quarta-feira, 15 de julho de 2020

A INÚTIL CONFIANÇA NO HOMEM E NAS COISAS (7)



“Moisés respondeu: Mas eis que eles não vão acreditar em mim, nem ouvirão que vou dizer; pois dirão: O Senhor não apareceu a ti. Então o Senhor perguntou a Moisés: Que é isso que tens na mão? Ele respondeu: Uma vara...”
O QUE SOU NO CORAÇÃO
        Já pudemos ver na vara a inútil confiança que muitas vezes colocamos nas coisas desta vida e é exatamente aí que muitos crentes tropeçam. Muitas vezes Deus toma de nós o que Ele nos deu, a fim de que não coloquemos nossa confiança nessas coisas, para que aprendamos a confiar e descansar somente Nele. O que o Egito nos deu ficou para traz, pois na jornada rumo à terra prometida a provisão será o que vem do céu. Neste mundo tudo aqui nos cerca para que tiremos os olhos do Senhor para conhecer Seu imenso amor por nós, para que O adoremos em tudo o que recebemos Dele e assim possamos crescer e amadurecer na fé. Precisamos fazer a lista das coisas onde depositamos nosso amor, porque satanás usa essas coisas para nos distanciar do Senhor e nos fazer aproximar do seu mundo perigoso. Quando alguém quer, por exemplo, tirar algo precioso de um vaso, ele enfia sua mão ali, mas logo percebe que não pode tirar por ser apertado. O que ele deve fazer? Deve soltar o que tem preso no punho e somente assim sua mão fica livre para sair. Eu sei que o assunto merece nossas melhores considerações, mas vou finalizar o assunto.
        O que temos em seguida? Notemos que Deus não concluiu Seu ensino que queria dar ao Seu servo. Grande missão Moisés teria à frente, até sua morte. Como entrar na obra de Deus? Somos nós capazes para essa tão gloriosa tarefa? Muitos são os servos que de imediato se sentem tão incapazes que nem sequer ousam pensar em poder fazer qualquer coisa. A atitude de Maria foi tão humilde, mas cheia da coragem de uma fé obediente: “Eis aqui a serva do Senhor...”. Com outros servos, Deus há de agir com atitudes soberanamente Dele, a fim de humilha-los e fazê-los sentir incapazes para grandiosas tarefas. Veja bem, não estou aqui referindo apenas ao ministério de ser pastor, missionário, ou outro serviço especial. Eu estou referindo aqui a todo serviço do crente na terra; todos nós fomos chamados para uma obra especial e todo serviço do Senhor é santo e glorioso. Parecia tão simples o serviço da mãe de Moisés, mas foi grandioso e sua obra de fé ficou marcada para sempre (Êxodo 2). Acontece que para toda obra de Deus, nossa confiança em nós mesmos e nas coisas devem ser atiradas fora, porque de nada servem.
        É exatamente isso o que aconteceu com Moisés, assim que Deus o mandou que ele colocasse a mão no peito, ele o fez e sua mão ficou leprosa. Ora, esse sinal tem grande valor para nós e o assunto merece nossas sérias considerações acerca do estado depravado do homem. Lembro aos meus leitores que em certos textos bíblicos nós temos liberdade para espiritualiza-los. O erro da espiritualização está em transformar a bíblia num cenário de espetáculos das nossas vãs imaginações e fantasias. Determinados textos foram colocados pelo Espírito Santo para que vejamos como os ensinos bíblicos espirituais aparecem ali de imediato, desde que tais ensinos estejam de acordo com toda Escritura. Assim, posso pegar o texto de Êxodo 4, a fim de trazer essas aulas que Deus deu a Moisés, como ensino prático para nossas vidas, tanto a lição da vara, quanto a lição da lepra.
        Minha esperança é que essa simples explicação venha ajudar meus leitores. Que diferença temos de Moisés? Nenhuma! Somos todos provenientes de um Adão caído. Os crentes de hoje, assim como os santos do Velho Testamento são demonstrações da operante graça e misericórdia de Deus. Foi Ele quem nos salvou e nos chamou a fim de sermos Dele para sempre, quando nós realmente merecíamos o castigo eterno. Assim, nada há em nós para que venhamos a nos gloriar em nós mesmos.

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