quinta-feira, 28 de maio de 2015

ADORAÇÃO OU PROFANAÇÃO? (3)




“O Senhor disse: Visto que este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, que maquinalmente aprendeu, continuarei a fazer obra maravilhosa no meio deste povo; sim, obra maravilhosa e um portento; de maneira que a sabedoria dos seus sábios perecerá, e a prudência dos seus prudentes se esconderá. Ai dos que escondem profundamente o seu propósito do Senhor, e as suas próprias obras fazem às escuras, e dizem: Quem nos conhece? Que perversidade a vossa! Como se o oleiro fosse igual ao barro, e a obra dissesse do seu artífice: Ele não me fez; e a coisa feita dissesse do seu oleiro: Ele nada sabe”. ISAÍAS 29:13-16
APARÊNCIA DE ADORAÇÃO: “Pois que este povo se aproxima...”
        Caro leitor, chegou o momento para que juntos investiguemos melhor o texto. Nosso dever é crescer em discernimento bíblico; é ter uma melhor percepção das coisas e saber discernir a verdade em tempos de tanto ajuntamento de mentiras religiosas bem ornamentadas de chavões bíblicos. Veremos primeiramente a aparência de adoração, o que parece ser verdade, mas como vemos no texto, o próprio Deus afirma que não passa de ilusão, engano da carne. Então, é nosso dever examinar se aquilo que aparece nos lábios, nos movimentos físicos são manifestações de um coração cheio de temor ou não passa de elogios e galanteios espirituais. Podemos afirmar que não é adoração quando é algo apenas físico.
        É claro que não é adoração quando é algo apenas da aparência. Enquanto os homens são atraídos pela aparência e pelo louvor da carne, o Deus da Bíblia não vê como nós vemos, porquanto Ele reconhece a atitude do coração. Noutras palavras, tal adoração não é em espírito, e quando não é feito pelo homem interior, então também não será feito em verdade. Não estou julgando que a adoração vista fisicamente é profanação, porque bem pode que o coração inflamado de amor tem acendido a chama da aparência. Davi dançava e saltava quando pode trazer a arca da aliança para o lugar certo, à cidade de Jerusalém. Ele amava o Senhor, queria tê-Lo perto e sabia que seu reino só seria bem sucedido com a presença santa do Senhor por meio da arca. Eis aí a razão que impulsionou o rei a agir como de fato agiu em humildade e temor ao Senhor (2 Samuel 6).
        Mas quero falar aqui sobre as terríveis implicações dessa aproximação meramente física. Quando não é adoração, é profanação. Não há meio termo. O fogo trazido ao santuário pelos filhos de Eli era fogo, mas para Deus era estranho porque não foi tirado do altar, por esse fato aqueles dois jovens foram fulminados mortalmente pela presença gloriosa do Santo de Israel. Quando não é adoração verdadeira do coração, quando é algo apenas físico, então, tal adoração é algo distante, será como um marido que aparece em casa, convive com sua esposa, mas seu coração está distante dela, porque tem outra mulher. Quando a adoração é feita assim, ligado apenas à tênue aparência, eis que a pessoa estará apenas cumprindo uma obrigação e fará isso mecanicamente. Imagine alguém num culto assim, ele estará presente ali, cantará, vai orar, vai ouvir a mensagem, mas o fato que não obstante estar presente ali, de fato ele não está, pois seu coração está longe dali. Então, não é adoração, mas sim profanação.
        Ora, se nós, seres humanos somos sensíveis a isso, o que podemos pensar do grande Deus? O Deus de amor tendo perante Ele pessoas que não lhe amam, que nem sequer interesse têm em aprender Dele e de admirá-Lo. Veja o que acontece, pois pessoas estão apenas movendo suas bocas, mexendo com seus braços e com seus olhos abertos, mas por dentro tudo está morto, longe do Senhor e aprisionado ao mundo e aos desejos da carne. O que a aparência pode oferecer a Deus? Nada, quando não vem do coração.

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