Spurgeon
“...e Dele não fizemos caso” (Isaías 53:3)
(continuação)
Seria uma
grande omissão não observarmos que nossa ignorância sobre Cristo foi a
principal da nossa falta de amor por Ele. Agora compreendemos que conhecer a
Cristo significa amá-Lo. É impossível ter uma visão de Sua face, contemplar Sua
pessoa ou entender Sua missão, sem sentir nossas almas aquecidas por Ele. Tal é
a beleza de nosso bendito Senhor, que todo homem, exceto o espiritualmente
cego, preta uma pronta homenagem a Ele.
Não é
preciso eloquência para apresentar Cristo àqueles que o veem pela fé, porque
Ele é Seu próprio Orador. Sua glória fala, Sua boa vontade fala, Sua vida fala
e, acima de tudo, Sua morte fala. O que estes falam sem emitir sons o coração
aceita com boa disposição.
Jesus “está
oculto da visão do mundo geral” pela incredulidade intencional da humanidade;
sem isso, a visão Dele teria causado profunda veneração. A humanidade
desconhece a jazida de ouro escondida na minha de Jesus Cristo, do contrário
certamente a explorariam dia e noite. Tampouco descobriram a pérola de grande
valor, de outra forma teriam vendido tudo o que possuem para comprar o campo
onde ela se encontra. A pessoa de Cristo cala toda eloquência que quer
descrevê-lo; as mãos do artista ficam paralisadas ao escolher as cores
adequadas para pintá-lo; e o escultor não saberia por onde começar a talhar a
imagem Dele nem que fosse possível em uma pedra maciça de diamante. Nada existe
na natureza comparável a Ele. Diante de Seu resplendor o brilho do sol
escurece; sim, nada pode competir com Ele, e o próprio céu enrubesce com a
simplicidade do Seu semblante, ao contemplar este “totalmente desejável”. Ah,
vocês que passam por Ele sem considerá-Lo, bem disse Rutherford: “Se o
conhecêssemos e víssemos Sua beleza, nosso amor, nosso coração, nossos desejos
convergiriam Nele. O amor, por natureza, lança sobre o objeto amado seu espírito
e força, bem como tudo o que é bom e digno de amor; e o que existe mais belo do
que Cristo?” O mundo judeu crucificou-O porque não reconheceram seu Rei, e nós
O rejeitamos porque não tínhamos visto que Ele preenche nossos anseios nem
acreditávamos no Seu amor por nossas almas.Todos podemos proferir este monólogo
de Agostinho: “Existia uma grande nuvem escura de vaidade diante dos meus
olhos, de modo que eu não podia ver o Sol da justiça e a Luz da verdade; sendo
filho das trevas, eu estava envolto em escuridão; eu amava as minhas trevas
porque não conhecia a Tua luz; eu era cego e amava minha cegueira, e andava de
escuridão em escuridão; mas Tu, Senhor és meu Deus, que me tiraste das trevas e
da sombra da morte; Tu me chamaste para essa gloriosa luz, e eis que agora
vejo!”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário