quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

FÉ (7)



      

Spurgeon
“Sem fé é impossível agradar a Deus” (Hebreus 11:6) continuação:    
        - Diga-me honestamente: quais são seus defeitos? – o vendedor respondeu:
        - Que eu saiba, ele tem só um defeito: ele costuma orar.
        - Bem – disse o comprador, - eu não gosto disso, mas conheço algo que vai curá-lo rapidamente desse defeito.
        Assim, no dia seguinte o escravo foi surpreendido por seu patrão quando orava com fervor em meio à plantação, intercedendo por este, a esposa dele e sua família. O homem ficou parado ouvindo, e não disse nada no momento; mas, na manhã seguinte, chamou-o e disse:
        - Não quero brigar com você, meu homem, mas não quero que ore na minha propriedade; portanto, pare com isso.
        - Patrão – respondeu este, - não consigo parar de orar; tenho que orar sempre.
        - Vou ensinar você a orar se continuar com isso!
        - Patrão, tenho de orar.
        - Bem, vou lhe dar vinte e cinco chicotadas por dia até que você pare de orar.
        - Patrão, mesmo que me dê cinquenta, tenho de orar.
        - Se é assim que você é rebelde com seu patrão, vai ter logo o que merece, - O patrão amarrou-o no pelourinho, deu-lhe Vince e cinco chicotadas e perguntou se iria orar de novo.
        - Sim, patrão, tenho de orar sempre; não consigo parar. O patrão olhou atônito; não conseguia compreender como um pobre santo podia continuar orando quando não parecia lhe fazer nenhum bem, só perseguição. Contou à sua esposa do ocorrido. Sua esposa lhe disse:
        - Por que você não pode deixar o pobre homem orar? Ele faz bem o seu trabalho; você e eu não ligamos para a oração, mas não há mal algum em deixá-lo orar, se ele cumprir com suas tarefas.
        - Mas eu não gosto disso – disso o patrão. – Ele sempre me deixa muito assustado. Você devia ver como ele olha para mim.
        - Ele estava com raiva?
        - Não. Eu não devia me preocupar com isso, mas depois que tinha o surrado ele olhou para mim com lágrimas nos olhos, como se tivesse mais pena de mim do que de si mesmo.
        Naquela noite o patrão não conseguiu dormir. Ele rolava na cama de um lado para outro; seus pecados lhe foram trazidos à memória, e ele se conscientizou de que tinha perseguido um santo de Deus. Sentando-se na cama, ele disse à sua esposa:
        - Mulher, você poderia orar por mim?
        - Eu nunca orei em toda a minha vida – ela respondeu. – Não sei orar por você.
        - Estou perdido – disse ele, - se alguém não orar por mim; não posso orar por mim mesmo. – Eu não sei de ninguém aqui na propriedade que saiba orar, a não ser o Cuffey, o novo escravo – disse sua posa. Fizeram soar a campainha, e Cuffey foi trazido. Tomando a mão de seu servo negro, o patrão disse:
        - Cuffey, você pode orar por seu patrão?
        - Patrão, estou orando pelo senhor desde que me chicoteou, e pretendo orar sempre pelo senhor. Cuffey caiu de joelhos e derramou sua alma em lágrimas, e ambos, marido e esposa, foram convertidos. Aquele homem negro não poderia ter feito isto sem fé. Sem fé ele teria ido embora na mesma hora, dizendo:
        - Patão, vou parar de orar; não quero mais o chicote do homem branco.
        Mas porque ele perseverou por sua fé, o Senhor honrou-a e lhe deu a alma do seu patrão por salário.
(continua)
       

















Nenhum comentário: