sexta-feira, 29 de novembro de 2013

ESCAPANDO DO JUÍZO CERTO (10)




         Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, de sorte que venham os tempos de refrigério, da presença do Senhor” (Atos 3:19).
         Caro leitor, o arrependimento é um acontecimento sobrenatural na vida de um homem. Certamente é uma experiência humilhante, mas é isso o que realmente acontece com aqueles que são chamados à exaltada glória. Primeiro vem a humilhação, para depois ocorrer a exaltação. Primeiro o homem deverá cair ao pó, a fim de ser erguido à posição de um herdeiro de Deus. Eis aí a importância do arrependimento; eis aí a razão que tanto a Palavra de Deus anuncia que todos os homens, em todos os lugares se arrependam (Atos 17:30). Já pude mostrar que arrependimento consiste no reconhecimento de sua queda em Adão e no fato de ser um completo transgressor da lei de Deus.
         Prossigo afirmando que o homem arrependido há de ver seu caminho tortuoso pelo qual trilhou com tanto prazer. Já tenho falado tanto sobre isso, mas é uma verdade que deve ser repetida, pois muitos que afirmam que foram salvos desconhecem essa verdade no íntimo, e com efeito na prática. A mensagem de João Batista naqueles dias tinha em mira levar a população de Jerusalém e adjacências ao arrependimento prático. Nós pecadores entramos neste mundo dispostos a mudar as veredas do Senhor; no pecado achamos que os caminhos de Deus são errados. Pense amigo na malignidade do pecado.
         Ora, entramos num território que não nos pertence; passamos a andar, respirar e viver anos, usando aquilo que não nos pertence, a fim de desorganizar o que estava organizado. Pegamos a justiça, a fim de traçar todo ramo de injustiça e firmados nisso tentávamos estruturar nosso próprio reinado de maldade, conforme diz Paulo em Tito 3:3: “Porque também nós éramos outrora insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias paixões e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos e odiando-nos uns aos outros”. É assim que vivem os homens neste mundo, por isso João Batista pregou a mensagem que mobilizou o povo a uma mudança: “...Endireitai os caminhos do Senhor...”, era o brado do grande profeta.
         Então, arrependimento faz com que os homens olhem para traz e enxerguem suas maldades praticadas contra seu próximo e especialmente contra Deus. O arrependimento verdadeiro faz com que o homem deseje voltar no tempo e colocar tudo em ordem. Quanta tristeza enche seu coração quando percebe a filmagem de sua vida, e quão insensato foi ao pensar que ninguém via e que todas as suas maldades desapareceram com o tempo! Ó, quanto é humilhante para a alma conhecer sua miséria!
         O arrependido verá seu orgulho em ter desafiado o próprio Deus. Na salvação a benção gloriosa para a alma é a visitação do Senhor em Sua compaixão. Então, o homem arrependido vê quão ofensivo foi seu viver, como diz a mensagem do hino: “Bem longe de Deus eu andava, um pobre perdido fui eu”. Quanta estultice! Ele percebe o mundo do lado de fora; vê como andava desafiando Deus e afrontando o Senhor. No seu viver religioso percebe que fora um insolente, rebelde e blasfemo, porque apreciava a mentira, porquanto ela encobria bem seus caminhos tortuosos. O arrependido não tem dó de si mesmo, porque sabe que está no lugar certo. Ele vê um Deus justo e reto perante um réu culpado e que merece a condenação. Não há lugar para réplica, pois está emudecido e pasmado diante daquilo que lhe foi mostrado por obra do Espírito.
         Mas é nesse caminho e nessa postura de um barro, que o pecador vê seu Salvador à sua frente. Maravilhoso Salvador! Bendita é a alma chamada para conhecê-Lo! Não há privilégio maior! É ali que a alma conhece o Rei da glória em Sua compaixão aos perdidos! Ele vem ao pecador para reinar em seu coração e expulsar todo mal; Ele chegar para desfazer toda obra do diabo e receber o pecador para Si mesmo!

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