quinta-feira, 16 de julho de 2020

A INÚTIL CONFIANÇA NO HOMEM E NAS COISAS (8)



“Moisés respondeu: Mas eis que eles não vão acreditar em mim, nem ouvirão que vou dizer; pois dirão: O Senhor não apareceu a ti. Então o Senhor perguntou a Moisés: Que é isso que tens na mão? Ele respondeu: Uma vara...”
O QUE SOU NO CORAÇÃO
        Era o momento importante para Deus tratar com Seu servo, Moisés, lidando com seu próprio coração: “Põe agora a tua mão no teu seio. E tirando-a, eis que a sua mão estava leprosa, branca como a neve” (Êxodo 4:6). Não há dúvida que essa foi uma lição que foi fixada na memória de Moisés de uma forma bem prática. A doutrina da depravação total é, sem sombra de dúvida o assunto menos conhecido em nossos dias, uma vez que neste mundo somos seres caídos. Posso afirmar isso tendo como base minha própria vida e o que acontece ao derredor, em meio a essa pandêmica apostasia (afastamento da verdade). Trago a vida de Isaías novamente, porque sua experiência naquela impressionante visão, o que ele viu imediatamente, assim que teve o vislumbre da glória de Deus foi a horror de saber quem era ele: “Ai de mim, vou perecer...”
        Sei que posso ser julgado como sendo alguém dramático, mas por outro lado sei que estou consciente do que falo, usando argumentos bíblicos. A meu ver a ausência do conhecimento da glória de Deus nas mensagens resulta num impulso tremendo do humanismo, como vemos ocorrendo na vida religiosa do nosso povo aqui no Brasil. Tudo tem sido feito hoje para abrandar evangelho; tudo é feito para que as pessoas entrem nas igrejas, sejam batizadas, sem que jamais tenham conhecido o poder do arrependimento e conversão, tendo como base a poderosa fé bíblica. Falar hoje sobre o pecado é ser desumano, cruel e obviamente sem amor. Ora, é exatamente isso o que ocorre, por isso toda mensagem pregada ou cantada que trata do estado depravado do homem é posta fora, como se fosse um veneno.
        Não tão recentemente preguei numa igreja onde pedi que cantássemos um antigo hino do nosso hinário batista: “A nova do evangelho”. Eles puseram o hino projetado na tela, mas logo percebi que a organização havia omitido uma estrofe importante: “A nova do evangelho, ora vem nos avisar do perigo grande e grave para quem se descuidar. Salvai-vos desde já, não vos demoreis então, não vireis os vossos olhos, ó fugi da perdição”. Tem algo errado nisso? Claro que não! Alertar os pecadores sobre os perigos que virão é um ato de verdadeira compaixão e amor bíblico. Porque esses homens fazem isso, omitindo essa verdade? Não há dúvida que é porque eles desconhecem o estado depravado dos seus próprios corações. Aonde chegaremos com isso? Não é verdade que as consequências são gravíssimas? A serpente enganadora já está puxando com firmeza a carruagem bela do ecumenismo e adaptando-a às cerimônias religiosas de nossos dias.
        Mas a verdade não muda, por isso temos de pregar todo conselho de Deus. Foi assim que Deus tratou Moisés: “Põe tua mão no teu seio”, veja o que vai acontecer! Noutras palavras, Deus estava usando essa lição tão prática para mostrar a Moisés o quanto seu valor para o serviço de Deus era o mesmo valor que damos ao zero. De fato, uma minhoca tem mais valor do que nós temos. Quem sou eu? Nada! Se sou exatamente como nada, então o zero é até melhor que um nada, porque logo o zero pode ser ajuntado à direita de algum número. Deus estava na prática dizendo a Moisés que ele era um caído, potencialmente um leproso, apto para ser posto fora, porque não serve.
        É essa a lição que devemos aprender diariamente, que somos provenientes de Adão; que nada temos em nós mesmos, que tenha qualquer valor para Deus. Deus quer dizer que nada sobrou do pecado que pode ser aproveitado. Precisamos ser furado pela espada, a fim de que sejamos descobertos em nossa completa nulidade.

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