“Eu nasci na iniquidade e em pecado me concebeu minha
mãe. Eis que te comprazes na verdade no íntimo e no recôndito me fazes conhecer
a sabedoria” (Salmo 51:5 e 6)
A TRISTE CONDIÇÃO DO HOMEM: “Eu nasci na iniquidade e...”
Caro
leitor é quando somos descobertos no íntimo, que então passamos a entender a
triste situação do pecador por fora. Vivendo sob o engano do pecado os homens
nada percebem de sua condição vista por Deus lá dentro. O poço da iniquidade
tem sua boca tapada aos olhos dos homens, por essa razão eles avaliam tudo à
luz da aparência e muitos conseguem viver na camuflagem, assim como Davi tentou
fazê-lo, a fim de encobrir suas maldades. Milhares vivem nesse engano de um
coração corrompido até à morte, jamais são descoberto e assim partem para a
eternidade sem qualquer noção da sua porção amaldiçoante. Caro leitor, andar
neste mundo sem que seu coração seja revelado antes da morte, não há dúvida que
é a pior condição de uma alma.
Para
o homem natural isso significa sorte, bem-aventurança, porquanto prosseguindo
assim a vida neste mundo parece ser uma jornada de bênção, de aventuras e de
aparente felicidade sem fim. Nem mesmo a presença da morte pode arrancar a alma
dessa tão vil condição, porque ela se manifesta como uma forte consoladores,
animando suas presas a enfrentar a eternidade sem qualquer evidência de medo e
terror. O que aconteceu com Davi foi que a misericórdia de Deus chegou e o
tirou desse invólucro maldito, descobrindo-lhe aquilo que satanás mantinha
oculto em seu íntimo. Ó, como o velho homem em Adão não quer ser molestado com
a verdade! A luz do evangelho é por demais aterrorizante para uma alma que
prefere buscar refúgio nas trevas. Vejo como isso ocorre em nossos dias, porque
os lugares onde satanás mais tem usado como refúgio do mal são os meios
evangélicos. Tenho percebido como satanás tem criado essas “sinagogas”, porque
ali os homens podem sentir a “preciosa” calma vinda do mundo. Mas quero tomar o
texto do Salmo 51, porque nessa Palavra inspirada teremos a luz que precisamos
para mostrar a verdade que veio de uma forma devastadora na vida de Davi. E
como Davi não passava de um pecador caído, como qualquer um de nós, precisamos
entender que da mesma maneira Deus pode operar em nossos dias, a fim de retirar
isso que parece ser um dossel de glória, mas que na verdade é a mais perigosa
armação do diabo, a fim de oferecer sombras e calma para a alma que tenta se
esconder de um Deus misericordioso.
Caro
leitor, agora é a vez de sondarmos o verso 5. Vamos entrar nesse recinto santo
com nossos corações cheios de temor, com toda disposição de discípulos, bem
dispostos a ouvir a voz daquele que é nosso Sumo professor. Eis aí uma matéria
jamais encontrada neste mundo; jamais proferida por lábios naturais, mas que
Deus trouxe à lume porque é demonstração clara da presença de um Deus
misericordioso que age no meio dos homens perdidos como Davi, eu e você, caro
leitor. Quero dizer que ninguém chega a uma confissão dessa sem que a poderosa
intervenção da graça.
Caro
leitor, o que vemos no texto é a confissão de arrependimento que levou um homem
ao passado; levou-o à origem, não das mãos de Deus, porque Dele não pode vir
homens pecadores. Davi fez uma confissão que fez com que ele passasse por cima
de tudo: de sua religião judaica, de seus costumes, de sua boa família e
esquecesse também de suas múltiplas experiências. Naquele momento em sua
confissão Davi lançou ao pó tudo o que ele até aquele momento considerava puro
e belo, pois colocou seus pais como agentes do pecado; colocou o útero de sua
mãe como uma maternidade do mal. Naquele momento Davi se ajuntou à toda raça,
deu às mãos aos gentios e afirmou que era um irmão deles. Naquele momento Davi
compareceu perante Deus, não como um judeu, não como um rei escolhido, não como
um descendente de Abraão, mas sim como um miserável e culpado pecador, digno de
ser tomado, amarrado e lançado nas trevas eternais.
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