terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

“Pai, pequei.” (Lucas 15:18) Spurgeon



       É muito certo que aqueles a quem Cristo lavou no Seu precioso sangue, não necessitam, como delinquentes ou criminosos, fazer confissão de pecado perante Deus o Juiz, pois Cristo tirou, em sentido legal, todos os seus pecados para sempre; de sorte que eles não estão mais no lugar onde poderiam ser condenados, mas são duma vez para sempre aceites no Amado.
       Porém, tendo chegado a ser filhos, e ofendendo como filhos, não devem ir todos os dias perante seu Pai celestial para confessar-Lhe os seus pecados e a reconhecer as suas iniquidades? A natureza ensina que é dever dos filhos extraviados fazer confissão a seu pai terrestre; e a graça de Deus no coração ensina-nos que nós, como cristãos, temos o mesmo dever para com o nosso Pai celestial.
       Ofendemos diariamente; não devemos, pois, descansar sem um perdão diário. Porque, supondo que as minhas transgressões contra meu Pai não Lhe fossem imediatamente levadas, para que as lave com o poder purificador do Senhor Jesus, qual seria a consequência? Se não tenho procurado perdão e não fui lavado das ofensas contra meu Pai, então sentir-me-ei afastado Dele, duvidarei do Seu amor para comigo, tremerei perante Ele, terei medo de orar-Lhe, serei igual ao filho pródigo, o qual, se bem que era um filho, estava, contudo, longe do seu pai.
       Mas se, com o pesar de um filho, por ter ofendido a tão misericordioso e amante Pai, vou a Ele e Lhe digo tudo, e não descanso até que sinta que estou perdoado, então experimentarei um santo amor para com meu Pai e seguirei a minha carreira Cristã, não só como salvo, mas como alguém que goza de paz com Deus por meio de Jesus Cristo, meu Senhor.
       Há uma grande diferença entre confessar o pecado como delinquente e confessá-lo como filho. O seio do Pai é o lugar para as confissões do penitente. Nós fomos limpos uma vez por todas, porém os nossos pés ainda precisam de ser lavados da contaminação de nosso andar diário como filhos de Deus.

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