sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

O MILAGRE DO AVIVAMENTO (5)

          

                                               Ezequiel 37

A NECESSIDADE DO AVIVAMENTO (versos 1,2)

        Até parece que essa emocionante visão do profeta é uma lição apenas os pregadores da Palavra. De fato, o texto nos emociona e também nos impulsiona a uma ação, a fim de que contemplemos a glória de Deus nestes dias tão maus, como estamos presenciando. Mas o texto também é para todos os sinceros crentes. Um avivamento não começa meramente com Deus mobilizando pastores, mas sim os santos Dele à oração. Tenho um pequeno grupo na minha igreja e com esse grupo toda minha luta é para que conscientizemos da necessidade de orar com intensidade, rogando ao Senhor que Ele venha visita este atual vale de ossos secos.

        Posso intensificar esse tema, porque eu sei que a visão (falo sobre visão bíblica) que o povo crente tem hoje não é aquilo que o povo crente precisa ter. A ausência de um real interesse por coisas que nos foram reveladas é que tem feito com que a igreja de Deus não creia nas maravilhas que Deus opera neste mundo. A igreja atual não percebe que transita no meio dos mortos. Esta deveria ser a visão que o povo salvo deveria ter. Nós estamos acostumados a pensar, viver e sentir à luz daquilo que naturalmente recebemos. Nós estamos acostumados a lidar com tudo aqui à luz daquilo que o mundo nos oferece. A igreja crer na doutrina do pecado, mas de forma superficial, olhamos as bolhas da superfície e não mergulhamos para ver as realidades das coisas como elas realmente são à luz da revelação bíblica. Precisamos entender pelo menos um pouco, como Jacó entendeu depois que teve aquele sonho (Gênesis 28).

        Voltando ao texto, é dito ali que o número de ossos secos era grande: “numerosos”. Não é essa a situação do mundo. Quando nossa visão é aberta pela realidade bíblica então começamos a ver o grande número de pessoas mortas, mas que naturalmente anda ao nosso derredor. Toda nossa ignorância partiu daquela concepção teologicamente errônea que recebemos por tantos anos. Fomos ensinados que o homem tem nele um poder de decisão e que Deus espera a decisão do homem para sua salvação. Ora, esse ensino tão errado trouxe essa visão elementar das coisas. Olhamos o homem desse ponto de vista e desanimamos na questão da salvação. Nós não vemos como Deus mostra – morto em seus pecados. Nós não vemos quaisquer defuntos ao nosso derredor, por esse fato não há em nós qualquer motivação para chorar, para temer a Deus e rogar-Lhe que Ele venha realizar Suas poderosas obras neste imenso cemitério.

        A próxima lição nos traz aquele sentido de incapacidade diante da realidade das coisas. Nós não vemos que o evangelho bíblico é Deus agindo onde somente há impossibilidades: “Poderão viver...?” Olhamos desiludidos, assim como ocorre quando fisicamente morre alguém. Já participei de vários funerais e o que vemos é desilusão, porque não há esperança, por isso o silêncio toma conta, assim como ocorreu na morte de Lázaro: “Já cheira mal!”. Mas quando aprendemos de Deus, do modo como Ele opera, é de se esperar que frustre toda expectativa humana. Não acreditamos num Deus que só opera maravilhas (Salmo 136:4). Quem poderá fazer algo pelos milhares de ossos secos ao nosso derredor? Eu nada posso fazer; minha igreja nada pode fazer. Os mortos estão por todos os lados. Eles são movidos pelo espírito que opera neles. Eles não têm vida espiritual, não pensam, não sentem, não têm poder de decisão, pois perante Deus estão mortos.

        Onde está a resposta? Nosso pai na fé – Abraão nos deu a resposta, porque ele sabia bem que se matasse Isaque, seu Deus era poderoso para ressuscitá-lo. Eis aí nossa fé. Nosso Senhor pode descer do céu e pelo Seu poder realizar coisas inauditas em nossos dias.


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