domingo, 29 de julho de 2012

ENRIQUECENDO-SE COM A BÍBLIA ( 20) Pink


6. Tiramos real proveito da Palavra, quando nos mostramos constantes, em evitar os empecilhos, que entravam a alegria.
Por que razão, um tão grande número de crentes, goza de tão pouca alegria? Porventura, não nasceram todos eles filhos da luz, e filhos do dia? Esse termo, "luz", que é tão frequentemente utilizado nas Escrituras para descrever-nos a natureza de Deus, e as nossas relações com Ele, e nosso destino futuro, é extremamente sugestivo acerca da alegria, e do regozijo. Que outra coisa, existente na natureza, seria tão benéfica e bela como a luz? "Deus é luz, e não há Nele, treva nenhuma". (I João 1:5).
É somente quando andamos com Deus, na luz, que nossos corações podem ser realmente jubilosos. É quando permitimos deliberadamente a intervenção de coisas que atrapalham nossa comunhão com Ele, que a nossa alma se torna gélida, e obscurecida. É a indulgência da carne, a fraternização com o mundo, e o enveredar por sendas proibidas, que arruínam a nossa vida espiritual, tirando-nos toda a alegria. Davi precisou clamar: "Restitui-me a alegria da tua salvação, e sustenta-me com um espírito voluntário". (Salmo 51:12).
Davi se tornara lascivo, e autoindulgente. Quando as tentações o assaltavam, ele não tinha qualquer poder para resistir. Por isso, ele cedia às tentações, e um pecado o conduzia a outro. Estava desviado, fora do contato com Deus. O pecado não confessado pesava sobre a sua consciência. Oh, meu irmão e minha irmã em Cristo, se tivermos de ser resguardados de tal queda, se não quisermos perder nossa alegria espiritual, então precisamos negar ao próprio "eu", precisamos crucificar os afetos e as concupiscências da carne. Precisamos estar perenemente vigilantes contra a tentação. Devemos passar muito tempo de joelhos. Precisamos beber com frequência da Fonte de águas vivas. Precisamos estar cem por cento, dedicados ao Senhor.
7. Beneficiamo-nos da Palavra, quando preservamos diligentemente, o equilíbrio entre a tristeza e a alegria.
Se a fé cristã se adapta admiravelmente bem à produção da alegria, também tem uma tendência, e um desígnio quase idênticos para produzir a tristeza, – uma tristeza que é solene, máscula e nobre: "Entristecidos, mas sempre alegres...". (II Coríntios 6:10). Essa é a grande regra da vida cristã. Se a fé lançar a sua luz, sobre as nossas condições, sobre a nossa natureza, sobre os nossos pecados, então a tristeza será um dos efeitos desse fato.
Não existe algo mais desprezível em si mesmo, nem sinal mais certo de um caráter superficial, e de ocupações triviais, do que uma alegria sem variação, que não repouse nos alicerces profundos de uma tristeza calma e paciente, – tristeza, porque sei o que sou, e o que deveria ser; tristeza, porque contemplo o mundo, e vejo as chamas do inferno a rebrilhar por detrás do júbilo e das gargalhadas, sabendo bem na direção do que os homens se precipitam rapidamente. Aquele que foi ungido com o óleo da alegria, mais do que os seus companheiros (Salmos 45:7), também era, "Homem de dores e que sabe o que é padecer.". (Isaías 53:3). E ambos esses itens, (até certo ponto) se repetem nas operações do Seu Evangelho, em cada coração daqueles que verdadeiramente O acolhem.
Por um lado, pois, – devido aos temores que assim são removidos de nós, e às esperanças que são insufladas em nós, e ao companheirismo a que assim somos introduzidos, somos ungidos com o óleo da alegria.  Por outro lado, – devido ao senso de nossa própria vileza, que o Evangelho nos ensina, devido ao conflito entre a carne e o Espírito, também nos assoberba uma tristeza que encontra expressão na exclamação:  "Desventurado homem que sou!". (Romanos 7:24). Esses dois aspectos não se contradizem um ao outro, mas, se complementam. O Cordeiro precisava ser consumido juntamente com, "Ervas amargas". (Êxodo 12:8).

AS ESCRITURAS E O AMOR.
Nos primeiros capítulos, procuramos salientar alguns dos meios, pelos quais podemos verificar, se a nossa leitura e pesquisa das Escrituras realmente estão servindo de bênção para as nossas almas.  Muitas pessoas andam equivocadas, quanto a esse particular, confundindo o desejo intenso de adquirir conhecimento, com o amor espiritual à verdade. (II Tessalonicenses 2:10), na suposição de que, a adição a seu cabedal de conhecimentos, é a mesma coisa que o desenvolvimento na graça.
Entretanto, muito depende da finalidade ou alvo que temos, quando examinamos a Palavra de Deus. Se, se trata da simples questão de nos familiarizarmos com o seu conteúdo, de nos tornarmos melhor versados, quanto a seus detalhes, é bem provável que o canteiro de nossas almas, permanecerá na esterilidade; porém, se com desejo regado por oração a examinamos para ser corrigidos, para sermos sondados pelo Espírito Santo, para amoldarmos os nossos corações a Seus santos requisitos, então podemos esperar a bênção Divina.
Nos capítulos precedentes temo-nos esforçado por salientar os itens vitais, por meio dos quais, podemos aquilatar o progresso que estamos fazendo no campo da piedade pessoal. Vários critérios foram ventilados, mediante os quais, tanto o pregador como o ouvinte, podem medir-se honestamente. Temos frisado testes tais como: Estou adquirindo ódio maior contra o pecado, e estou sendo praticamente libertado de seu poder e de sua poluição? Estou obtendo maior intimidade com Deus, e com o Seu Cristo? Minha vida de oração está se tornando mais saudável? Minhas boas obras, se têm tornado mais abundantes? Minha obediência é mais completa e mais jubilosa? Tenho-me separado mais do mundo, em meus afetos e em minha conduta? Estou aprendendo a fazer uso correto e proveitoso das Promessas de Deus, deleitando-me dessa maneira em Sua pessoa, para que a sua alegria seja a minha força diária?
A menos que eu possa dizer, verdadeiramente, que essas coisas correspondem à minha experiência, (pelo menos até certo ponto), então é de temer grandemente, que os meus estudos bíblicos de pouco ou nada me estão aproveitando. Mas, dificilmente poderíamos julgar próprio que estes capítulos chegassem à sua conclusão, sem nos devotarmos à consideração do amor cristão. A extensão em que essa graça espiritual está sendo cultivada e regulada ou não, fornece outro índice, para a medida em que minhas buscas, na Palavra de Deus, me estão ajudando espiritualmente.
Ninguém poderá ler as Escrituras, com qualquer medida de atenção, sem descobrir o quanto elas têm a dizer sobre o amor; portanto, compete, a cada um de nós, averiguar, cuidadosamente, e sob oração, se essa virtude se encontra em nós em estado rígido, e se está sendo corretamente exercida.
O tema do amor cristão é amplo demais para considerarmos todas as suas variadas facetas dentro dos limites de um único capítulo. Na realidade, deveríamos começar o exame contemplando o exercício do amor que temos para com Deus, e para com o seu Cristo; porém, visto que isso já foi abordado pelo menos superficialmente nos capítulos anteriores, deixaremos esse aspecto de lado.
Por igual modo, muito poderia ser dito acerca do amor natural, que devemos ter para com os nossos semelhantes, os quais pertencem à mesma família que nós; porém, há menor necessidade de escrevermos sobre esse tema, do que sobre aquele que no momento sobe à nossa mente. Neste ponto propomo-nos a focalizar a nossa atenção sobre o amor espiritual aos irmãos, aos nossos irmãos em Cristo.

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