“Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de
águas vivas, e cavaram para si cisternas, cisternas rotas, que não retêm as
águas” (Jeremias 2:13).
Caro leitor avancemos
mais no conhecimento dessas profundas e preciosas verdades que nos foram
reveladas. Os salvos precisam conhecer as maravilhas da graça, a fim de que não
venham a enveredar pelo orgulho espiritual. O povo que conhece o Deus que é
riquíssimo em misericórdia (Efésios 2:4) é um povo sábio, forte e que anda com
o Senhor. As maravilhas que nos foram reveladas devem trazer gratidão,
submissão ao Senhor.
Tenho mostrado o fato
que o pecado atirou a raça longe da glória de Deus. Como o assunto é tão
abrangente, prefiro que sondemos esse assunto com precisão bíblica. Separados
da glória de Deus a raça caída não consegue vislumbrar o reino de amor de
Deus. Estão pertos da porta da glória, mas não veem a luz que brilha,
porquanto vivem do lado de fora da casa eterna. Mesmo diante de tantas provas
preciosas de homens e mulheres transformados e feitos novas criaturas, as
multidões não conseguem ver essa diferença e para os homens no pecado tudo isso
não passa de loucura (1 Coríntios 2:14). Analisemos esse assunto com mais
detalhes.
O reino de Deus foi
estendido neste mundo com a obra salvadora do Senhor; a luz veio ao mundo e
neste império das trevas Deus montou sua agência de trabalho, salvando homens e
mulheres do pecado e transportando-os desse reino de mentiras e escravidão para
um cenário glorioso de luz e liberdade. Mas o pecado cega a mente e assim
impede que as pessoas vejam essas maravilhas; elas passam de largo e ignoram
tudo isso. Estão perto do tesouro eterno, mas não podem vislumbrar essas
riquezas; mesmo aqueles mais achegados, mesmo parentes e amigos de um salvo não
pode perceber a glória de Deus na salvação do pecador. Saulo de Tarso voltou
para Jerusalém completamente transformado, mas a mudança em seu viver trouxe
ódio e perseguição da parte daqueles que antes eram seus amigos e colegas na
profissão religiosa.
O pecado fez com que
cada pessoa esteja aprisionada no invólucro da morte. A morte é poderosa e
aprisiona cada detalhe da composição espiritual do homem. A deixa o homem em
completa cegueira e paralisa todos os membros do corpo, impedindo que
vislumbrem a glória de Deus e sirvam ao Senhor. Eles não conseguem ver a
obra da ressurreição. Na salvação o pecador é transportado da morte para a
vida (João 5:24) e passa agora a ter a vida que há no Filho de Deus e essa nova
e eterna vida transcende infinitamente a vida em Adão. A nova criação supera
ilimitadamente a velha criação. Os homens no pecado não conseguem compreender
essas realidades que vêm do céu e não podem ser achadas na terra (João 1:13).
Homens e mulheres que viverão eternamente, que foram chamadas para a glória
estão no mundo, andando no meio deles e mostrando a diferença daquilo que
somente e tão somente a graça pode fazer.
Eles não conseguem
entender o reino eterno. Mesmo Nicodemos com toda sua religiosidade e conhecimento
mental das Escrituras do Velho Testamento, não passa de um cego e ignorante, à
semelhança de qualquer pagão. Por isso o Senhor disse àquele homem que ele não
poderia entrar no reino de Deus, caso não houvesse uma obra de novo nascimento
em sua vida e isso era algo de Deus (João 3:3). Mostrar aos homens caídos as
glórias eternas do reino de Deus é a mesma coisa que tentar explicar cores para
um cego; como ensinar um peixe a viver fora da água. O acesso ao reino de Deus
não acontece pela vontade do homem, mas sim pela vontade de Deus (João 1:13).
Caro leitor, minha
oração é que minhas pobres palavras tenham a unção de Deus, a fim de abrir seus
olhos para a verdade gloriosa desse evangelho! Que pela visitação da
misericórdia você possa enxergar as riquezas eternas da tão grande salvação
conquistada por Cristo ali na cruz; que ao ver sua própria miséria, atirado
neste mundo como escravo do pecado e cego, o Senhor abra seus olhos para que
venham enxergar o bondoso e fiel Salvador que agora está pronto a salvar.
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