segunda-feira, 27 de maio de 2013

meditação de Spurgeon



“Morava, pois, Mefibosete em Jerusalém, porquanto de contínuo comia à mesa do rei; e era coxo de ambos os pés.” (2Samuel9:13)

       Mefibosete não era um grande ornamento para a mesa real; no entanto ele comia sempre ali para que Davi pudesse ver no seu rosto as feições do seu amado Jônatas. Nós também como Mefibosete podemos dizer ao Rei de Glória: “Quem é teu servo, para tu teres olhado para um cão morto tal como eu?” Mas o Senhor satisfaz-nos constantemente, tendo Ele conosco um convívio muito familiar, porque Ele vê nos nossos rostos as feições do Seu muito querido Jesus.
       O povo de Deus é amado pela mediação de Jesus. É tal o afeto que o Pai professa ao Seu Unigênito que, por amor a Ele, levanta da pobreza os Seus irmãos humildes e do desterro, e põe-nos na corte, entre os de nobre hierarquia, e senta-os à mesa do Rei. As suas deformidades não os privarão dos seus privilégios.
       A coxeadura não é um obstáculo à filiação. O coxo é tão herdeiro de Deus como se pudesse correr como Asael. A nossa justiça não coxeia embora o façam as nossas forças. A mesa de um rei é um bom esconderijo para as pernas entrevadas, e na festa do Evangelho aprendemos a nos glorificar na nossa fraqueza porque o poder de Cristo repousa sobre nós. Não obstante, uma incapacidade penosa pode estragar a personalidade dos mais amados santos.
       Aqui temos alguém que era tratado com atenção por Davi, mas tão aleijado de ambos os pés que não pôde subir com o rei quando ele fugia da cidade, e, por consequência, foi caluniado e injuriado pelo seu servo Siba. Os santos cuja fé é débil e cujo conhecimento é escasso são grandes perdedores; eles estão expostos a muitos inimigos e não podem seguir o rei para onde quer que ele vá.
       Esta enfermidade origina-se frequentemente nas quedas. A má alimentação na infância espiritual é muitas vezes a causa de que os convertidos caiam num desalento do qual nunca podem restabelecer-se; e, noutros casos, é o pecado o que nos deixa os ossos quebrados. Senhor, ajuda o coxo a pular como um veado, e sacia todo o Teu povo com o pão da Tua mesa!
Tradução de Carlos António da Rocha

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