quarta-feira, 9 de agosto de 2017

SANTOS DESEJOS DE UMA ALMA ARREPENDIDA (7)




“Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável. Não me repulses da tua presença, nem me retires do teu Santo Espírito. Restitui-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito voluntário” (Salmo 51:10-12).
DESEJO POR UMA NOVA VIDA (vs. 10)
        A súplica de Davi expõe seu anseio por ser um novo homem, de agradar a Deus em todo seu estilo de vida. Ele não está pensando nele mais, mas sim na glória de Deus: “Cria em mim, ó Deus...!”. Uma alma arrependida é claramente a prova de que Deus tem agido poderosamente num coração, mudando a mente, enchendo a alma de santas emoções e transformando sua vontade, para subordinar-se inteiramente a Deus. É sinal claro que está presente as evidências de uma nova criação. Uma alma arrependida vê todo seu passado como tempo perdido, como um furacão do inferno que passou para destruir tudo e todos. A alma arrependida vê seu presente com total tristeza, reconhecendo que não há possibilidade de andar neste mundo, a não ser sob a liderança de Deus e vê seu futuro com uma disposição de guerra, no combate contra o mal e com ânimo certo da vitória de Cristo, até a entrada na glória eterna.
        Outro detalhe de fundamental importância é que essa petição revela os anseios da genuína fé. Vejo o quanto muitos que afirmam crer, jamais conheceram o poder atuante da verdadeira fé. A fé comumente mostrada em nossos dias tem um começo, mas não tem qualquer continuidade. A boca se abre apenas para dizer que aceitou Cristo, mas continua fechada e indisposta a crer em Deus e por em prática os ensinos bíblicos. A verdadeira fé, entretanto mostra que nasceu na vida um novo coração, um anseio por santidade, por agradar a Deus e por crescimento espiritual. A verdadeira fé é a manifestação de que há um novo homem, com olhos abertos, com ouvidos prontos para ouvir a verdade e com toda disposição de andar rumo ao céu. A verdadeira fé age com a espada do Espírito em sua mão, ordenando a si mesmo submissão a Deus: “Bendize, ó minha alma ao Senhor!”.
        É claro que a fé visualiza toda fraqueza da carne, toda indisposição para santidade e quanto o ser humano é susceptível à queda. A fé não vive das festanças da aparência mundana e carnal. Ela não tem prazer em pisar o território deste mundo que há de passar. A fé nos faz avançar à frente, em ordenança para que o crente obedeça a verdade. Não há lugar para a alma verdadeiramente arrependida ficar com preguiça espiritual, se desculpar, mentindo contra Deus, porque não deseja participar dos cultos em adoração ao Senhor. Não há lugar para uma alma arrependida ser solidária aos princípios deste mundo, seguindo as novidades. Vejo o quanto o cristianismo moderno foge das responsabilidades de uma vida sóbria e obediente; milhares de crentes hoje vive à busca de emoções fortes para se sentirem felizes; o cristianismo moderno foge das responsabilidades de pensamentos santos, ligados à verdade.
        Por exemplo, o casamento não é levado a sério, com o santo propósito de honrar a Deus na criação dos filhos e na responsabilidade que marido e esposa têm em suas funções bíblicas. Filhos são atirados às creches, para os cuidados de terceiros. Na tentativa de beneficiar as famílias, vemos que não há disposição de sacrifícios, a fim de cumprir os santos propósitos de Deus na formação de uma família. Tudo hoje é festa; tudo é flores e romances. Não que isso seja errado, mas o fato é que tudo isso passa a ocupar os desejos carnais. Quando Davi foi a Deus ele não buscou um ambiente emocionalmente adaptável para atrair esse Deus. Ele percebeu o quanto o Senhor odeia o pecado, por ser ele três vezes santo. Ele viu que qualquer atitude de soberba faz o Senhor afastar-se e entregar a alma às suas paixões. Ele percebeu que se não houvesse humilhação estaria perdido. Por isso invadiu o Santo dos santos e não hesitou em fazer com que a face do Senhor voltasse para ele, como de fato aconteceu.

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