Ezequiel
37
A NECESSIDADE DO
AVIVAMENTO (versos 1,2)
Até parece que essa emocionante visão do
profeta é uma lição apenas os pregadores da Palavra. De fato, o texto nos
emociona e também nos impulsiona a uma ação, a fim de que contemplemos a glória
de Deus nestes dias tão maus, como estamos presenciando. Mas o texto também é
para todos os sinceros crentes. Um avivamento não começa meramente com Deus
mobilizando pastores, mas sim os santos Dele à oração. Tenho um pequeno grupo
na minha igreja e com esse grupo toda minha luta é para que conscientizemos da
necessidade de orar com intensidade, rogando ao Senhor que Ele venha visita
este atual vale de ossos secos.
Posso intensificar esse tema, porque eu
sei que a visão (falo sobre visão bíblica) que o povo crente tem hoje não é
aquilo que o povo crente precisa ter. A ausência de um real interesse por
coisas que nos foram reveladas é que tem feito com que a igreja de Deus não
creia nas maravilhas que Deus opera neste mundo. A igreja atual não percebe que
transita no meio dos mortos. Esta deveria ser a visão que o povo salvo deveria
ter. Nós estamos acostumados a pensar, viver e sentir à luz daquilo que
naturalmente recebemos. Nós estamos acostumados a lidar com tudo aqui à luz
daquilo que o mundo nos oferece. A igreja crer na doutrina do pecado, mas de
forma superficial, olhamos as bolhas da superfície e não mergulhamos para ver
as realidades das coisas como elas realmente são à luz da revelação bíblica.
Precisamos entender pelo menos um pouco, como Jacó entendeu depois que teve
aquele sonho (Gênesis 28).
Voltando ao texto, é dito ali que o
número de ossos secos era grande: “numerosos”. Não é essa a situação do mundo.
Quando nossa visão é aberta pela realidade bíblica então começamos a ver o
grande número de pessoas mortas, mas que naturalmente anda ao nosso derredor.
Toda nossa ignorância partiu daquela concepção teologicamente errônea que
recebemos por tantos anos. Fomos ensinados que o homem tem nele um poder de
decisão e que Deus espera a decisão do homem para sua salvação. Ora, esse
ensino tão errado trouxe essa visão elementar das coisas. Olhamos o homem desse
ponto de vista e desanimamos na questão da salvação. Nós não vemos como Deus
mostra – morto em seus pecados. Nós não vemos quaisquer defuntos ao nosso
derredor, por esse fato não há em nós qualquer motivação para chorar, para
temer a Deus e rogar-Lhe que Ele venha realizar Suas poderosas obras neste imenso
cemitério.
A próxima lição nos traz aquele sentido
de incapacidade diante da realidade das coisas. Nós não vemos que o evangelho
bíblico é Deus agindo onde somente há impossibilidades: “Poderão viver...?”
Olhamos desiludidos, assim como ocorre quando fisicamente morre alguém. Já
participei de vários funerais e o que vemos é desilusão, porque não há
esperança, por isso o silêncio toma conta, assim como ocorreu na morte de
Lázaro: “Já cheira mal!”. Mas quando aprendemos de Deus, do modo como Ele
opera, é de se esperar que frustre toda expectativa humana. Não acreditamos num
Deus que só opera maravilhas (Salmo 136:4). Quem poderá fazer algo pelos
milhares de ossos secos ao nosso derredor? Eu nada posso fazer; minha igreja
nada pode fazer. Os mortos estão por todos os lados. Eles são movidos pelo
espírito que opera neles. Eles não têm vida espiritual, não pensam, não sentem,
não têm poder de decisão, pois perante Deus estão mortos.
Onde está a resposta? Nosso pai na fé –
Abraão nos deu a resposta, porque ele sabia bem que se matasse Isaque, seu Deus
era poderoso para ressuscitá-lo. Eis aí nossa fé. Nosso Senhor pode descer do
céu e pelo Seu poder realizar coisas inauditas em nossos dias.
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