“Apresentar-se-á
voluntariamente o teu povo no dia do teu poder; com santos ornamentos, como
orvalho emergindo da aurora serão os teus jovens” (Salmo 110:3)
A IMPORTÂNCIA DA RESSURREIÇÃO
Devo voltar ao assunto sobre a
importância da ressurreição. A primeira lição é que vemos a grandeza da vontade
soberana em plena ação. E é exatamente aqui que nos envolvemos em sérios
problemas e perplexidades, não porque há problemas com Deus, mas sim porque a
natureza corrompida do homem em nada aceita um Deus soberano que age em tudo e
em todas as coisas segundo o conselho de Sua vontade. O desejo de ser um deus
está intrinsecamente ligado à natureza do pecado, por isso não gostamos que a
glória fique tão somente com Ele; queremos lambiscar um pouco dela.
Mas é aqui que entra o propósito eterno
da eleição em Cristo, porque Deus tinha em mira um povo para si: “Assim como
nos elegeu Nele, antes da fundação do mundo...” (Efésios 1:4). A escolha não
foi vã; Deus não opera inutilmente, porque em tudo Ele tem como objetivo Sua
glória e o bem eterno do Seu povo. Assim, entendemos claramente que na redenção
na cruz Deus tinha em vista a transformação completa do Seu povo. A graça opera
para suplantar completamente o maligno e pervertido serviço feito pelo pecado: “...onde
abundou o pecado superabundou a graça” (Romanos 5:20). Compreendemos que toda
história da criação e tudo o que aconteceria na história tiveram um santo e
eterno propósito nos planos de Deus. Como ter um povo para si sem que houvesse
um trabalho portentoso e transformador da graça? Era impossível!
Com essas verdades em mente entendemos
que a salvação não tem em vista apenas levar pessoas para o céu, ou mesmo
tirando-as da condenação eterna; é algo infinitamente maior do que tudo aquilo
que pensamos e entendemos de forma tão superficial. A morte do Filho veio para
esmagar com o poder do pecado, do diabo, do mundo e do inferno, mas Sua
ressurreição veio dinamitar e assim destruir para sempre o poder da morte. O
pecado e a morte trabalham juntos; um resulta no outro; mas o Senhor veio
destruir tanto um quanto o outro, a fim de que os salvos pudessem subir para o
reino de glória e serem participantes dessa glória sempiterna. O homem aqui
seria transformado para ser perfeito para sempre. Mesmo que aqui vivamos por
muito tempo, o período de vida na terra em nada prejudica os feitos da gloriosa
obra advindo da morte e da ressurreição.
Tomemos como exemplo o ladrão na cruz,
porque aquele moço foi salvo e não demorou muito para que imediatamente
entrasse no reino de glória. O que aconteceu ali? Salvação e ressurreição! Veja
bem que nada alterou; ele não entrou menos preparado no Paraíso; ele não entrou
lá para obter algumas aulas a mais, a fim de ser aperfeiçoado com o tempo. Não
é algo maravilhoso? Levo o leitor para Romanos 8, porque ali vemos o quanto o
trabalho foi completo e perfeito com aquilo que ocorreu na cruz: “Ao que
predestinou e estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou;
e aos que justificou a estes também glorificou” (Romanos 8:30). Deus não está
remendando as coisas, porque ele nada fez pela metade; todos os seus feitos
superam o tempo e envolvem a eternidade.
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