Spurgeon
“Sem
fé é impossível agradar a Deus” (Hebreus 11:6) continuação:
Você não vê que aqui está uma ilustração
prática? A fé é o vínculo com Cristo. Cristo está por assim dizer na margem,
segurando a corada da fé e, se segurarmos a outra ponta com a mão da confiança,
Ele nos puxa para Si. Nossas obras, porém, quando não têm relação com Cristo,
são arrastadas pela correnteza do desespero. Podemos segurá-las com toda a
força, até com ganchos de aço, mas no fim elas não nos servem de nada. Tenho
certeza de que você entende o que quero lhe mostrar. Algumas pessoas não gostam
de história; continuarei usando-as até que parem de objetar. Não há maneira
melhor de apresentar a verdade do que contando histórias, como Jesus quando
falou do homem que tinha dois filhos, e do homem rico que foi viajar e deu
certa quantia a cada funcionário: a um dez talentos, e outro um.
5. Só
mais um argumento. “Sem fé é impossível agradar a Deus” porque é impossível perseverar
na santidade sem fé. Quantos cristãos de tempo bom existem em nossos dias!
Muitos cristãos se parecem com náutilos, que com tempo bom e agradável nadam na
superfície do mar em pequenos cardumes muito bonitos como navios poderosos, mas
assim que a primeira lufada de vento agita a água, eles recolhem as velas e
submergem nas profundezas. Muitos cristãos são assim. Em boca companhia, em
salas de culto evangélicos, em grupos de estudos em casa, em capelas e reuniões
do conselho eles são tremendamente espirituais; porém quando são expostos a um
pouco de ridículo, se alguém sorri para eles e os chama de metodistas ou
presbiterianos ou algum nome depreciativo, acabou a religiosidade deles até o
próximo dia de tempo bom. Então, quando tudo está bem e a religião atende a
suas aspirações, lá vão eles levantar as velas, e são espirituais como antes.
Creia em mim, esse tipo de religião é pior que nenhuma. Eu quero que as pessoas
sejam exatamente o que são, homens direitos. Se alguém não ama a Deus, que não
diga o contrário; mas se é um cristão de verdade, um seguidor de Jesus, que o
diga e se garanta. Não há por que envergonhar-se disso; a única razão de se
envergonhar é de ser hipócrita. Sejamos honestos naquilo que professamos, e
isso será nossa glória. O que você faria sem fé em épocas de perseguição?
Vocês, pessoas boas e consagradas que não têm fé, o que vocês fariam se a
estaca fosse novamente erigida em Smithfield e novamente as chamas reduzissem
os santos a cinzas? Se a torre dos lolardos fosse novamente aberta, se a
tortura fosse aplicada, o tronco usado, como já foi, pela igreja protestante,
como testemunha a perseguição do meu predecessor, Benjamin Keach, que certa vez
foi preso no tronco em Aylesbury por escrever um livro contra o batismo de
crianças. Mesmo se a forma mais branda de perseguição fosse reiniciada, como as
pessoas se espalhariam em todas as direções! Alguns dos pastores também
abandonariam seus rebanhos. Contarei mais uma história e espero com isso
levá-los a ver a necessidade da fé, enquanto me encaminho à última parte do meu
discurso. Um americano dono de escravos, na ocasião de comprar mais um, disse
ao mercador com quem estava barganhando:
(continua)
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