sexta-feira, 17 de julho de 2020

A INÚTIL CONFIANÇA NO HOMEM E NAS COISAS (9 de 10)



“Moisés respondeu: Mas eis que eles não vão acreditar em mim, nem ouvirão que vou dizer; pois dirão: O Senhor não apareceu a ti. Então o Senhor perguntou a Moisés: Que é isso que tens na mão? Ele respondeu: Uma vara...” (Êxodo 4)
O QUE SOU NO CORAÇÃO
        Para entrar nessa lição preciso lembrar aqui o fato que Moisés demonstrou que sempre agiu com confiança em si mesmo. É exatamente isso o que precisamos aprender, quando lidamos com o Deus da revelação bíblica. O que Deus estava fazendo era dando uma lição prática naquele que seria instrumento Dele no contato com Seu povo. Espero que meus leitores entendam bem o que venho dizer aqui. Deus pode muito bem fazer Suas obras sem qualquer mediação humana. Lembremos que Ele é Deus, o Deus das impossibilidades.
        Mas aprouve o Senhor usar instrumentos humanos para lidar com os homens. Ele é Rei e reina absolutamente no céu e na terra, mas aprouve o Senhor usar reis na terra, assim como fez com a nação de Israel. O Senhor sempre usou profetas, como seus porta-vozes, para comunicar Sua mensagem a Israel e ao mundo. Usou e usa pregadores humanos, cheios da compaixão Dele, a fim de comunicar Sua mensagem de salvação aos perdidos. Mas a todos os Seus servos Ele sempre os preparou e os encheu do poder do Seu santo Espírito, a fim de que Sua mensagem fosse realizada. Foi isso o que Ele estava fazendo com Moisés. Primeiro abandonou durante oitenta anos, 40 anos no Egito e 40 entre os midianitas, a fim de silenciar a invasora natureza adâmica, a qual sempre achou e acha que Deus está demorando ou mesmo está agindo errado.
        Diante do grande EU SOU, o homem Moisés precisava saber quem era ele; que era um pecador igual a qualquer egípcio. Numa lição bem prática, o “todos pecaram” estava sendo ensinado por Deus a Moisés; Deus estava mostrando que era ele um mortal no meio dos mortais, por isso mandou que pusesse a mão no peito e quando fez isso percebeu que sua mão estava leprosa. Ali estava Moisés vendo com horror o estado do seu coração. O que ele poderia retirar de si mesmo? O que ele tinha no coração? A lepra mostra com clareza ser a figura clara do pecado, como sendo um poder corruptível e contagioso. Que lição memorável! E nós precisamos saber disso, porque não são poucas as vezes que expressamos nossa confiança em nossa capacidade. Foi assim que fez Pedro, porquanto era por demais cheio de confiança em si, até que o Senhor o deixou abandonado sob o cerco de satanás, a fim de mostrar-lhe o quanto aquele Simão era apto para se juntar às maldades dos homens e negar ao Senhor.
        Nessa lição, como Deus nos ensina? Ele o faz muitas vezes usando circunstâncias desagradáveis, a fim de nos humilhar. Ele nos deixa enfermos, ou mesmo nos deixa sem recursos que gostamos de ter aqui, a fim de nos ensinar. Às vezes Deus nos deixa sofrer com algum mal que nos perturba, assim como Paulo com o espinho na carne, sem que ouça nossas orações para nos tirar o que nos atormenta aqui. As mãos leprosas mostram o homem em seu estado natural, o que ele é, completamente imundo, desprezível e desprezado por Deus. O que Moisés jamais havia visto, Deus o via e era para ele saber disso. Quem era Moisés? Quem sou eu? Quem somos nós? Queremos a resposta, ou fugimos da resposta de Deus? Nada havia em Moisés, senão a figura de um leproso e indigno. Foi isso o que ocorreu com Jó, após ouvir as palavras do Senhor, levando aquele homem ao pó.
        Oh! Que santa escola é a faculdade da graça! O que aprendemos quando estamos diante do Senhor? Aprendemos a nos humilhar, a descer até vermos onde podemos chegar em nossa miséria. Somente assim Deus terá compaixão de nossas vidas e talvez venha a nos usar neste mundo como sendo autênticos servos Dele.


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