domingo, 12 de fevereiro de 2012

GRAÇA IRRESISTIVEL-2


 (Lucas 19:1-10)
A VIDA DE ZAQUEU
    Devo continuar pregando sobre Graça Irresistível, e como foi a maneira que Deus atuou na vida de um miserável pecador como Zaqueu. A finalidade é mostrar a todos que é exatamente essa a maneira que Deus ainda está agindo em nossos dias nas vidas daqueles que recebem a gloriosa visitação de Sua misericórdia salvadora. Se cremos num Deus imutável, e se cremos numa aliança eterna feita com o sangue de Cristo para salvação de muitos, prossigamos crendo que ainda a poderosa graça de Deus se mantém operante ainda hoje. Vamos averiguar um pouco a vida de Zaqueu, vendo a sua vida profissional.
 Zaqueu trabalhava para o governo romano como cobrador de impostos, por isso era chamado de publicano, aliás, um nome dado pelo povo numa atitude de completo repúdio. O ser cobrador de imposto era mais do que um garantido serviço público que trazia certa regalia e proteção do governo, como também era uma tarefa que proporcionava meios ilícitos para prosperidade. Normalmente o cobrador de impostos era rico porquanto cobrava mais do que aquilo que era estipulado pelo governo, e ficava com a porcentagem desonesta. Zaqueu era um homem desse tipo. E todos nós sabemos o quanto o dinheiro é uma arma poderosíssima para prender homens e mulheres na iniquidade. Quem está envolvido numa maneira fácil de ganhar dinheiro, jamais vai querer sair disso. O amor ao dinheiro cria sonhos e fantasias no coração, fazendo com que a pessoa viva a lutar para não perder aquilo que tem, e leva a pessoa a continuar no sonho de ter mais. Quando esse castelo fantasioso já está construído no coração, ninguém pode destruí-lo, a não ser que de repente uma ruína aconteça.
Se a pessoa está com sua consciência culpada no envolvimento com o prazer do deus mamon, a tendência será sempre cauterizar a consciência e prosseguir normalmente em sua prática pecaminosa. As riquezas sempre aparecem com asas para dar a impressão que está levando o indivíduo às alturas da felicidade, e a pessoa não percebe que está cada vez mais cercada numa armadilha da qual será impossível escapar. O amor às  riquezas realmente fazem a pessoa voar bem alto, mas logo deixa pobre alma sem saber como descer do lugar tão alto onde foi posto. O amor ao dinheiro tapa os olhos para a realidade e faz a pessoa viver num  sonho que logo se desvanece. Logo esse castelo vai ruir quando os piores inimigos, que não podem ser induzidos pelo dinheiro chegarem para buscar a alma.
Quantos homens e mulheres jovens e até mesmo meninos estão envolvidos, presos nessa armadilha feita por terríveis inimigos invisíveis, lançando fora de suas vidas tudo  que Deus deixou nos homens de valores absolutos! Quantas pessoas perderam a vergonha, perderam o caráter, perderam o respeito próprio e até mesmo lançaram fora o prestígio e o amor que tinham por seus queridos, e agora não passam de serem manchas, escórias na sociedade por causa do amor ao dinheiro. Zaqueu se tornou um homem assim. E essa maligna prisão leva a alma ao desespero e à entrega aos mais terríveis pecados. O amor ao dinheiro coloca nas mãos do homem todas as chaves para que ele abra as portas do falso paraíso do pecado. Aonde o pecado chega enfeitado e belo, a morte está por perto para atacar a vítima. Por exemplo, um homem pode lutar arduamente para ter um carro zero, sem imaginar que aquele carro poderá ser a arma mortal que lhe lançará na eternidade. Muitas vezes o dinheiro serve como uma “ladeira russa” para escorregar a alma no abismo, como foi o caso de Judas.
Zaqueu era um pobre prisioneiro do amor ao dinheiro, e pela misericórdia ele ainda estava vivo, porquanto Deus tinha um plano para sua vida, plano que foi desenhado na eternidade. Deus tem seus eleitos, aqueles que em Cristo foram escolhidos para se tornarem herdeiros de Deus, habitantes da Jerusalém celestial. São esses que a Irresistível Graça alcança. Zaqueu era um prisioneiro do amor ao dinheiro, e quem poderia tirá-lo dessa situação? Mas o milagre da graça o alcançaria para que Deus fosse glorificado. Olhando do ponto de vista humano, a salvação de Zaqueu era algo impossível. Ele era um homem que além de ser rico tinha uma liderança sobre outros publicanos, posição que o incitava a ter certo orgulho e até mesmo desdenhar dos seus patrícios. Quem se atreveria a atacar Zaqueu? Ele era protegido do governo romano. Talvez gozasse de privilégios a mais. Era ele um indesejável funcionário público. Mas, chegou o tempo da poderosa visitação salvadora de Deus. Ele nada sabia, nem desejava ter qualquer relacionamento com Deus. Seu estado espiritual era de um morto, em condição de imundície perante aquele que é Santo.
Mas Deus jamais pode ser derrotado, e não pode haver conselho nem projeto contra Deus. Ele há de salvar seu povo, e o poder Irresistível de Sua graça, há de alcançar seus escolhidos não importa onde estiverem. Aconteceria, portanto um milagre em Jericó, aquela cidade que, pelo menos dois mil anos antes fora completamente destruída pelo Grande Senhor dos Exércitos usando Josué e os homens de Israel, agora seria o palco de algo espantoso. Ali estava Zaqueu, cujo coração tinha uma verdadeira muralha para Deus não entrar; o portal de seu coração estava completamente fechado e trancado, tendo um rei assentado no trono de sua alma reinando, dominando e controlando totalmente sua vida. Quem pode salvar um pecador? Ninguém? Pode chorar por ele; Pode cercar as muralhas de seu coração, e até mesmo gritar, mas o homem continua do mesmo jeito, e os inimigos continuarão lá dentro, até o momento em que Cristo Jesus, mediante Sua graça Irresistível chega. Já chegou o momento em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem, viverão. Essa é uma verdade poderosamente gloriosa!

    Prezado leitor, a passagem em Lucas 19 afirma que Zaqueu queria ver Jesus. Por que esse desejo? Ele não queria ver Jesus por desejar ser salvo. Ele foi por mera curiosidade natural. Sem dúvida alguma a cidade inteira foi movida para ver Jesus, e Zaqueu não queria ficar fora. Aliás, era Jesus alguém sobrenatural com um ministério glorioso de praticar o bem onde quer que passasse realizando obras jamais vistas neste mundo. Sua fama correu por toda Palestina e agora Jericó estava tendo o privilégio de ter esse homem atravessando a cidade. O acontecimento moveu a cidade inteira. E Zaqueu não ficou de fora. Ele deixou seu serviço rotineiro para ver de perto o famoso Jesus. Zaqueu não sabia que o Espírito de Deus estava lhe impulsionando a ir na mera curiosidade natural. Ele não iria lá porque precisava de prosperidade, ou mesmo de qualquer cura, afinal ele nada precisava.
Aquele desejo de ir ver Jesus ferveu em seu coração, de tal maneira que Zaqueu enfrentou todos os obstáculos. Ele era de pequena estatura, além do fato que era conhecido como ladrão, e ser considerado um pária na sociedade religiosa de seu país. O que iria fazer? Zaqueu lembrou de sua infância quando muitas vezes brincava de subir em árvores, e ali bem à margem da estrada tinha uma árvore, e ele subiu ali. Dois mil anos antes em Jericó uma mulher chamada Raabe buscou proteção para si e para sua família em cima do muro da cidade. Mas agora, Zaqueu sobe na árvore para ver Jesus mais fácil. Amigo leitor, nós estamos podendo ver como Deus opera de uma maneira soberana nos corações daqueles a quem Ele aprouve salvar, e Ele faz assim para em tudo ser glorificado.
Na vida de Rute, a moabita, Deus a tirou de seu país a fim de que fosse morar em Belém e ali conhecesse o Deus de Israel. Deus às vezes usa circunstâncias difíceis para mover pecadores a Cristo. Às vezes enfermidades são instrumentos nas mãos do Deus Soberano a fim de humilhar pecadores para que eles invoquem o nome do Senhor para serem salvos. Às vezes Deus leva pessoas à perdas financeiras; à dificuldades com a família, por que? Deus fala com pecadores quando eles estão no pó. O homem que ainda se acha no pedestal da soberba e da vaidade, nada pode ver da glória de Deus. Deus desce do Seu lugar para falar e chamar o pecador que se arrepende. Ele tirou Zaqueu de seu lugar a fim de colocá-lo numa posição onde pudesse chamá-lo para a salvação. Zaqueu fora ver Jesus movido pela curiosidade natural, sem saber que por detrás estava a mão impulsionadora do grande Deus que lhe atraía para o lugar certo. Operando o Senhor, quem pode impedir? Era da vontade de Deus o Pai que Zaqueu fosse salvo e Jesus veio ao mundo com a finalidade de buscá-lo. Deus o Pai iria entregar Zaqueu para o Filho, e era para Zaqueu ir a fim de receber vida. Tinha que ter um milagre acontecendo em Jericó. Algo espantoso iria ocorrer, fora do entendimento natural. Todo aquele acontecimento já havia sido planejado desde a eternidade, e era um momento cheio de glória. Zaqueu foi para o local onde Deus queria que ele fosse, e eis que sobe numa árvore para ver Jesus passar. E era o momento propício para a demonstração da irresistível Graça. O Senhor está vindo e uma enorme multidão atrás dele todos contentes esperando acontecer mais um milagre.
Quem sabe Ele iria parar de repente para curar um aleijado. Que sabe Ele iria entrar no cemitério de Jericó a fim de chamar alguém dentre os mortos. Quem sabe Ele iria entrar numa sinagoga, ou mesmo pediria uma hospedagem na casa de um religioso da alta sociedade. O Senhor parou exatamente debaixo da árvore onde Zaqueu se encontrava. Talvez reinasse um silêncio ali cercando uma intensa expectativa de que algo iria acontecer. Agora tudo se move para operar contra tudo aquilo que esperava a curiosidade natural e carnal daquele povo. Mas ali estava o glorioso Filho de Deus que veio a este mundo cumprir os propósitos Soberanos de Seu Pai, e em nada veio para fazer aquilo que agrada os homens. O que iria acontecer em Jericó causaria ódio nos corações cegados pela incredulidade. Mas o Senhor parou ali, olhou para cima e fitou a face de Zaqueu. Nós podemos ver aí a maneira que a gloriosa graça se identifica com o eleito. Era como que estivesse dizendo: “É você que eu quero, venha cá!”
Prezado leitor, pense como a morte corteja o homem. Quando ela põe seus olhos sobre uma alma para levá-la, ela vem triunfante e realiza seu macabro trabalho. Não é privilégio ser chamado pela morte, e você luta todos os dias para que ela fique o mais distante possível. Neste mundo poderes invisíveis procuram lhe cercar lhe agarrar e lhe lançar no abismo o mais rápido possível. Mas eu sei que você nem um pouco se preocupa com isso. Você não tem tempo para se preocupar com a realidade eterna de sua alma que não vai ficar aqui permanentemente, pelo contrário você vive querendo ser cortejado pela sorte de ser abençoado com a felicidade temporal que este mundo lhe oferece a cada dia, sem saber que por detrás daquilo que parece tão belo está a foice da morte. Poderia ter sido invisível e cruel morte chegando e farejando Zaqueu para apontar-lhe a flecha envenenada despachando-o assim para a eternidade. Ele bem que merecia. Afinal, o que é que nós seres humanos merecemos? O que nós merecemos certamente ter; o prêmio da nossa desobediência em Adão está estampado em nossa face.
    Amigo leitor, não existe alguém de maior sorte do que aquele que recebe a atenção especial da Livre Graça. Jesus parou e fitou Zaqueu. Ele achou graça aos olhos do Grande Jeová encarnado. Ali estava o bendito Salvador olhando com amor, ternura, afeição e poder para Zaqueu. Em cima daquela árvore estava uma ovelha por quem Ele morreu, e Ele tinha deixado o céu e descido até este mundo para dar-se a Si mesmo em favor daquela ovelha. Meu amigo, é assim que Cristo faz com pecadores. Ele conhece todas as Suas ovelhas, e sabe onde todas elas estão e suas ovelhas são importantes para o Senhor. Será que você é um pecador arrependido em cujo coração esta mensagem tem chegado como uma verdadeira luz? Lembra amigo, que Cristo Jesus veio a este mundo para salvar perdidos.
O Senhor Jesus também chamou Zaqueu pelo nome. Ele disse “Zaqueu.” Isso é maravilhoso! Ele conhece todas as suas ovelhas pelo nome. Foi um espanto para Zaqueu e para todos, ao mesmo tempo em que mexeu com o orgulho de todos. Por que Jesus iria ter interesse por Zaqueu? Mas ali estava o onisciente Deus que conhecia Zaqueu antes dele ter nascido, e que havia lhe formado no ventre de sua mãe. Ao chamar Zaqueu, O Senhor se identificou com Zaqueu. Moveu todas as suas emoções. Naquele momento a Graça irresistível defrontou com a fé operada no coração de Zaqueu mediante o trabalho do Espírito Santo.
Segue-se agora aquilo que é ainda mais glorioso neste assunto. Jesus lhe dá a ordem: “Desce depressa.” Amigo leitor jamais devemos esquecer que toda criação está sob o poder e da autoridade do criador. Ele ordena e toda criação lhe submete. Foi assim  na criação quando Ele ordenou e tudo passou a existir. Foi assim com o peixe quando Deus ordenou que engolisse  Jonas. Não existe nada no universo fora da autoridade Soberana do grande criador. Zaqueu estava debaixo da ordem do Grande Senhor. Zaqueu não passava de um pobre verme perante o criador. Amigo ouvinte é o Soberano Deus quem ordena todas as coisas. Ninguém pode ordenar a Deus e ficar esperando que Deus vai submeter-se aos caprichos dos homens. Ele conhece o soberbo de longe e afirma que resiste ao soberbo. Mas ali em Jericó, debaixo daquela árvore, não vemos o grande Deus ordenando a morte de Zaqueu. Não seria o juízo. Era a graça de Deus chegando para confrontar-se com o inimigo para torná-lo amigo de Deus, era a Graça irresistível chegando para confrontar-se com o morto a fim de conceder-lhe vida, era a Graça Irresistível chegando para tomar um coração de pedra e fazer um novo coração. “Desce depressa”, era a ordem da Graça. Quem era Zaqueu para resistir um chamado de um Deus que aproximou Dele de tal maneira?
Meu amigo, o poder da Graça irresistível ainda está em plena ação, e o Deus Soberano ainda está agindo para salvar, e operando Ele não há quem possa impedir. Quando Ele chama o pecador para salvação, o pecador vem. Quando Ele ordena, a muralha da rebeldia é destruída, as rochas da soberba caem, o feroz leão do pecado sai do seu assento no coração humano, toda força do mal que milita e age no coração do homem contra Deus bate retirada, as ilhargas da morte são desfeitas, toda escuridão é desaparece perante os raios da glória da fulgurante graça.

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