Spurgeon
“Como está escrito: Eis que eu ponho em
Sião uma pedra de tropeço, e uma rocha de escândalo; e todo aquele que crer
nela não será confundido.” (Romanos 9:33)
A
objeção real do homem natural não é, entretanto, nem contra o povo de Deus, nem
contra o plano de salvação, considerado em si mesmo, mas contra Cristo. A pedra
de escândalo é Cristo — a Pessoa de
Cristo. Vós não quereis aceitar que Este Homem reine sobre vós!; Não estais
anuentes a que Ele leve a coroa e a que receba toda a honra da vossa salvação.
Preferiríeis perecer no vosso pecado antes que Jesus Cristo seja engrandecido
pela vossa salvação. Esta é uma severa acusação, dir-me-ão. Se não é verdade,
rogo-vos que me demonstreis que é falsa, crendo em Jesus! Se não tendes objeção
a Cristo, aceitai-O! Pecador, se tu disseres que não tropeças por causa de
Cristo, eu exorto-te, então, a que te aferres a Ele! Se Ele não é detestável
para ti, estreita-O nos teus braços, agora!
Ora,
homem, se estivesses no teu juízo, posto que Cristo te pode salvar com uma
salvação eterna, tu certamente O agarrarias, a menos que houvesse alguma
objeção pelo caminho. E como não te aferras a Ele, eu digo-te que há um
obstáculo no teu pecaminoso coração, um tropeço em Cristo que será a tua ruína
a menos que Deus te livre disso. Que Deus me ajude agora a argumentar uns
quantos minutos com quem não crê em Cristo, com quem O tem feito em pedra de
tropeço e em rocha de escândalo.
Querido
amigo, deixa-me que me aproxime de ti e que tome a tua mão e fale contigo.
Alguma vez consideraste quanto insultas a Deus, o Pai, por rejeitares a Cristo?
Se fosses convidado para a festa de algum homem, e te aproximasses da mesa e
partisses todos os pratos e os lançasses ao chão e os pisasses, não seria isso
um insulto? Se fosses um pobre mendigo sentado à porta, e, motivado por pura
caridade, um homem rico te convidasse para a sua festa, o que pensarias
merecer, se tratasses as suas provisões, desta maneira? E, não obstante, esse é
precisamente o teu caso. Não tens nenhum merecimento perante Deus. Tu és um
pobre pecador sem nenhum direito sobre Ele e, todavia, agradou-Lhe preparar uma
mesa para ti. Os Seus novilhos e os Seus animais engordados foram sacrificados,
e agora tu não queres vir!
Não!
Tu ainda fazes pior! Pões objeções à festa! Desprezas a deleitosa terra e a boa
provisão de Deus! Considera somente com quantos gastos se tem realizado a
provisão da salvação! O Pai eterno entregou o Seu Filho. Presta atenção! O Seu
Bem-Amado, o mais querido do Seu coração, o Seu único Filho, foi entregue à
MORTE, e tu desprezas um Dom como este? O que pensas? Não te faria ruborizar se
entregasses o teu único filho para pelejar pelo teu país e aqueles a quem o
entregasses, te desprezassem a ti e ao teu dom? Se por causa de algum
patriotismo sobre-humano pelo bem do teu país, chegasses inclusive a matar o
teu filho, não te feriria na carne viva se os homens se rissem de ti e fizessem
escárnio do ato?
E,
todavia, isso é o que fazes para com o Pai eterno, o Qual por amor aos homens
apartou do Seu peito o Seu Amado, cravou-O no madeiro e cobriu-O de dores
inexprimíveis. Tu desprezas o dom inexprimível, o ato mais rico de generosidade
que inclusive o coração infinito de Deus tivesse podido imaginar, ou a mão
infinita de Deus tivesse podido levar a cabo! Tu desprezas tudo isso! Tocas a
Deus, permite-me dizer-te, na menina dos Seus olhos. Tu tens ferido na parte
mais sensível! Melhor seria que corresses sobre o fio da Sua espada ou te
lançasses sobre as protuberâncias do Seu broquel do que desprezares e
rejeitares o Seu unigênito Filho, imolado pela culpa humana.
(extraído de NO CAMINHO DE JESUS)
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