terça-feira, 21 de abril de 2020

GRANDE ENCONTRO DA GRAÇA COM A FÉ (6)



“Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje tu estarás comigo no Paraíso” (Lucas 23:43)
APRESENTOU-SE NA FORÇA DA REDENÇÃO: “...hoje estarás comigo...”
        Em graça superabundante nosso Senhor revelou que nada pode alterar os planos feitos na eternidade. Foi quando houve a reunião do conselho de Deus que o Pai aprouve escolher um povo para Si, o Filho se dispôs a morrer por esse povo e o Espírito Santo se apresentou para a obra de vivificá-las (1 Pedro 1:2). Ora, quem pode alterar os planos concebidos na eternidade? Por essa razão a salvação é intitulada de “uma tão grande salvação” (Hebreus 2:6). Para Deus cada um dos pecadores por quem Cristo morreu é valioso. Não importa onde nasceu, sua cultura, condição social, todos vieram da igualdade do pecado e se tornam iguais em Cristo. Cristo pôs Seus olhos de intensa compaixão e amor eterno naquele moço; ali estava um dos milhares dos eleitos, chamado pela irresistível graça para morar no Paraíso. Como abandoná-lo? Como não encarar sua confissão? Como não ouvir com ardor seu intenso apelo?
        Posso afirmar que a obra salvadora jamais falhou na face deste planeta, em toda história da raça humana. A mão operante de Deus está agindo, mesmo num ambiente de infidelidade dos homens, mesmo quando tudo parece dizer que não há possibilidade. Foi quando Elias cedeu para desânimo e tristeza ao sentir-se sozinho; quando parecia que suas lamúrias eram convincentes, eis que o Senhor mostrou ao Seu servo que o trabalho era Dele e não de um mero profeta: “Reservei para mim sete mil que não se curvaram para baal”. A voz dos homens falha, mas a voz do Senhor não. Não houve instrumento humano ali na cruz; não houve a voz de um Pedro, João ou outro mensageiro. Sozinho na cruz o Senhor alcançou Seu escolhido e o levou consigo ao Paraíso. “Graça real, sem fim, mostra Jesus por mim!”.
        Amigo leitor, entendamos bem que o Senhor desceu do céu para estar com Seu povo aqui, a fim de leva-lo para estar com Ele na glória. Ele veio da glória para conhecer nossa miséria, a fim de nos arrancar da miséria, para estar com Ele na glória. Ele veio para conhecer a profundidade da nossa condição onde o pecado nos colocou, a fim de nos elevar ao lugar onde a graça aprouve nos colocar. Assim, como poderia o Salvador olvidar um clamor como aquele que saiu dos lábios de um pecador arrependido? O sangue do Senhor veio para purificar o imundo e todos nós sabemos o quanto todos os eleitos se tornaram imundos no pecado. Então, ali na cruz todas as provisões da graça para a salvação daquele moço apareceram nas palavras do Senhor, assim como um bom alimento traz consigo as provisões para o bem do corpo. A quantia de sangue é a mesma, tanto para purificar um Saulo de Tarso, como para purificar um ladrão. A agua purificadora que vem dessa fonte jamais há de secar.
        Bendita a alma que é mirada pelos olhos compassivos do Senhor! Bendito o pecador cujos ouvidos são abertos para ouvir as palavras de chamada ao arrependimento! Por que o Senhor não voltou Seus afetos eternais para o outro ladrão? Tem a mesma resposta porque a luz que feriu Saulo não feriu também os seus companheiros. A graça salvadora não opera segundo as normas humanas,  porque é Deus lidando com compaixão: “Terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia...”. Somos nós capazes de ordenar que Deus faça o que Ele jamais planejou fazer? Para alguns o Salvador estende Sua voz que chama, Ele faz com que do túmulo essas almas saiam para a vida eterna, enquanto para outros Ele simplesmente os deixa entregue aos seus pecados, seus propósitos e intentos enganosos até que a morte eterna venha e os puxa para as mandíbulas do inferno, assim como um crocodilo puxa uma presa para a morte. Estamos lidando com amor eterno e nem todos foram nem serão vocacionados para essa habitação de um amor que dura para sempre. Tem o amor eterno, mas também tem a ira eterna e ambos são santos e gloriosos.

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