“... E a
nossa alma tem fastio deste pão vil” Números 21:5
Triste
declaração feita pelo povo de Israel numa aberta e descarada rejeição à
provisão de Deus no deserto para eles. O Maná era a comida de Deus proveniente
do céu, chamada a comida dos anjos, mas eles detestavam aquilo e queriam voltar
ao Egito com saudades da alimentação de lá, não obstante a dura vida de escravo
que ali tiveram.
Nestas
duras palavras encerra tudo o que pode esperar daquilo que o coração humano
produz no seu estado de depravação: Rebelião, ingratidão, insensatez, loucura,
escravidão, idolatria, etc. Que privilégio tinha aquele povo! Foram libertados
pelas mãos do Todo – Poderoso e tinham as promessas Dele de que cuidaria deles
durante toda peregrinação pelo deserto, como de fato aconteceu. Mas o rebelde
coração odeia isso e xinga Deus, dando as costas para Sua bondosa provisão e
Seus cuidados de misericórdia.
O
homem não muda com o tempo, pois foi assim que o povo judeu fez com o Filho de
Deus que foi a provisão de Deus, o “Pão Vivo que desceu do céu” para dar
vida ao mundo. Notamos isso na linguagem do cap. 6 do evangelho de João onde
nosso Senhor afirma para os incrédulos judeus que Ele era o Pão celestial, mas
que mesmo assim, como todas as provas da genuinidade de Cristo como a provisão
eterna de Deus para os pecadores, eles O odiavam e desprezavam a simplicidade
de Cristo e de Sua mensagem de Vida Eterna.
Esta
declaração “A nossa alma tem fastio deste pão vil” é a que faz o homem
natural em sua aberta rejeição à Palavra de Deus. “Ora, o homem natural não
aceita as coisas do Espírito de Deus porque lhe são loucura...” (1 Coríntios
2:14). Assim como o povo de Israel no coração amava o Egito, mesmo com a
escravidão, assim também o homem no pecado ama este mundo e abomina no coração
a doçura do Maná Celestial que é a Palavra Viva e inspirada.
Querem
o “Jesus” do mundo, mas odeia o Filho de Deus conforme é apresentado na Bíblia;
querem ter as Escrituras como um amuleto de sorte a fim de que possam ter mais
prosperidade e viver melhor no pecado, mas odeiam e rejeitam o caminho de
santidade conforme o Livro de Deus apresenta; podem estar numa igreja, mas seu
coração está no Egito mundano; podem orar, mas a oração nunca terá como mediador
aquele que o Pai escolheu para vir e ser o Grande Reconciliador; podem cantar
aquilo que eles acham que é louvor, mas sua música é feita no Egito e para os
ídolos egípcios, porquanto seus corações não foram transformados para entoar uma
canção vinda de lábios santificados.
Porém,
a Palavra de Deus nunca será um “pão vil” para aquele que é
genuinamente salvo. O verdadeiro crente foi salvo porque ouviu a Palavra da
verdade e foi santificado pela Palavra da Verdade e vive dia a dia pela mesma
Palavra. Ele a ama e a busca de todo seu coração como Maria que assentava aos
pés Senhor para ouvi-Lo com prazer.
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