quarta-feira, 28 de março de 2012

“BÊNÇÃO E MALDIÇÃO”. (2)



 “Então, levantando ele os olhos para os seus discípulos, dizia: Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus” (Lucas 617).
INTRODUÇÃO:
            Amigo leitor, mesmo em meio à escuridão da apostasia crescente há um povo remanescente. É por esta razão que Deus ainda não estendeu Sua mão de juízo punindo definitivamente as nações. O reino Dele é de Misericórdia, Justiça e Juízo. O Senhor Jesus está dominando entre Seus inimigos salvando Seu povo Eleito; Deus tem aqueles que estão sendo chamados pelo irresistível convite do Evangelho da Soberana Graça, e eles renderão voluntariamente a Cristo Jesus o Rei (Salmo 110:3). No meio das espessas trevas que cobrem este reino pecador com tantas anarquias e transgressões provenientes do Pai da mentira e do coração empedernido e corrompido dos homens, brilha a gloriosa luz da verdadeira mensagem do Santo Evangelho.  
            Meu amigo, a mensagem sobre BENÇÃO E MALDIÇÃO há de mostrar em qual lugar você se encontra. A Palavra de Deus vai lá dentro, no coração para descobrir todos os segredos que estão ali ocultos. Não há qualquer esconderijo para Deus. Você quer ser confrontado pela Palavra da Verdade? Achegue a esse Deus que é riquíssimo em misericórdia. Ele é glorificado, mesmo em face do estado de perturbação no qual se encontra este mundo, o Reino de Deus não é abalado, porquanto até mesmo a raiva dos homens há de glorificar a Deus.
            Este verso é ricamente precioso e digno de nossa profunda consideração, porquanto o Senhor jamais falou qualquer palavra por apenas falar. Neste verso nosso Senhor introduz as eternas bênçãos a uma classe de pessoas que ele chama de POBRES. Creio que é importante que consideremos a pessoa do Senhor Jesus e Seu propósito ao vir ao mundo. Ao apurarmos a verdade quanto a esse assunto, teremos com clareza a compreensão sobre BÊNÇÃO E MALDIÇÃO conforme aquilo que o Senhor ensina no texto em pauta.
            Ora, não há de que contestar o fato que Jesus é Deus. Ele é, de fato o Eterno Deus, isso significa que Ele sempre existiu. Ele mesmo afirma especialmente no Evangelho de João, que Ele é o EU SOU, expressão esta atribuída apenas a Jeová, conforme vemos em Êxodo quando o Senhor aparece a Moisés, e que explica não somente existência eterna, como também a Auto-suficiência de Deus. Sendo Ele Deus, é Jesus o Rico Senhor dono absoluto de todo universo, aquele a respeito de quem o Pai o colocou como herdeiro de todas as coisas (Hebreus 1:2), que afirma que Dele é o céu e a terra, o Rei da Glória, terrível, temível e Glorioso.
            Necessitaria de muito tempo para explicar um pouco a respeito da sublimidade de nosso Senhor. Mas, por que Ele veio ao mundo? Obviamente Ele em nada necessita de ninguém ou de qualquer coisa deste mundo. Ele é o Deus Bendito, cujo coração é cheio de misericórdia. Ele desceu do céu tendo em vista buscar e salvar homens e mulheres e fazer dessa multidão de pecadores salvos pela graça em bem-aventurados filhos de Deus, herdeiros da glória de Deus, donos do céu, príncipes e reis do palácio celestial.                                                                                                                                                         É exatamente isso o que a mensagem do Evangelho nos comunica, e os que são agraciados para ouvir e entender têm seus corações cheios de júbilo pela tão maravilhosa notícia que veio do céu, do Grande Rei e do Seu Glorioso Reino. É exatamente essa a mensagem que nosso Senhor transmite a nós na passagem de Lucas 6. Ele dirige a um grupo de pessoas que Ele chama de POBRES. É nosso dever estudar e descobrir quem são essas pessoas que na passagem lida são chamadas de POBRES; e pessoas que têm FOME; de pessoas que CHORAM e que neste mundo SOFREM PERSEGUIÇÃO.
            É na luz das Escrituras que vemos a luz. Acheguemo-nos, portanto, cheios de temor perante o Livro Santo, despidos de nossas próprias opiniões, em nada querendo adicionar qualquer tempero ou açúcar dos conceitos humanos. A Palavra de Deus é como água pura e cristalina, e devemos beber dessa água para que jamais venhamos a ter sede.
Cristo dirige-se a um grupo de pessoas e lhe diz: “Bem-aventurados, vós, os pobres...” Ora, será que o Senhor está mostrando ao mundo a sua posição sócio-política? Será que o Senhor está se colocando ao lado daqueles que, economicamente são menos privilegiados, como os sem teto, os sem terras, sem emprego, etc.? Será que o Senhor está se posicionando contra as pessoas que têm maiores recursos, as mais prósperas economicamente? Será que o Senhor está mostrando que o Seu ministério ao vir ao mundo foi para abençoar aqueles que são materialmente pobres e proporcionar-lhes melhores condições de vida aqui? Será que o Senhor veio a este mundo com a finalidade de ameaçar os ricos com duras palavras de maldição para arrancar-lhes seus bens? A resposta clara e dogmática é: NÃO! Se quisermos examinar bem as Sagradas Escrituras veremos que o propósito de Deus nada tem a ver com a questão social tão buscada pelos homens, como tão falada e badalada em nossos dias nos chamados meios evangélicos.
           Então, se nada tem a ver com aquilo que é material, o que o nosso Senhor está querendo nos ensinar quando Ele diz: “Bem-aventurados vós, os pobres”? Por que digo e afirmo que o Senhor não está referindo a nada daquilo que é desta vida passageira e que tanto agrada as paixões dos homens carnais? Pesquisando um pouco algumas passagens do Velho Testamento, vemos que Deus jamais manifestou qualquer interesse em assuntos que visam apenas a existência terrena e transitória dos homens. Quero citar algumas referências que ajudarão na compreensão do assunto.
           Por exemplo, no Salmo 62 verso 9 o Espírito Santo diz: “Somente vaidade são os homens plebeus (ou mendigos); falsidade os de fina estirpe (os ricaços); pesados em balança, eles juntos são mais leves que a vaidade”. Do Senhor é a terra e os céus, do Senhor é a prata e o ouro; do Senhor são os animais; o Senhor reina sobre tudo e sobre todos, e sendo Ele dono absoluto, tem autoridade e poder para tomar de quem quiser tomar e dar a quem quiser dar. O rei Davi no final de sua vida, quando, com povo de Israel ajuntou todo material necessário para a construção do templo, disse em adoração em forma de oração a Deus: “Riquezas e glória vem de ti, tu dominas sobre tudo, na tua mão há força e poder, contigo está o engrandecer e a tudo dás força” (1Crônicas 29:12. Ele diz mais: “Porque somos estranhos diante de ti e peregrinos como todos os nossos pais; como sombras são os nossos dias sobre a terra, e não temos permanência.” (verso 15). Sabemos que muitos homens que temeram ao Senhor e que andaram com Deus foram homens ricos, como Abraão, Isaque, Jó e muitos outros. Por outro lado, muitos santos de Deus passaram por esta vida como pessoas pobres, como a maior parte dos discípulos de Jesus os quais eram simples pescadores.  Então, tendo esse fundamento bíblico, podemos afirmar que na passagem lida, de Lucas 6, o nosso Senhor de maneira alguma se refere ao aspecto material. Sendo isso verdade, resta agora afirmar que nosso Senhor está expondo a verdadeira pobreza, a do homem no espírito, a pobreza que é verdadeiramente exaltada na palavra de Deus. Cristo veio buscar homens e mulheres pobres, mas pobres no sentido de ausência de recursos espirituais.
         Mas é bom afirmar que a pobreza referida aqui se trata de um estado em que a pessoa se encontra completamente oposta à situação de um rico. Na nossa linguagem seria usada a palavra “mendigo”. Há muitos pobres que estão lutando para atingir certo nível social que outros atingiram. Alguns estão procurando ajuntar bens ou mesmo estão estudando para alcançar uma condição melhor de vida na sociedade. Mas na linguagem usada por nosso Senhor, Ele está referindo a uma pessoa que se acha numa situação desesperadora de miséria ao ponto de ter que suplicar, rogar, pedir encarecidamente por socorro, assim como um mendigo clama pedindo dinheiro, ou mesmo alimentação.


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