CAPÍTULO
3 (b)
A glória
de Cristo manifestada pelo mistério das Suas duas naturezas
1. Devemos estar absolutamente
seguros de que esta glória de Cristo na Sua natureza humana e divina é o
melhor, o mais nobre e o mais útil dos temas em que podemos pensar. O Apóstolo
Paulo diz que todas as demais coisas são como perda, e em comparação com esta verdade,
como o esterco (Veja Filipenses 3:8-10). As Escrituras falam da necedade das
pessoas que gastam “o dinheiro naquilo que não é pão; e o produto do vosso
trabalho naquilo que não pode satisfazer” (Isaías 55:2). Eles fixam os seus
pensamentos nos seus prazeres pecaminosos e recusam ver a glória de Cristo.
Algumas
pessoas são capazes de alcançar pensamentos muito elevados acerca da criação e
da providência divinas. Mas não há nenhuma glória nestas coisas comparadas com
a glória da dupla natureza de Cristo. No Salmo 8 Davi está meditando na
grandeza das obras de Deus. Isto fá-lo pensar na pobre e débil natureza humana,
a qual parece como nada em comparação com a obra de Deus. Mas então, Davi
começa a admirar a sabedoria, a bondade e o amor divino por exaltar a nossa
natureza humana (na pessoa de Cristo) muito por cima das obras da criação. O
Apóstolo explica isto em Hebreus 2:5-6; veja também o Salmo 8. Quão
prazenteiras e desejáveis são as coisas deste mundo: esposa, filhos, amigos,
posses, poder e honra, etc,... Mas a pessoa que tem todas estas coisas e também
um conhecimento da glória de Cristo dirá: “A quem tenho eu no Céu senão a Ti? E
na Terra não há quem eu deseje além de Ti.” (Salmo 73:25) Porque “Pois quem no
Céu se pode igualar ao SENHOR? Quem é semelhante ao SENHOR entre os filhos dos
poderosos?” (Salmo 89:6)
Apenas um olhar à formosura
gloriosa de Cristo é suficiente para conquistar e capturar os nossos corações.
Se não estamos olhando para Ele frequentemente e pensando na Sua glória é
porque as nossas mentes estão muito ocupadas nas coisas terrestres. Então, não
estamos aferrando-nos à promessa de que os nossos olhos verão o Rei na Sua formosura.
2. Uma das atividades da fé
consiste em esquadrinhar as Escrituras porque elas declaram a verdade acerca de
Cristo. Ele mesmo nos exortou a fazê-lo: “Examinais as Escrituras... e são elas
que de Mim testificam” (João5:39). Vemos a glória de Cristo nas Escrituras de
três maneiras:
a) Pelas descrições diretas da
Sua encarnação e do Seu caráter como o Deus homem. Veja-se Gn 3:15; Sl 2:7-9;
45:2-6; 78:17-18; 110; Is 6: 1-4, 9:6; Zc 3:8; Jo 1: 1-3; Fl 2:6-8; Hb 1: 1-3,
2:4-16 e Ap 1:7 e 18.
b) Por incontáveis profecias,
promessas e outras expressões que nos conduzem a considerar a Sua glória.
c) Pelas instituições sagradas de
adoração divina que Deus estabeleceu sob o Antigo Testamento, e pelo testemunho
direto dado acerca dEle no Novo Testamento. Isaías disse: “Eu vi o Senhor
assentado sobre um alto e sublime trono; e o seu séquito enchia o templo.” (Is
6:1) Esta visão do Cristo divino foi tão gloriosa que os serafins cobriam os
seus rostos (Veja Isaías 6:1-3 e João 12:41). Quanto maior foi a glória revelada
abertamente nos dias dos Evangelhos! Pedro diz-nos que ele e os outros
Apóstolos foram testemunhas da majestade de nosso Senhor Jesus Cristo: “Porque
não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo,
seguindo fábulas artificialmente compostas, mas nós mesmos vimos a Sua
majestade, porquanto Ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da
magnífica glória Lhe foi dirigida a seguinte voz: Este é o Meu Filho amado, em
quem Me tenho comprazido.” (2 Pedro 1:16-17) Deveríamos ser como aquele
mercador que buscava toda a espécie de pérolas. Quando encontrou aquela pérola
de grande preço vendeu tudo o que tinha e comprou-a (Mt 13:45-46). Cada verdade
sagrada da Escritura é uma pérola que nos enriquece espiritualmente. Mas quando
nos encontramos frente à glória de Cristo, encontramos tanto gozo que jamais
nos separaremos desta pérola preciosa. A glória da Bíblia é que ela agora é o
único meio que nos ensina a glória de Cristo.
Tradução de Antônio Carlos
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