quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

NÃO VERÁ A VIDA (6)


                
“Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, porém permanece rebelde contra o Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele” (JOÃO 3:36)
UMA CONDIÇÃO PERMANENTE SEM VIDA.
        Que saibamos que a ausência de vida é mostrada na inútil maneira de viver, assim como Pedro fala em sua primeira carta (1:18). Quão desnecessária é a forma de vida que leva o ímpio neste mundo! Todos os seus esforços são gastos para aquilo que finda aqui; todos os seus sonhos giram em torno de uma felicidade aqui. Se ajuntam dinheiro para viajar, passear, conhecer pontos turísticos, logo aquilo passa e ferrenhos desejos por felicidades os impulsionam a lutar por tudo o que a bíblia chama de vaidade. Não significa que essas coisas em si mesmas são erradas, mas suas finalidades e perigos que cercam não são perceptíveis, por falta da vida que é realmente eterna, por ausência de uma visão além deste véu. Somente quando os homens são salvos e assim recebem a vida é que eles conseguem entender e avaliar tudo à luz da glória de Deus.
        Assim, os homens sem a vida servem não a Deus, mas ao pecado. Eis aí a real diferença entre a forma como os que têm vida eterna observam as coisas. Eles vêem a vida do ponto de vista bíblico e se desfrutam das belezas desta vida, eles o fazem para adorar a Deus e não para os meros caprichos da carne. Sem a vida que há no Filho, a razão de tudo está aqui mesmo, pois eles não conseguem ver além desta visão horizontal. Não foi assim com o homem rico? Ele ajuntou seus bens a fim de usá-los na velhice. Do ponto de vista dos homens ele estava certo, porém ele esqueceu de sua alma, porque se apegou aos desejos sensuais.
        Além de tudo, os seres humanos foram criados para servir. Não há o que chamam de livre arbítrio. Somos escravos daquele a quem obedecemos. Só há um que é livre e que não há de prestar contas a ninguém e essa pessoa é Deus. Mas a ausência da vida que há em Cristo anula esse fato, pois no pecado cada ser humano quer sentir-se como um deus: “Cada um se desviava pelo caminho...”. Sem a vida os homens não veem que são escravos; para eles o que vale é a liberdade, mas uma liberdade que lhes leva a expressar seus insanos desejos por viver no pecado. Eles não percebem que não são livres coisa alguma; não veem que são pobres e miseráveis escravos, que há poderes terríveis que estão acima deles, dominando todo seu viver. Foi exatamente isso o que o Senhor falou aos judeus em João 8:34: “...todo o que comete pecado é escravo do pecado”. A liberdade que os homens sem a vida pensam que têm, parece com a liberdade que o peixe tem na água, porém, quando são puxados para foram começam a debater para voltar ao seu habitat.
        Há também nos homens sem a vida eterna que há no Filho uma insensibilidade a tudo o que se refere a Deus. Eles podem falar de Deus, mas não tem qualquer ligação com o Deus da revelação bíblica. A vida natural cria sua própria divindade, mas o fato é que eles desenham no coração um estilo de divindade diferente, inferior a eles mesmos e destituído de poder. Quando eles desenham ou fabricam seus deuses eles logo são vistos como seres horríveis, ou mesmo como a figura de uma mulher sombria. Isso porque a natureza sem a vida eterna não pode admitir alguém superior; não admite uma divindade que venha a mexer com sua vida cheia de pecado.
        E mesmo se lidar com a bíblia, o homem sem a vida eterna não consegue entender a linguagem bíblica, por isso lidará com a palavra de Deus de forma supersticiosa. Há no homem sem a vida eterna uma insensibilidade a tudo aquilo que se refere a Deus. Sua mente é cheia de trevas e seus sentimentos são levados para festejar suas mentiras. A mente deles está ligada à terra, enquanto a dos crentes está ligada ao céu (Colossenses 3:1). Tentar elevá-los às coisas celestiais é tentativa inútil, pois só entenderão as verdades eternas quando receberem a vida que há no Filho.

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