“Mas se não fizerdes
assim, estareis pecando contra o Senhor; e estai certos de que o vosso pecado
vos há de achar” (Número 32:23).
Prezado leitor, quão terrível é esse
perseguidor chamado pecado! Não esqueçamos que somos descendentes de Adão e
caímos juntamente no Éden; que nossa natureza é igual à de todos e que
carecemos da misericórdia do Alto. Como o pecado no íntimo foi um terrível
perseguidor na vida de Saul certamente nos chama a atenção. Qual foi o pecado
que coroou seu caminho tortuoso e marcou seu trágico destino? Foi seu coração
incrédulo, que claramente desprezava o Deus de Israel. Era exatamente o homem
segundo o coração democrático, mas longe estava de ser segundo o coração de
Deus. Era extremamente ocupado com aquilo que o povo pensava dele, seus
sentimentos eram horizontais; sua sabedoria estava encravada nesse sistema
mundano visto abaixo do sol. Não podia dirigir a nação de Israel; não tinha a
qualificação espiritual para reger o povo escolhido e pautar as leis santas do
Senhor.
Em todas as
atividades desse homem escolhido pelo povo vemos sua determinação em
desobedecer a Deus. A religião de Saul era semelhante à de Caim, porque seu
deus era ele mesmo. O cap. 13 de 1Samuel relata sua atitude obstinada em tomar
a frente e oferecer sacrifício por si mesmo: “Então disse Saul: Trazei-me aqui um holocausto, e
ofertas pacíficas. E ofereceu o holocausto” (13:9). Aparentemente parecia algo
espiritual, mas era o coração rebelde contra Deus, querendo fazer o que queria.
Não lhe era permitido oferecer holocausto, porquanto era uma atividade
sacerdotal. Naquele momento seu culto era aos demônios, algo produzido por um
coração supersticioso, por isso fora repreendido por Samuel e de antemão posto
fora (1Samuel 13:13). Deus anunciou por boca de Samuel que já havia ungido
outro para ocupar o lugar de Saul. Doravante Saul seria usado não mais como
rei, mas sim como um instrumento para disciplinar e fortalecer a vida de Davi,
o homem segundo o coração de Deus.
Vamos agora para o relato do impressionante cap. 15 de
1Samuel. Essa narrativa só pode ser considerada e temida por corações que crêem
no Deus da bíblia. Homens mundanos terão dó de Saul e dos Amalequitas, mas os
homens santificados terão em seus corações o zelo que não houve em Saul. A
ordem divina veio a Saul para eliminar da face da terra o povo amalequita. Os
amalequitas eram um povo nômade, descendente de Amaleque, neto de Saul,
príncipe de Edom. Eles tinham um ódio tremendo de Israel e isso foi provado
quando negou dá água e pão para o povo de Deus quando caminhava pelo deserto,
rumo a Canaã, pelo contrário, foram covardes e dispuseram em atacar Israel,
aproveitando a fraqueza do povo de Deus, não fosse a presença de Deus o frágil
povo de Israel teria sido massacrado pelos amalequitas. Depois da vitória de
Israel veio o decreto de Deus contra os amalequitas: “... eu hei de riscar
totalmente a memória de Amaleque de debaixo do céu” (Êxodo 17:14).
Tendo este pano de fundo é que voltaremos para uma melhor
consideração da ordem dada por Deus a Saul: “Vai, pois, agora e fere a
Amaleque, e o destrói totalmente com tudo o que tiver; não o poupes, porém
matarás homens e mulheres, meninos e crianças de peito, bois e ovelhas, camelos
e jumentos” (1 Samuel 15:3). A ordem veio do Supremo Deus; do Rei da glória
para um súdito; do Senhor para um servo.
Mas, o perverso coração de Saul não era de um súdito, nem tampouco de um servo.
No íntimo Ele, Saul era o rei, Deus era o servo; a glória era de Saul, não do
Senhor. A oportunidade agora era para elevar, não o Nome do Deus de Israel, mas
sim de Saul, o homem escolhido pelo povo. Este era a autoridade suprema que
passou a desafiar o trono celestial.
Prezado amigo, não é essa a atitude dos homens no pecado?
Acham que podem desafiar a Deus; acham que podem sobrepujar a glória Dele;
acham que podem anular o juízo; acham que podem impedir Seus atos gloriosos.
“Sabei que o vosso pecado vos há de achar”.
Ainda há tempo para o homem se humilhar perante o Rei da
glória!
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