quinta-feira, 3 de agosto de 2017

SANTOS DESEJOS DE UMA ALMA ARREPENDIDA (3)




“Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável. Não me repulses da tua presença, nem me retires do teu Santo Espírito. Restitui-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito voluntário” (Salmo 51:10-12).
DESEJO POR UMA NOVA VIDA (vs. 10)
        Após ter introduzido o assunto veremos agora como Davi se apodera da graça real, a fim de obter nova vida. O pecado arruinou seu viver, destruiu seu pensamento e emoção e desmanchou completamente a capacidade de engrandecer a Deus por meio do sua vida e reinado. Mesmo num crente o pecado apaga o verdadeiro sentido da vida. A iniquidade praticada só traz ruina e prejuízo; obscurece o real sentido de liberdade, dilacera o caráter e suja o ambiente de maldades. Muitos tentam viver com o pecado não confessado e encoberto, mas é perceptível que a vida com Deus não existe. Muitos se esforçam para puxar uma divindade para seu ambiente de iniquidade; muitos forçam um louvor, adoração e felicidade, mas a verdade é que satanás aparece revestido de anjo bondoso.
        Não há como viver no pecado, porque a vida consiste em andar humildemente com Deus. Não adianta tentar forçar um viver espiritual nessa condição, porque seus atos serão carnais e os resultados serão revelados logo adiante. O Senhor jamais se unirá a qualquer maldade encoberta. Se for crente ele não deixará que o indivíduo se atenha àquela situação por muito tempo; ele não conseguirá silenciar seu modo de vida fantasiado. Pode falar de Deus, citar versos, ler porções das Escrituras, cantar músicas evangélicas, etc., mas todo esse esforço redundará em fracasso. Deus não permite que o mal permaneça silenciado no íntimo de um salvo, porque está em jogo a glória do seu nome. Uma pessoa não crente convive diariamente com suas maldades, porque não pode viver sem seus pecados, devido o fato que eles fazem parte do seu sangue, de sua carne, de seus sentimentos e de sua alma. O caminho dos perversos é adornado de seus atos e seus pecados servem como combustível para viver assim.
        O orgulho do pecado no íntimo pode silenciar o viver de um crente por algum tempo. Com Davi o residiu em seu seio pelo menos um ano, até que a disciplina santa entrou em ação. Os ímpios andam, divertem e se sentem felizes no caminho largo, mas o salvo com pecado escondido no íntimo simplesmente estaciona ali. Ele não tem como ir à frente, até que o Pai celestial chegue com sua vara disciplinar, a fim de leva-lo à humilde confissão. A vida em Cristo é bela quando andamos em santidade; nossa lâmpada brilha ao derredor quando o comando santo nos guia em todos os detalhes. Nossa felicidade não consiste em atrelar a iniquidade em nosso viver; não somos chamados para invejar o viver aparentemente livre e feliz dos perversos lá fora. Nossa felicidade está unida ao combate, como diz um antigo hino: “Vencendo as tentações, contente viverei”.
        Estamos em guerra contra o mal, contra a injustiça e todos os atos perversos da carne. Se fosse deixado em seu orgulho insano, Davi perverteria todo o reino, seria incapaz de julgar, traria hipócritas para habitar consigo e perderia a multidão de seus heróis. Com seu pecado oculto, o reino seria destruído pelos inimigos e o nome de Deus seria escarnecido pelos perversos. Satanás funciona como uma hiena que de longe observa um animal fraco no meio dos gnus. Não fosse a providência punitiva de Deus, eis que Davi abriria a porta para que o inferno viesse com todo seu exército terrorista para o reino.
        Toda essa ênfase é para mostrar que é impossível para um crente andar por muito tempo com o mal. O santo de Deus que carrega a maldade em seu coração é extremamente mais infeliz que os ímpios deste mundo. Ele não foi chamado para isso; não foi separado para ser uma lâmpada apagada, mas sim um servo fiel na jornada.

Nenhum comentário: