segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

OCULTOS NA CRUZ (11)




“Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo” (Gálatas 6:14)
A INCLINAÇÃO NATURAL DO HOMEM EM BUSCAR ONDE SE GLORIAR
        Também devo ocupar-me em saber acerca daquele que ocupou meu lugar na cruz, porque é essa a verdade que faz a diferença no viver aqui e que remove toda soberba que enaltece minha própria miséria. Foi seu amor eterno pelo seu povo, por mim um tão grande pecador que ele deixou seu lugar de glória e adentrou-se a este miserável lugar, onde a morte, o pecado e o diabo reinam. A cruz mostra com exatidão que nossa história é coberta de um amor que jamais poderemos compreender sua grandeza, pois estamos lidando com amor eterno. A cruz mostra que alguém me amou e com perfeito amor; a cruz mostra que alguém mirou meu estado de miséria aqui, minha condição tão triste e meu destino cruel que me aguardava após a morte. A cruz mostra que não foi decisão minha, mas desse meu Senhor que ignorou tudo por minha causa, a fim de me salvar e me tornar apto para reinar na glória com ele para sempre.
        A cruz exibe meu eficaz substituto, porque eu que era um maldito, mas ele se tornou maldição em meu lugar. A cruz mostra que era eu quem devia ocupar aquele lugar para ser o alvo da terrível e pavorosa ira de Deus, mas o fato é que ele veio e se postou entre eu e a ira de Deus, a fim de que todo esse brasume da cólera santa de Deus descesse do céu e o atingisse em cheio. E que substituto perfeito! Ele voluntariamente se tornou um cordeiro e agiu como um cordeiro, a fim de que fosse esmagado como um cordeiro. Também, ele foi o cordeiro escolhido pelo Pai, conforme a linguagem de Pedro, ele foi um cordeiro puro e sem qualquer mácula.
        Outro detalhe que importa a nós é que ele foi um substituto que veio para esse serviço. Ele não desceu do céu com outro motivo; não desceu para melhorar os homens aqui; não veio para ser um modelo de um homem que o mundo deve seguir. Ele veio como o Servo de Jeová e não do mundo; veio para agradar o Pai e não os homens, e assim se tornou nosso Servo sofredor, humilde e que soube o que é padecer. Nessa santa disposição se colocou nesse caminho que o faria assim, pronto a sofrer até que na cruz fosse consumido. Sua disposição e viver de um servo jamais serão compreendidos pelo mundo; sua mensagem tende a ser transformada em obra de superstição pela incredulidade vil e pervertida.
        Tudo isso vem esmagar meu orgulho próprio e esfacelar meu ego, porque não há na cruz lugar para engrandecer a mim mesmo. Ele veio e conquistou perfeita salvação, e quando falo que é perfeita é porque não há como melhorar, dar um retoque nessa tão refulgente obra. A salvação que ele conquistou para mim e para sua igreja vem revelar a grandeza da nossa história eterna no passado, faz com que sejamos fortes no presente e garante segurança e perfeição no futuro. A cruz mostra o quanto os inimigos estão completa e totalmente destruídos e que nada mais podem fazer contra os santos de Deus.
        A cruz declara que eu fui aceito nele; que minhas obras eram imundas e dignas de serem chamadas de trapo. A cruz assim silencia meu ego, lança toda soberba no pó, porém ela desembaraça meu ser para louvar meu Senhor e entoar o hino da redenção. A cruz mantém o mundo fora dessa adoração, porque acerca dessa história o mundo não pode entender, visto que entende como loucura. Assim, a cruz é envolvente, porque domina meus pensamentos e tornam minhas emoções em verdadeira festa. A cruz apaga as luzes daqui e faz brilhar a glória daquele que comprou para Deus o Pai pessoas de todas as nações e tribos. Assim podemos cantar com todos os santos:
                Na redenção firmado estou, meu cativeiro já findou,
                Contente cantarei louvor a meu glorioso Redentor.

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