quinta-feira, 9 de julho de 2020

A INÚTIL CONFIANÇA NO HOMEM E NAS COISAS (4)



“Moisés respondeu: Mas eis que eles não vão acreditar em mim, nem ouvirão que vou dizer; pois dirão: O Senhor não apareceu a ti. Então o Senhor perguntou a Moisés: Que é isso que tens na mão? Ele respondeu: Uma vara...”
O QUE TENHO EM MÃO:
        Como Deus lidou com Moisés? Deus havia lhe dado a vara e isso era algo tão simples, justamente porque Deus lida com os impossíveis. Deus não enviaria um general, ou mesmo um soldado armado, pronto para lutar. Moisés seria apenas um instrumento de Deus a enfrentar a face de um homem cruel e assassino. Moisés seria apenas um porta-voz tão verme como era o próprio Faraó. Deus diria a Moisés o que Ele mesmo disse a Faraó: “Para isso mesmo te escolhi”. Deus poderia sim, com um só homem destruir as forças bélicas do Egito e libertar Seu povo; foi assim que Ele fez usando Davi e seus homens. Mas no Egito a situação era completamente diferente; a glória de Deus seria vista nos atos de Deus, atos completamente impossíveis de serem entendidos e aceitos entre os homens.
        O Deus de Israel é o Senhor dos exércitos, e notemos bem que Ele não é Senhor de um exército, mas sim dos exércitos. Isso Moisés desconhecia. O Deus de Israel age como Ele bem quiser agir, conforme as circunstâncias exigem, para que todos calem diante Dele. Assim, Deus tira de Moisés toda confiança nele mesmo, a fim de confiar naquele que se manifestou como o grande EU SOU. Era para usar a simplicidade da vara que tinha na mão. Notemos bem o quanto Deus quer ensinar ao Seu servo através de algo que não estava em Moisés; era algo da natureza fora do homem.
        Que ensino temos nisso? A vara é transformada numa serpente. Que lição impressionante! Tudo em nós, bem como tudo de nós só revela o que somos e o que temos no pecado. A vara transformada em serpente foi para mostrar o quanto satanás está presente naquilo que temos e como o mundo também pode imitar. Tudo o que temos, sem o poder de Deus não passa de instrumento usado por satanás contra nós. Tudo o que possuímos, bens, filhos, capacidade intelectual, etc. se não for consagrado e santificado pelo poder de Deus constitui em instrumento do diabo. Os filhos de Arão, Hofni e Finéias tiveram morte repentina, porque levaram fogo estranho para dentro do santuário. No tocante a santidade de Deus tudo é deparado como coisa vil e impura, caso não tenha a santificação de Deus.
        Como enfrentamos essa verdade? Para que serviu a serpente ali? Somente para o espetáculo inicial, pois ela não foi contada como sendo uma das pragas. Ela não afetou o Egito e nem sequer moveu o perverso coração de Faraó e só assustou os magos por um instante. O mundo imita os atos de satanás; o mundo chega aonde satanás chega. Deus estava dizendo a Moisés que a simples vara, bem como qualquer poder humano tudo é transformado numa natureza vil e sórdida. O que nós os seres humanos somos em Adão? Não é verdade que ouvimos a voz da serpente? Não é verdade que somos chamados de filhos do diabo (João 8:44 e filhos da ira (Efésios 2:3). Assim percebemos o quanto devemos nos humilhar diante de Deus. Mais tarde Moisés teve a dura lição de ver seus dois filhos sendo circuncidado. Foi duro para ele e mais especialmente para sua esposa Zípora, acostumados aos costumes dos midianitas. Dentro do ambiente espiritual, onde habita o Senhor da glória, a natureza vil do homem com tudo o que ele possui deve ser entregue e santificado, caso contrário Deus mostrará que nada vale. Não pensemos que nossos filhos já nascem crentes. Muitos são enganados por esse pensamento e acham que um homem crente, automaticamente os filhos são também. Pura mentira! Lancemos a vara no chão, por assim dizer e veremos o que acontece. Se não orarmos por eles e se não mostrarmos que eles são exatamente os Adãozinhos, então seremos surpreendidos com os horrores da depravação dentro de nossa família.

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