quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

DESCOBRINDO A VERDADE NO INTIMO (2)




“Eu nasci na iniquidade e em pecado me concebeu minha mãe. Eis que te comprazes na verdade no íntimo e no recôndito me fazes conhecer a sabedoria” (Salmo 51:5 e 6)
A TRISTE CONDIÇÃO DO HOMEM: “Eu nasci na iniquidade e...”
                 Caro leitor é quando somos descobertos no íntimo, que então passamos a entender a triste situação do pecador por fora. Vivendo sob o engano do pecado os homens nada percebem de sua condição vista por Deus lá dentro. O poço da iniquidade tem sua boca tapada aos olhos dos homens, por essa razão eles avaliam tudo à luz da aparência e muitos conseguem viver na camuflagem, assim como Davi tentou fazê-lo, a fim de encobrir suas maldades. Milhares vivem nesse engano de um coração corrompido até à morte, jamais são descoberto e assim partem para a eternidade sem qualquer noção da sua porção amaldiçoante. Caro leitor, andar neste mundo sem que seu coração seja revelado antes da morte, não há dúvida que é a pior condição de uma alma.
                 Para o homem natural isso significa sorte, bem-aventurança, porquanto prosseguindo assim a vida neste mundo parece ser uma jornada de bênção, de aventuras e de aparente felicidade sem fim. Nem mesmo a presença da morte pode arrancar a alma dessa tão vil condição, porque ela se manifesta como uma forte consoladores, animando suas presas a enfrentar a eternidade sem qualquer evidência de medo e terror. O que aconteceu com Davi foi que a misericórdia de Deus chegou e o tirou desse invólucro maldito, descobrindo-lhe aquilo que satanás mantinha oculto em seu íntimo. Ó, como o velho homem em Adão não quer ser molestado com a verdade! A luz do evangelho é por demais aterrorizante para uma alma que prefere buscar refúgio nas trevas. Vejo como isso ocorre em nossos dias, porque os lugares onde satanás mais tem usado como refúgio do mal são os meios evangélicos. Tenho percebido como satanás tem criado essas “sinagogas”, porque ali os homens podem sentir a “preciosa” calma vinda do mundo. Mas quero tomar o texto do Salmo 51, porque nessa Palavra inspirada teremos a luz que precisamos para mostrar a verdade que veio de uma forma devastadora na vida de Davi. E como Davi não passava de um pecador caído, como qualquer um de nós, precisamos entender que da mesma maneira Deus pode operar em nossos dias, a fim de retirar isso que parece ser um dossel de glória, mas que na verdade é a mais perigosa armação do diabo, a fim de oferecer sombras e calma para a alma que tenta se esconder de um Deus misericordioso.
                 Caro leitor, agora é a vez de sondarmos o verso 5. Vamos entrar nesse recinto santo com nossos corações cheios de temor, com toda disposição de discípulos, bem dispostos a ouvir a voz daquele que é nosso Sumo professor. Eis aí uma matéria jamais encontrada neste mundo; jamais proferida por lábios naturais, mas que Deus trouxe à lume porque é demonstração clara da presença de um Deus misericordioso que age no meio dos homens perdidos como Davi, eu e você, caro leitor. Quero dizer que ninguém chega a uma confissão dessa sem que a poderosa intervenção da graça.
                 Caro leitor, o que vemos no texto é a confissão de arrependimento que levou um homem ao passado; levou-o à origem, não das mãos de Deus, porque Dele não pode vir homens pecadores. Davi fez uma confissão que fez com que ele passasse por cima de tudo: de sua religião judaica, de seus costumes, de sua boa família e esquecesse também de suas múltiplas experiências. Naquele momento em sua confissão Davi lançou ao pó tudo o que ele até aquele momento considerava puro e belo, pois colocou seus pais como agentes do pecado; colocou o útero de sua mãe como uma maternidade do mal. Naquele momento Davi se ajuntou à toda raça, deu às mãos aos gentios e afirmou que era um irmão deles. Naquele momento Davi compareceu perante Deus, não como um judeu, não como um rei escolhido, não como um descendente de Abraão, mas sim como um miserável e culpado pecador, digno de ser tomado, amarrado e lançado nas trevas eternais.

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