quinta-feira, 2 de novembro de 2017

VIVER PARA MORRER – MORRER PARA VIVER (10)



                          
“Porquanto, para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro” (Filipenses 1:21)
                    MORRER PARA VIVER: “...e o morrer é lucro”.
         “Morrer para viver” significa que experimentaremos diariamente um massacre contra a natureza adâmica; significa que externamente tudo é morte, enquanto que internamente tudo é vida. Por fora há um sofrer, mas por dentro há um viver que aos poucos vai se dinamizando. Externamente vai aparecendo o novo homem em Cristo, o qual se renova à cada dia. Precisamos ver crentes com essa postura no dia a dia; precisamos ver como a fé genuína marcha incólume, tomando firmemente a palavra de Deus no combate contra as obras da carne. Precisamos enfrentar essa jornada da santidade dia a dia; precisamos encarar com vigor e determinação o caminho para o céu, no qual somente os verdadeiros santos de Deus podem trilhar.
         Devo prosseguir examinando de perto a frase “o morrer é lucro”. Devemos saber que jamais seremos perfeitos nesta vida. Nosso alvo é tornarmos semelhantes a Cristo; que tomemos a vida dele para que definitivamente essa vida ocupe o lugar que tanto os trapos do velho homem manifestavam em nosso modo de viver. Mas o fato é que nunca teremos sossego; nunca a carne com suas manifestações contra Deus há de render-se totalmente; o barco de nossas vidas, hoje ou amanhã há de encalhar e nossa tendência é desanimar e querer buscar um modo mais fácil de viver. Nossa vitória consiste em abocanhar o máximo possível da palavra de Deus; enriquecer continuamente nossos pensamentos com as verdades que nos foram reveladas e viver humildemente, na santa dependência do Senhor, mostrando isso com oração e comunhão com os santos.
         Outro detalhe de santa importância é que quando morremos para expandir a vida que temos no Filho de Deus, eis que estaremos escolhendo o excelente; estaremos olhando as coisas eternas como as joias que precisamos; estaremos sobrevoando esse lugar passageiro, dando adeus a tudo, usando o que temos como instrumentos que vamos um dia deixar. Os crentes devem saber que quando acontece ao contrário, eis que imediatamente, simplesmente lançamos fora as coisas permanentes, porque queremos as temporárias, assim como agiu Esaú, vendendo sua primogenitura, por causa de um prato de lentilhas. Estamos caminhando para a ressurreição; seremos perfeitos lá e nosso Senhor assegurou tudo isso quando venceu a morte, para que seus santos pudessem viver eternamente. Sendo assim, devemos lutar com firmeza para alcançar o que nos foi dado pela graça na nossa salvação.
         Importa que também saibamos que a vida de Cristo em nós deve estar cheia do amor de Deus em favor dos homens. Os crentes são diferentes por causa da graça de Deus. Mas enquanto estivermos aqui, devemos saber que somos mortais vivendo entre mortais. Estamos num mundo impressionantemente grande, onde habitam milhares de homens e mulheres semelhantes a nós. No amor de Deus devemos saber que nossos corpos são iguais aos deles; que suas dores são nossas dores; que o engano do pecado apoderou-se deles, tanto quanto havia nos tomado quando estávamos no pecado. Uma perfeita ilustração disso está na humanidade do nosso Senhor. Quando se tornou Homem, ele encarou os homens com amor. Ele os viu como ovelhas sem pastor; ele sentiu em seu coração profunda comoção pelas condições miseráveis nas quais os homens no pecado passam.

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