que deverias rejeitar a Cristo? Ele não é um duro capataz: “O Seu jugo é suave e o Seu fardo é leve.” Por que deverias recusar a tua própria misericórdia? Acaso, ser salvo é uma desgraça? Acaso, ser limpo do pecado é uma calamidade? Acaso, ser feito um filho de Deus é uma desvantagem? Escapar do Inferno e voar para o Céu, não é a mais desejável de todas as misericórdias? Por que, então, desprezar a Cristo? Isso é irracional! Que Deus te livre deste irracional pecado e te conduza agora a aceitar a Cristo com um coração perfeito, e Ele receberá o louvor por isso eternamente.
         II. Agora, vou procurar explicar, com a ajuda do Espírito de Deus, a segunda parte: a parte mais consoladora do texto: “E TODO AQUELE QUE CRER NELE NÃO SERÁ CONFUNDIDO.” Sentir-te-ás confundido ao pensar que não creste antes; serás confundido ao pensar que não crês mais firmemente agora; com frequência sentirás vergonha e confusão de rosto por conta da tua ingratidão, e da teu caráter pecaminoso e do teu desencaminhamento de coração. Porém o texto quer dizer que não serás confundido por teres confiado em Cristo. Quem crê em Cristo nunca terá alguma causa para estar confundido por havê-lo feito.
         1. Ao tratar isto, antes de mais nada, vou comentar quando é que aqueles que confiam em Cristo poderiam ser confundidos por ter crido Nele. Bem, eles poderiam envergonhar-se, se Cristo os abandonasse alguma vez. Se alguma vez se chegasse a isto: que Ele, o esposo do meu coração, me abandonasse e me deixasse como uma viúva solitária, no mundo; se, depois de haver dito: “Não te desampararei, nem te deixarei”, Ele Se apartasse, depois de tudo, e, nunca dedicasse ao Seu servo qualquer sorriso do Seu rosto, então eu teria razão, na verdade, de ver-me confiado por ter posto a minha confiança num Salvador tão inconstante.
         O Cristo do arminiano é alguém de quem têm boa base para envergonhar-se, porque redime os homens com o sangue precioso e, não obstante, vão para o Inferno. O Cristo do arminiano ama hoje, mas odeia amanhã; salva por graça, mas essa graça depende do uso que o homem faça dela; resgata os homens de um estado de condenação e justifica-os; mas, depois de tudo, deixa-os regressar ao estado de condenação e, depois de tudo, perecem.
         Porém, o Cristo dos Cristãos é uma Pessoa muito diferente: uma vez que os ama jamais os abandona; onde Ele tem começado uma boa obra continua fazendo-a e aperfeiçoa-a. O Cristo do Cristão diz: “Eu dou às Minhas ovelhas vida eterna; e não perecerão jamais, nem ninguém as arrebatará da Minha mão.” Enquanto o Cristão não descubra que a Graça de Deus se foi por completo, que o amor de Cristo cessou, não terá qualquer razão para ser envergonhado. Além disso, o Cristão teria razão para duvidar se Cristo fosse falhar-lhe, quer quanto à providência ou à graça, ou nos seus tempos de tribulação e de tentação. Se o Senhor não me segurar quando estiver no meio dos rios, teria razão para me corar pela minha esperança. Se caminhando através da fogueira as chamas me queimassem, e não encontrasse que o Senhor fosse o meu pronto auxílio nas tribulações, então seria envergonhado.
         Oh, Amados, quando poderá acontecer isto? “Em seis tribulações te livrou, e na sétima não te tocará o mal”. Têm sido muito abatidos e não teriam podido estar mais abaixo, a menos, que tivessem estado na vossa sepultura. Têm sido muito pobres, tendo escassamente pão para comer ou roupa para vestir! Tudo aquilo no que confiavam deixou de ser o vosso sustento. Ficaram órfãos no mundo, com a exceção do vosso Pai que está no Céu. Mas, mesmo assim, apesar de tudo isso, não vos foi dado o pão? Não vos tem sido assegurada a vossa água? E, não tem de ser o vosso testemunho hoje, no concernente a Deus, que Ele tem sido um amigo que tem permanecido mais próximo que um irmão? Bem, então não serás envergonhado jamais, porque nunca te chegará um tempo quando te deixes perecer através da pressão das tribulações, ou quando permita que sejas destruído pela força das tentações.

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