terça-feira, 5 de setembro de 2017

O TESTEMUNHO DO SALVO NESTA VIDA (3)




“Cri, por isso falei. Estive muito aflito. Dizia na minha pressa: Todos os homens são mentirosos. Que darei ao Senhor, por todos os benefícios que me tem feito? Tomarei o cálice da salvação, e invocarei o nome do Senhor. Pararei os meus votos ao Senhor, agora, na presença do Senhor. Preciosa é aos olhos do Senhor a morte dos seus santos”. (Salmo 116:10-16)
                                       A VIDA CRISTÃ PELA FÉ
                        “Eu cri, ainda que disse: estou sobremodo aflito”.
        O testemunho do crente é algo marcado no coração; não pode ser uma invenção emocional, mas sim a verdade que foi cravada em sua alma: “Eu cri...”. O testemunho do salvo é algo sobrenatural; nada tem a ver com aquilo que religiosamente o mundo espera ter. Muitos falam de experiências que tiveram ou bênçãos recebidas, como resultados da bondade de Deus. Hamã foi curado da lepra e voltou para a Síria com novo propósito, mas não era testemunho real de uma alma salva (2 Reis 5).
                               A REAÇÃO DO MUNDO: “...estou sobremodo aflito...”
        Mas, quando o Salmista em sua experiência de salvação começou a falar do que ocorreu em sua vida, eis que de repente foi surpreendido por uma inesperada reação. Ele pensou exatamente como pensa muitos que se convertem e são salvos. O Salmista imaginava no coração que todos ouviriam acerca das maravilhas que Deus fez por ele; ele acreditava que seus amigos, parentes e colegas receberiam com prazer seu testemunho e a mudança feita pela graça em sua vida. Mas aconteceu o contrário. Vemos isso na reação que ele teve: “...estou sobremodo aflito...”. Sua fé agora estava cercada pela incredulidade vil; uma ovelha se vê perante lobos. Por que isso? Por que os homens não se convertem quando veem queridos seus se convertendo? Por que o mundo nem sequer para, a fim de ouvir o relato da tão grande salvação?
        Ora precisamos saber o que a palavra de Deus tem a nos explicar acerca disso. Acontece é que agora tudo muda. O mundo é favorável a nós quando estamos na mesma caminhada, indo pela mesma direção. O mundo gosta e aceita todos que seguem a jornada pelo caminho largo. O mundo falará nossa linguagem, se estivermos aceitando seu sistema religioso, sua forma de vida pecaminosa, seus pensamentos errados e felicidade pagã. Enquanto Moisés for do Egito, o Egito por sua vez será de Moisés. Mas quando acontece a conversão, como vemos no testemunho do Salmista, é óbvio que tudo mudou. O crente passou a nadar contra a correnteza deste sistema enganador. Enquanto ele anda para cima, ele observa que a multidão passa por ele na direção contrária. Nosso Senhor deixou essa verdade bem esclarecida para seus discípulos no capítulo 15 de João: “Se o mundo vos odeia, há de odiar a vós outros”.
        Nosso Senhor também afirma que ele não veio trazer paz à terra. Noutras palavras, ele afirma que não veio mudar o ambiente hostil deste mundo, porque com a conversão tudo muda e até mesmo parentes passam a ser inimigos daqueles que se tornam crentes. Também, nosso Senhor deixa claro aos seus discípulos que neste mundo eles seriam perseguidos por causa do seu Nome. Essa experiência pode tornar-se algo mui marcante e desapontador para muitos. Mas o fato é que a palavra de Deus não nos deixa sem as informações corretas e bem distintas. Quando Saulo se converteu, eis que logo ele percebeu que todos de sua antiga religião passaram a olhar com ódio e com desejo de exterminá-lo da face da terra.
        Talvez tenha algum leitor que ficou mudo quando percebeu que assim que se tornou crente passou a ser odiado. Talvez tenha alguma alma que procura a salvação, mas que agora esteja avaliando o alto custo de seguir a Cristo. Não há outro meio, porque na salvação nosso “cordão umbilical” que nos prendia a este mundo é imediatamente cortado, porque passamos a ser de Jesus para sempre.

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