terça-feira, 3 de março de 2015

“À PROCURA DE UM MORTO” (5)




“Porque eu, mediante a própria lei, morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (GÁLATAS 2:19,20)
O MUNDO EM RELAÇÃO A UM DEFUNTO: “Estou crucificado com Cristo...”
        Caro leitor, veja bem como a mensagem da cruz é a suprema mensagem amada por todos os salvos, porque os acontecimentos eternos da tão grande salvação foram todos envolvidos naquela união entre Cristo e o Seu povo. Mais do que isso, tal verdade tem uma influência prática na vida de todos os salvos, conforme Paulo afirma de forma bem clara na frase: “Se um morreu por todos, logo todos morreram” (2 Coríntios 5:14). Pela fé os verdadeiros crentes sabem disso, por essa razão a crucificação exerce um incrível poder no viver deles, porque a morte de Cristo é a morte dos salvos. Digo mais que todos os salvos têm essa confissão no viver, por essa razão dizem de coração: “Cristo morreu por mim”, ou “Cristo morreu pelos meus pecados”. Há uma ligação incrível da cruz no viver diário do crente, porque foi na cruz onde tudo começou, onde pudemos entender que o Cordeiro foi nosso lugar e assim pudemos ser resgatados do cativeiro. Por essa razão os crentes celebram a ceia, porque ali está a nossa história contada simbolicamente no pão e no suco de uva.
        Também precisamos ver como a crucificação pode ser aplicada em nosso viver, porquanto Paulo afirma no tempo presente: “Estou crucificado com Cristo”. Ele não diz que estava, ou que foi, mas sim que está. Que lição! Não há uma mensagem que mostra a linha perfeitamente divisória entre o crente e o mundo do que a mensagem da cruz. Quando deixamos essa mensagem de lado, eis que imediatamente a soberba carne, o mundo e as manobras de satanás começam a controlar o viver e os cultos. Os crentes devem permanecer em contínua humildade e dependência de Deus e isso só acontece quando estão perante os fatos da crucificação daquele que ali ocupou nosso lugar.
        Então, a declaração de Paulo: “Estou crucificado com Cristo” vem para condenar o mundo, com sua religiosidade vã, com suas paixões, mentiras e impiedade. A frase de Paulo é a frase de cada crente, e não precisamos de uma espada melhor do que essa para golpear toda força da soberba e altivez deste sistema maligno. Queremos ver o mundo espantado? Queremos ver os inimigos espavoridos? Queremos ver este sistema mostrando que nada tem de bondade, nem de justiça? A resposta não está no fato que eu tenho uma religião, porque o mundo também tem; não está no fato que eu passei a ser alguém melhor, mais educado, mais refinado e mais moral.
        Caro leitor, o mundo tem tudo isso e muito mais. Paulo nem sequer mencionou o que fora antes, nem como era religiosamente fanático e zeloso naquilo que afirmava crer quando seguia o farisaísmo. A resposta dele foi simples, mas suficiente para assustar o mundo e desprezá-lo de uma vez por todas: “Já estou crucificado com Cristo”. Foi assim que ele se considerou um defunto, alguém já morto. Ora, o mundo e a lei conseguem ver o Filho de Deus crucificado, então, que eles me vejam assim também. Ali no monte do Calvário meu Senhor foi pendurado, e eu fui com Ele. Sua morte foi a minha morte, por isso podem até me procurar, mas hoje sou um defunto. Não adianta chegar para discutir, erguer as invenções religiosas desta vida; não adianta querer mostrar o quanto o mundo tem sempre suas novidades. Nada disso tem qualquer valor para alguém que está crucificado com Aquele que foi odiado, desprezado e humilhado pelo mundo. Que o mundo me veja assim, porque a cruz fez a separação completa. O que eu era antes, não me interessa mais e não serve para alguém que agora, pela fé, se considera morto.

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