sexta-feira, 4 de agosto de 2017

SANTOS DESEJOS DE UMA ALMA ARREPENDIDA (4)



                      
“Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável. Não me repulses da tua presença, nem me retires do teu Santo Espírito. Restitui-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito voluntário” (Salmo 51:10-12).
DESEJO POR UMA NOVA VIDA (vs. 10)
        Naquele anseio por renovar sua alma na vida que há em Deus, eis que Davi mostrou o quanto desejava o Senhor acima do reino, da família, da saúde, da fama e tudo o que para ele era conforto e benção material. A ofensa cometida contra o Santo de Israel foi um ato insano, louco e perverso da sua parte e foi pelo milagre da graça que ele escapou da morte merecida, conforme a ordem da lei. Sua confissão não era brincadeira; ele não queria o perdão momentâneo, um mero alívio temporário, a fim de assinar o contrato com a iniquidade novamente. Ele queria Deus, sua presença, seu amor, sua santidade no viver, não importando o alto custo que seus pecados acarretariam em sua vida.
        Outro detalhe visto nessa petição por uma nova vida é que Davi denuncia o pecado. Ele conviveu com a iniquidade em seu seio por bom tempo; ele apertou a mão e fez aliança com os atos perversos, a fim de consagrar seus membros físicos para a prática da maldade, e na carne estava pronto para silenciar esse inimigo de Deus no íntimo. Até que tudo veio à lume; até que o inimigo, mediante a luz da santidade de Deus mostrou ser o que era – o horror do pecado. Agora, em suas palavras Davi está confessando o que o pecado é, maligno e digno de toda a mais severa punição. Não fosse o poder da graça, sua aliança com esse inimigo seria para sempre. Mas agora Davi passa a ver que o mal que vem do coração do homem é realmente o mal; que é mais perverso do que o diabo; que é mais aterrorizante que os demônios. Ele não esconde seu pecado; pelo contrário, ele rasga o coração e mostra a Deus que havia anulado toda aliança com o arqui-inimigo de Deus – o pecado.
        O homem crente mostra seu arrependimento dessa maneira, quando chega perante Deus. O crente genuíno não encobre suas transgressões; não tenta ludibriar Deus, achando que pode maquiar-se por fora de religioso e espiritual, ao contrário, ele rasga seu coração perante a verdade revelada. Ele está disposto a pagar o alto preço de se humilhar perante Deus. O pecado, quanto mais grave for, mais profundo é o poço onde a alma cai. Satanás consegue manipular muitos, conservando nesse buraco sem que a pessoa perceba. A soberba faz com que a alma fique indiferente ao socorro bíblico que Deus tem por meio da igreja e de um pastor fiel.
        Não é fácil se humilhar diante de Deus; não é brincadeira ver pela bíblia a profundidade do poço onde a pessoa caiu. O arrependido não busca conforto aqui; não busca apoio dos homens, a não ser daqueles que realmente são sinceros em mostrar-lhe a verdade conforme diz a palavra; não busca solução fora daquilo que está escrito; não tenta forçar a situação e criar uma divindade mais adaptável à sua condição. Têm muitas igrejas e pastores infiéis, os quais sempre terão atitudes mais “amigáveis” e com toda disposição de acalentar a maldade. O arrependido sincero sente as dores do profundo corte e sabe o quão humilhante é ser tratado como um miserável diante de Deus.
        Tenho enfatizado isso, justamente porque há uma luta sem trégua neste mundo, para que o mal seja tratado como se fosse o bem, até mesmo dentro das igrejas. As igrejas começam a inchar quando não lidam com o pecado; homens que frequentemente caem em pecado, assim como Davi têm sido tratados como vítima da situação e não como sendo culpados. O pecado tem engordado em corações perversos; a iniquidade tem achado nas mentes e emoções os lugares perfeitos para procriar outras perversidades. Qual a solução? “Humilhai-vos debaixo da potente mão de Deus”.

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