sexta-feira, 10 de junho de 2016

DESEJO POR UMA VIDA PIEDOSA (4)




“Livra-me dos crimes de sangue, ó Deus, Deus da minha salvação, e a minha língua exaltará a tua justiça. Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha boca manifestará os teus louvores. Pois não te comprazes em sacrifícios; do contrário, eu tos daria; e não te agradas de holocaustos. Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus” (Salmo 51:14-17).
ELE PROCLAMA A JUSTIÇA DE DEUS.
        Prezado leitor estamos diante desse culto realizado entre um homem arrependido e seu Deus. Vemos um homem cujo coração está completamente aberto, ao se apresentar em pranto e confissão perante Deus. Davi não procurou um sacerdote conforme havia em Israel; Davi não buscou outros mediadores, ele foi diretamente ao Senhor pela fé justamente porque conhecia o seu Senhor e sabia bem que havia ofendido sua santidade e extravasado em maldades contra seu próximo. O que vemos logo no início é que Davi quer proclamar a justiça de Deus: “...e a minha língua exaltará a tua justiça”.
        Notemos bem no texto acima que Davi agora pode conhecer o que realmente significa salvação, e uma alma humilhada entende essa verdade por experiência própria. O que os homens hoje entendem por salvação é completamente diferente da salvação bíblica. Davi deixa claro que Deus era o Deus da sua salvação. Davi viu no íntimo quão terrível foi sua queda e que não havia qualquer esperança, a não ser nesse Senhor tão cheio de compaixão por aqueles que sinceramente O buscam. Falo isso porque enquanto a maldade estiver escondida no íntimo, eis que os homens jamais entenderão o que realmente significa a justiça de Deus; eles estarão proclamando sua própria justiça; eles sempre acharão neles algo que atrai a atenção de Deus e que por isso Deus os considera merecedores de um lugar no céu.
        A justiça própria é o caminho mais poderoso para manter o orgulho bem disfarçado no íntimo; é o caminho certo para as mais terríveis apostasias que vemos em nossos dias. Não fosse a visitação bondosa de Deus, certamente Davi continuaria endurecido e até mesmo sendo aparentemente mais religioso. Mas um viver com o pecado encoberto só leva o homem às maiores perversidades, assim como ocorreu com Saul. Mas não é assim com aqueles que entenderam o temor ao Senhor, que se humilharam e confessaram a sua culpa, a fim de obter o perdão de Deus. A alma nessa condição realmente quer destacar um testemunho maravilhoso em sua vida no tocante a justiça de Deus. E isso ele o fará com sua boca e seu viver.
        Meu caro amigo, a vida piedosa começa nessa justiça e não por vãos e inúteis sacrifícios. Quando homens e mulheres desconhecem a imundície de seus corações; que jamais confessaram seus pecados, nem se refugiaram em Cristo, eis que eles sempre hão de questionar os direitos de Deus, a fim de publicar seus próprios direitos. É comum ver homens e mulheres agindo assim nas igrejas, porque jamais foram humilhados por Deus; jamais se curvaram perante a verdade revelada. É comum em nossos dias muitos sendo bem opiniáticos no que tange a salvação deles; proclamam que já estão salvos e que essa salvação é para sempre. Mas o fato é que em seus corações eles continuam endurecidos, amantes do mundo, negando andar com Deus nem tendo qualquer prazer pelos Seus ensinos no viver.
        Assim como o salmista, os santos proclamam a justiça de Deus e têm essa justiça como base para um viver piedoso. Aliás, quanto mais humilhado estiver o crente, mais destacada será a justiça de Deus em seu viver. Quanto mais soberbo for o viver, mais longe a alma estará de Deus. Quando o ego desaparece, eis que assim começa a brilhar a glória de Cristo na vida e o mundo começa a ver os resultados dessa justiça em piedade.

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