terça-feira, 27 de janeiro de 2015

FÉ (5)




Spurgeon
“Sem fé é impossível agradar a Deus” (Hebreus 11:6) continuação:
        -       Bem        -       respondeu ele, - a senhora não ouviu falar que a chave do céu está presa em seu cinto? Quando Ele abre, ninguém pode fechar; quando Ele fecha, ninguém pode abrir. – Explicando melhor para ela, ele continuou: - É Cristo e só Ele quem pode abrir o céu para a senhora, e não suas boas obras.
        - Mas, senhor pastor – exclamou ela, - quer dizer que nossas boas ações são desnecessárias?
        - De forma alguma, quando juntas com a fé. Se a senhor crê primeiro, pode fazer tantas boas ações quantas quiser, No entanto, se a senhora crê, nunca mais vai confiar nelas, porque se o fizer, a senhora arruinou-as, e não são mais boas ações. Faça quantas boas obras quiser; se não o fizer, sua chave jamais abrirá a porta do céu.
        Portanto, meus ouvintes, precisamos ter fé autêntica porque a velha chave das obras foi quebrada por nós que jamais entraremos no paraíso com ela. Se alguém aqui acha que não tem pecados, vou ser direto: você está se iludindo, e não há verdade em você. Se você imagina que por suas boas obras entrará no céu, jamais houve ilusão mais fatal. No último grande dia você descobrirá que suas esperanças eram inúteis, e que, como folhas secas das árvores no outono, suas ações mais nobres serão levadas pelo vento para o fogo onde você mesmo sofrerá para todo o sempre. Preste atenção em suas boas obras; faça-as depois de crer, mas lembre-se, o meio de ser salvo é simplesmente crer em Jesus Cristo.
        4.     Mais uma vez: sem fé é impossível ser salvo e agradar a Deus, porque sem fé não há união com Cristo. Ocorre que a união com Cristo é indispensável à nossa salvação. Se me achegou ao trono de Deus com minhas orações, não receberei respostas para elas se eu não trouxer Cristo comigo. Os antigos molóssos, quando não conseguiam do rei o que precisavam, adotavam um expediente singular: tomavam o único filho do rei nos braços e exclamavam, caindo de joelhos diante dele: “Ó rei, por amor ao teu filho atenda o nosso pedido”. Ele sorria e dizia: “Não nego nada a quem pede em nome do meu filho”.
        Com Deus é assim. Ele não nega nada a quem vem com Cristo pela mão; quem vem sozinho precisa ser expulso. A união com Cristo é, afinal de contas, o ponto centrar da salvação. Deixe-me contar uma história para ilustrar isso: as quedas impressionantes do Niágara são conhecidas em todo o mundo. Elas formam um espetáculo esplêndido e podem ser ouvidas de muito longe, mas são fatais para quem por acidente for tragada por elas. Há alguns anos dois homens, um barqueiro e um mineiro estavam em um barco que não conseguiam mais controlar. Estavam sendo levados rapidamente pela correnteza, e era inevitável que caíssem na catarata e fossem despedaçados. Na margem havia pessoas que os viam, mas não podiam fazer muito para salvá-los. Acabaram salvando um homem jogando-lhe uma corda que ele conseguiu agarrar. No mesmo instante em que a corda chegou à sua mão, um tronco passou boiando pelo outro homem. O barqueiro confuso e irrefletido, em vez de também segurar a corda agarrou o tronco. O erro foi fatal. Ambos estavam em perigo de morte, mas um foi puxado para a margem porque tinha um vínculo com as pessoas ali, enquanto o outro se segurava no tronco e foi arrastado pela correnteza, e desapareceu.
(continua)










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