terça-feira, 26 de novembro de 2013

A LIVRE MISERICÓRDIA Spurgeon



“Pois diz a Moisés: Compadecer-Me-ei de quem me compadecer e terei misericórdia de quem Eu tiver misericórdia.”(Romanos 9:15)

       COM estas palavras o Senhor, na forma mais clara, reclama o direito de dar ou de negar a Sua misericórdia, de acordo com a Sua soberana vontade. Como um monarca é investido com a prerrogativa de vida e morte, assim o Juiz de toda a terra tem direito a perdoar ou a condenar o culpado, como melhor Lhe possa parecer à Sua opinião. Os homens, pelos seus pecados, perderam todo o direito perante Deus; portanto, o que eles merecem é perecer pelos seus pecados, e se efetivamente perecessem todos, eles não teriam razão para se lamentarem.
       Se o Senhor intervém para salvar alguns, Ele pode fazê-lo, se os desígnios da justiça não são contrariados; porém, se Ele julga melhor deixar que o condenado sofra a justa sentença, ninguém O pode acusar perante o tribunal. Néscios e impudicos são todos esses discursos acerca dos direitos que têm os homens a serem todos colocados sobre a mesma base; ignorantes, se não pior, são essas discórdias contra a graça discriminante, as quais são somente as rebeliões da orgulhosa natureza humana contra a coroa e cetro de Jeová.
       Quando nós somos levados a ver tanto a nossa própria ruína completa e demérito, como a justiça do veredicto divino contra o pecado, nós não mais argumentaremos com sofisma perante a verdade de que o Senhor não está obrigado a salvar-nos; e, se Ele optar por salvar outros, não murmuremos como se Deus nos estivesse fazendo uma injúria, mas, sim, entendamos que se Ele condescende com olhar em direção a nós, isso será feito por Ele, um ato Seu livre, de imerecida bondade para conosco, pelo qual bendiremos o Seu nome para sempre.
            Como deverão, aqueles que são os objetos da divina eleição, adorar suficientemente a graça de Deus? Eles não têm ensejo para gabar-se, porquanto a soberania exclui a jactância completamente. A vontade do Senhor tem de ser glorificada exclusivamente, e a mera ideia de méritos humanos é lançada fora com desprezo eterno. Não existe nas Escrituras uma doutrina que humilhe mais do que a doutrina da eleição; nenhuma que promova mais a gratidão, e, consequentemente, nenhuma mais santificante. Os crentes não têm de temer esta doutrina, mas, sim, regozijar-se nela com adoração.
Tradução de Carlos António da Rocha (extraído de “no caminho de Jesus)

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