terça-feira, 30 de janeiro de 2018

“NÃO ÉS QUENTE, NEM ÉS FRIO” (2)



                              
“Assim, porque és morno, e não és quente nem frio, vomitar-te-ei da minha boca” (Apocalipse 3:16)
                               DEUS À PROCURA DE FRUTO
        O que farei a partir de hoje é mostrar aos meus leitores o quanto em toda bíblia vemos Deus usando essa figura de linguagem em referência ao seu povo. Ele faz isso com toda raça, e foi isso o que ele quis dizer para Baruque, o escrivão do profeta Jeremias, no capítulo 45. Parece que a situação o clima de punição às nações trouxe certa depressão àquele homem. Posso imaginar vendo Baruque cheio de sonhos e planos para uma vida melhor aqui; talvez era um jovem ainda e tinha intenção de casar, constituir família e adquirir bens. Mas, de repente, com os anúncios de juízo contra Jerusalém e contra as nações, sem dúvida fez com que ele entrasse em depressão. Foi aí que a mensagem de Deus veio, a fim de mostrar a Baruque que Deus estava arrancando o que plantou e destruindo o que havia edificado, enquanto Baruque estava procurando grandeza.
        Tomei aquele relato apenas para salientar a linguagem de Deus acerca de toda raça. Ele fala que os povos são como uma plantação ou como construções. Da mesma forma ele comunica a mensagem aos falsos crentes da igreja de Laodicéia. Creio que vale a pena examinar  essa verdade em vários textos das Escrituras. Por exemplo, no livro de Isaías a mensagem ali traz a mesma figura de linguagem. O capítulo primeiro daquele maravilhoso mostra como Deus é devastador ao comunicar a situação espiritual de toda nação judaica. O povo por fora parecia que era espiritual; parecia que adorava a Deus com suas canções e sacrifícios, mas por dentro era tudo espiritualmente podre. Deus, mostra a realidade de seus corações e convida o povo ao arrependimento.
        Mas é no capítulo 5 que vemos uma notável ilustração usada por uma pessoa da divindade, quando apresenta Israel como uma plantação de uma vinha. Aquela pessoa diz que plantou aquela vinha para seu Amado. Sem dúvida alguma é Deus o Pai fazendo referência ao seu Filho (na linguagem do Velho Testamento). Deus diz que ele não falhou na plantação e no cuidado, porque além de plantar ele edificou uma torre, fazendo referência aos cuidados e vigilância, para que nada entrasse e prejudicasse a vinha. E também ele fala que construiu um lagar. Isso mostra o propósito principal daquela plantação – Deus queria fruto e o fruto seria o vinho extraído no lagar. Mas o resultado foi decepcionante, pois ao invés de produzir uvas boas, deu uvas bravas.
        Sem qualquer dúvida temos ali a explicação clara de que Deus não é o autor do pecado, de que tudo o que é proveniente dele é puro, santo e bom. Deus não constituiu Israel para pecar; sua aliança foi feita com aquele povo, a fim de que pudesse manifestar ao mundo a glória do Seu nome, por meio de um povo santo. Isso é o fruto almejado. É o pecado que destrói tudo; é o pecado que faz de uma vinha uma plantação que produz frutos ruins. Foi assim na criação original. Deus não criou o homem para pecar, porque tudo o que é proveniente do Criador é puro e santo. Nada há na criação de Deus qualquer elemento contagioso e venenoso. Foi o homem que tomou a decisão de voltar-se contra Deus e seguir o diabo.
        No tocante a Israel, foi necessário que viesse o juízo, mesmo sendo o Senhor compassivo, longânimo, pois por anos falou à nação através de profetas como Isaías, Jeremias, Ezequiel e outros. O juízo veio anos depois, quando Deus chamou Nabuconosor com seu exército, a fim de invadir Jerusalém, destruir tudo e levar milhares para Babilônia, num cativeiro que durou 70 anos. Esse é o mesmo aviso que Deus deixa para os falsos crentes de Laodicéia.

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