quarta-feira, 11 de julho de 2012

ENRIQUECENDO-SE COM A BÍBLIA (2) Pink


1.                     O indivíduo se beneficia espiritualmente quando a Palavra o convence de pecado.
         Este é o seu primeiro préstimo: Revelar a nossa depravação, desmascarar a nossa vileza, tornar conhecida a nossa iniquidade. A vida moral de um homem pode ser irrepreensível, seu trato com os seus semelhantes pode ser sem faltas; mas quando o Espírito Santo aplica a Palavra ao seu coração, e à sua consciência, abrindo os seus olhos fechados pelo pecado, para que perceba a sua relação e a sua atitude para com Deus, então ele exclama: "Ai de mim! Estou perdido!" (Isaías 6:5).
É desse modo que toda a alma verdadeiramente salva é levada a perceber a necessidade que tem de Cristo. "Os sãos não precisam de médicos, e, sim, os doentes" (Lucas 5:31). Contudo, somente quando o Espírito aplica a Palavra, com Poder Divino, é que qualquer indivíduo é levado a sentir-se enfermo, enfermo até à morte.
Essa convicção, que impressiona o coração com o fato de que o pecado produziu tremenda devastação na constituição humana, não se restringe à experiência inicial, que precede de imediato à conversão. De cada vez que Deus bendiz a sua Palavra em meu coração, sou levado a sentir quão longe ando do Padrão que Ele me apresenta, a saber: "... Tornai-vos santos também vós mesmos em todo vosso procedimento". (I Pedro 1:15). Aqui, por conseguinte, temos o primeiro teste a ser aplicado: Quando leio acerca dos tristes fracassos de diferentes personagens das Escrituras, isso me faz perceber quão infelizmente parecido com eles eu sou? E quando leio sobre a vida bem-aventurada e perfeita como a de Cristo, isso me faz reconhecer quão terrivelmente diferente sou eu dEle?

2. O indivíduo se beneficia espiritualmente quando a Palavra o faz entristecer-se por causa do pecado.
Com respeito ao ouvinte do solo rochoso foi dito que: "... Esse é o que ouve a palavra e a recebe logo, com alegria; mas não tem raiz em si mesmo, sendo antes de pouca duração..." (Mateus 13:20, 21). Porém, acerca daqueles que foram convencidos de pecado, sob a pregação de Pedro, está registrado que: “Eles se sentiram compungidos em seus corações” (Atos 2:37).
O mesmo contraste se verifica hoje. Muitos ouvem um sermão floreado, ou um discurso sobre a ''Verdade dispensacional'', que exibe a capacidade de oratória ou mostra a habilidade intelectual do orador, mas que, usualmente, não contém qualquer aplicação à consciência. Aquela exposição é recebida com aprovação, mas ninguém é humilhado diante de Deus e nem é levado a andar mais perto dEle, por ela.
Porém, deixe-se que um servo fiel do Senhor (o qual pela graça Divina não busca adquirir reputação por ''Brilhantismo'') faça os ensinamentos bíblicos exercerem pressão sobre o caráter e a conduta, desvendando os tristes fracassos, até mesmo dos melhores entre o povo de Deus, e embora a multidão despreze o mensageiro, as pessoas realmente regeneradas sentir-se-ão gratas pela mensagem que as leva a se lamentarem diante de Deus e a clamarem: "Desventurado homem que sou!" (Romanos 7:24).
Assim acontece quando lemos pessoalmente a Palavra. E assim sucede quando o Espírito Santo a aplica de tal maneira que sou levado a ver, e a sentir minha corrupção íntima, para que eu seja verdadeiramente abençoado. Que palavra encontramos no trecho de Jeremias 31:19?: "Na verdade, depois que me converti, arrependi-me; depois que fui instruído, bati no peito; fiquei envergonhado, confuso, porque levei o opróbrio da minha mocidade!"
Meu prezado amigo, você conhece algo parecido com essa experiência? Os seus estudos da Palavra de Deus produzem um coração quebrantado e o levam a humilhar-se perante Deus? Fica você convicto de seus pecados, de tal modo que é levado a arrepender-se diariamente perante Ele? O cordeiro pascal tinha de ser comido com ''Ervas amargas'' (Êxodo 12:8). Por semelhante modo, quando realmente nos alimentamos da Palavra, o Espírito Santo a torna "Amarga" para nós, antes de tornar-se doce ao nosso paladar.
Notemos a ordem das coisas, no trecho de Apocalipse 10.9: "Fui pois, ao anjo, dizendo-lhe que me desse o livrinho. Ele então me fala: Toma-o, e devora-o; certamente ele será amargo ao teu estômago, mas na tua boca, doce coma mel". Essa será sempre a ordem da experiência: primeiramente deve vir a lamentação, e somente depois vem o consolo (Mateus 5:4); primeiro a humilhação, e depois a exaltação (I Pedro 5 :6).

3. O indivíduo se beneficia espiritualmente quando a Palavra o conduz à confissão de pecado.
As Escrituras são proveitosas para a "Repreensão" (II Timóteo 3:16); e a alma honesta está pronta a reconhecer as suas próprias faltas. Mas acerca do indivíduo carnal é declarado: "Pois, todo aquele que pratica o mal, aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem arguidas as suas obras" (João 3:20). "Deus tenha misericórdia de mim, um pecador", É o clamor dos corações renovados; e cada vez que somos revivificados pela Palavra (Salmo 119), recebemos nova revelação e renovada convicção de nossas transgressões aos olhos de Deus. "O que encobre as suas transgressões, jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia" (Provérbios 28:13).
Não pode haver prosperidade nem frutificação espirituais (Salmo1:3), enquanto ocultarmos em nosso seio as nossas culpas secretas; somente quando são livremente reconhecidas perante Deus, e isso com detalhes, é que desfrutaremos de Sua misericórdia. Não há paz real para a consciência, e nem descanso para o coração, enquanto sepultarmos a carga do pecado não confessado. O alívio só nos é outorgado se confessarmos o pecado a Deus. Notemos bem a experiência de Davi: "Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos, pelos meus constantes gemidos todo o dia. Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim; e o meu vigor se tornou em sequidão de estio." (Salmos 32:3,4).
Essa linguagem figurada, mas vigorosa, lhe parece ininteligível? Ou a sua própria história espiritual a explica? Há muitos versículos nas Escrituras que nenhum comentário pode interpretar satisfatoriamente, mas que a experiência pessoal pode fazê-lo. Verdadeiramente bem-aventuradas são as palavras seguintes: "Confessei-te o meu pecado e a minha iniquidade não mais ocultei. Disse: ‘Confessarei ao SENHOR as minhas transgressões’; e tu perdoaste a iniquidade do meu pecado." (Salmos 32:5).


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