sábado, 17 de janeiro de 2015

O AMIGO DESPREZADO (9)




Spurgeon
  “...e Dele não fizemos caso” (Isaías 53:3) (continuação)
        Seria uma grande omissão não observarmos que nossa ignorância sobre Cristo foi a principal da nossa falta de amor por Ele. Agora compreendemos que conhecer a Cristo significa amá-Lo. É impossível ter uma visão de Sua face, contemplar Sua pessoa ou entender Sua missão, sem sentir nossas almas aquecidas por Ele. Tal é a beleza de nosso bendito Senhor, que todo homem, exceto o espiritualmente cego, preta uma pronta homenagem a Ele.
        Não é preciso eloquência para apresentar Cristo àqueles que o veem pela fé, porque Ele é Seu próprio Orador. Sua glória fala, Sua boa vontade fala, Sua vida fala e, acima de tudo, Sua morte fala. O que estes falam sem emitir sons o coração aceita com boa disposição.
        Jesus “está oculto da visão do mundo geral” pela incredulidade intencional da humanidade; sem isso, a visão Dele teria causado profunda veneração. A humanidade desconhece a jazida de ouro escondida na minha de Jesus Cristo, do contrário certamente a explorariam dia e noite. Tampouco descobriram a pérola de grande valor, de outra forma teriam vendido tudo o que possuem para comprar o campo onde ela se encontra. A pessoa de Cristo cala toda eloquência que quer descrevê-lo; as mãos do artista ficam paralisadas ao escolher as cores adequadas para pintá-lo; e o escultor não saberia por onde começar a talhar a imagem Dele nem que fosse possível em uma pedra maciça de diamante. Nada existe na natureza comparável a Ele. Diante de Seu resplendor o brilho do sol escurece; sim, nada pode competir com Ele, e o próprio céu enrubesce com a simplicidade do Seu semblante, ao contemplar este “totalmente desejável”. Ah, vocês que passam por Ele sem considerá-Lo, bem disse Rutherford: “Se o conhecêssemos e víssemos Sua beleza, nosso amor, nosso coração, nossos desejos convergiriam Nele. O amor, por natureza, lança sobre o objeto amado seu espírito e força, bem como tudo o que é bom e digno de amor; e o que existe mais belo do que Cristo?” O mundo judeu crucificou-O porque não reconheceram seu Rei, e nós O rejeitamos porque não tínhamos visto que Ele preenche nossos anseios nem acreditávamos no Seu amor por nossas almas.Todos podemos proferir este monólogo de Agostinho: “Existia uma grande nuvem escura de vaidade diante dos meus olhos, de modo que eu não podia ver o Sol da justiça e a Luz da verdade; sendo filho das trevas, eu estava envolto em escuridão; eu amava as minhas trevas porque não conhecia a Tua luz; eu era cego e amava minha cegueira, e andava de escuridão em escuridão; mas Tu, Senhor és meu Deus, que me tiraste das trevas e da sombra da morte; Tu me chamaste para essa gloriosa luz, e eis que agora vejo!”.
















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