“...ali
esteve tua mãe com dores; ali esteve com dores aquela que te deu à luz. Põe-me
como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço; porque o amor é
forte como a morte; o ciúme é cruel como o Seol; a sua chama é chama de fogo,
verdadeira labareda do Senhor. As muitas águas não podem apagar o amor, nem os
rios afogá-lo. Se alguém oferecesse todos os bens de sua casa pelo amor, seria
de todo desprezado” (Cantares 8:5-7).
O ZELO DO
AMOR DO ESPOSO (continuação):
Prezado leitor fiz as considerações
iniciais a respeito da frase dita pelo Noivo à noiva: “Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo
sobre o teu braço; porque o amor é forte como a morte...”. A mesa
foi preparada, bem arrumada, com os pratos e talheres em seus devidos lugares.
Agora chegou o momento de trazer a comida certa para as almas famintas. Em
Cantares vemos o Senhor falando aos corações daqueles que têm ouvidos para
escutar a mensagem de amor. Palavras fortes do amor eterno chegam para revelar
a intensidade do amor de Deus em favor do Seu povo; o grande conquistador das
almas posiciona-Se para ser o Forte Defensor dos remidos; Seu amor inflama como
fogo purificador para os santos, mas consumidor para os inimigos; Ele aparece
para revelar-se como o Guarda de Israel, que não tosqueneja nem dorme em
constante zelo e cuidado pela Sua casa.
A linguagem figurada do Noivo para a Noiva é incrivelmente
linda e inteligível: “Põe-me como selo...”. Selo significa segurança e
privacidade. Quando enviamos uma carta ela é selada. O selo aparece para
indicar que aquela carta é proveniente de alguém e é destinada a outra pessoa.
Abrir uma carta alheia e selada é invasão de privacidade. A igreja é
propriedade particular do Senhor, Ele a comprou com Seu sangue; ela é fruto da
redenção na cruz. Em Mateus 16 o Senhor fala a respeito da igreja como sendo
“...a minha igreja...”
(Mateus 16:18). Na linguagem do Velho Testamento o Senhor chama Seu povo de
esposa, no Novo Testamento os santos são chamados de noiva. Ora, são termos conhecidos
que comunicam com precisão a idéia de que os crentes pertencem somente e tão
somente a Deus.
Então, baseados nessa verdade é que voltamos para o texto em
Cantares, porque o Noivo ordena à noiva para que ela O tenha como selo. Notemos
bem que é ela que deve fazer isso. A ordem dada está baseada no fato que ela é
grata, humilde e consciente da sua condição de uma escrava que fora libertada e
chamada para ser eternamente do Rei da glória. Na bíblia vemos que Deus ordena
que Seus santos tomem o rumo da santidade, que adornem todo viver de santidade.
Não há lugar nas Escrituras para uma vida cristã frouxa e
indolente, que espera que Deus há de fazer tudo sem qualquer participação da
nossa parte. A graça nos posicionou em pé para que andemos como filhos da luz
(Efésios 5:8). Somos convocados a agir como atletas numa corrida: “...corramos a carreira que nos está proposta”
(Hebreus 12:2). A verdadeira fé opera na força recebida da graça. Fomos
colocados no caminho claro para que pudéssemos andar por Ele.
Tendo essa verdade como base firme e sólida, entendemos
facilmente o pedido do noivo: “põe-me como selo
sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço...”. Somos
chamados a uma vida de fidelidade e obediência ao Senhor; fomos chamados para
seguir nosso bom Pastor; fomos chamados a inclinar perante Ele como súditos
fieis. Na redenção fomos feito propriedades peculiares Dele. Não somos mais
pertencentes àquele que é chamado pai da mentira; nada mais devemos ao nosso
adversário, à carne e ao mundo.
Amigo leitor, a noiva pertence ao noivo, Ele a ama e cuida
dela. Nada faltará do seu amparo na jornada rumo ao céu; nenhum dos remidos
ficará prá trás, nenhum crente, por mais fraco que for deixará de receber Seus
cuidados e proteção. Todos foram armados de santidade e do triunfo da cruz, por
isso podem prosseguir nesse caminho estreito, impossível de ser andado por
falsos crentes. Milhares já chegaram lá e milhares estão caminhando na jornada
de glória em glória!
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