quarta-feira, 5 de julho de 2017

MORTOS ESQUADRINHANDO AS ESCRITURAS (8)




“Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas quem testificam de mim” (João 5:39,40).
TRISTE CONDIÇÃO DOS MORTOS: “...e são elas que testificam de mim”
        Como mortos eles manuseiam apenas o livro e a letra. Sem o Espírito a letra é morta. O capítulo 6 de João prova claramente como os judeus ficaram com raiva e se afastaram após o discurso do Senhor. Suas palavras eram espirituais, mas eles viram as letras e não as verdades eternas sublinhadas naquela linguagem simbólica do Velho Testamento, apresentando Cristo como o pão da vida e seu sangue para ser bebido, a fim de dar vida eterna aos pecadores. Os discípulos puderam entender, por isso disseram: “...tu tens as palavras de vida eterna”. A bíblia é em toda profecia, história, poesia e ensinos a Pessoa sublime e preciosa do Filho de Deus. Sem a presença do Espírito Santo ninguém há de entender o livro do Senhor; não passará de um ambiente escuro sem qualquer compreensão ao entendimento do homem natural.
        Outro detalhe é que os judeus estavam perante a Pessoa do Senhor, mas eles viam apenas o Nazareno; eles compreendiam as coisas do ponto de vista terreno e não celestial, por essa razão não compreendiam a linguagem da lei, em suas figuras e tipos. Como mortos para Deus, aqueles homens e mulheres eram vivos para o pecado e o mundo; todo seu ser era constituído de idolatria (Jeremias 17:1); toda bagagem religiosa não passava de estímulo da carne e satisfação das exigências mundanas. Eles amavam o que o mundo inteiro ama: a fama, as riquezas, a comida, o conforto, etc. A Pessoa central do livro de Deus estava ali, mas era desprezado e odiado, assim como odiaram e desprezaram o maná no deserto. Ali estava perante eles o Cordeiro de Deus, o mesmo apresentado por João Batista, mas eles certamente se apresentariam como sendo seus algozes.
        Os homens mortos em seus pecados são cegos e quando tomam as Escrituras mostram o quanto desprezam o Senhor. Eles citam o Salmo 23, mas realmente odeia o Sumo Pastor das ovelhas, rejeitam sua salvação, desprezam-no como Profeta, Rei e Sacerdote. A bíblia para os mortos espirituais é como um livro mágico; eles o tomam para triturar sua história, a fim de fazer manipular a verdade, tornando um livro milagreiro. Satanás gosta que eles utilizem as Escrituras, porque eles se tornam ainda mais idólatras e carnais; eles fazem com que as preciosas lições da revelação sejam usadas para pintar seus ídolos ou mesmo tornar calmante para os momentos difíceis. O alvo das Escrituras é revelar a tão grande salvação e o tão precioso Salvador.
        Na salvação homens e mulheres são tirados das trevas para a maravilhosa luz (Colossenses 1:13), mas os mortos espirituais são mantidos em seus cativeiros, porquanto a palavra de Deus tem também o poder de endurece-los ainda mais. Eles querem um salvador dos perigos aqui; eles querem um salvador que lhes conceda sorte. Por essa razão, quando surgem os falsos mestres, eis que os mortos espirituais estão prontos a acatar suas palavras. As Escrituras proferidas por homens infiéis tornam-se uma rede perigosa, são como empurrões para o abismo. Quando mortos esquadrinham as Escrituras eles se tornam alegres, porquanto veem o pecado e o mundo como delícias “abençoadas”. Mediante o que podem tomar das Escrituras, eles conseguem adorar o pai da mentira com grande regozijo, assim como o povo de Israel adorou o bezerro de ouro, porque no engano confessaram que aquele objeto era seu deus.
        Ah! Que satisfação os mortos têm quando satanás lhes dirige as Escrituras com novas mentiras bem manipuladas! Eles se alegram e ficam persuadidos que estão indo bem, sem saber que estão sendo levados para a sepultura aterrorizante que aguarda os perdidos. Eles vão perecer em seus pecados e nem percebem o quanto estão amarrados em seu orgulho próprio.

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