terça-feira, 24 de outubro de 2017

VIVER PARA MORRER – MORRER PARA VIVER (3)



                        
“Porquanto, para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro” (Filipenses 1:21)
VIVER PARA MORRER.
        O que Deus fez foi fazer do crente habitação do seu Espírito: “Não sabeis vós que o vosso corpo é o santuário do Espírito Santo...?” (1 Coríntios 6:19). Como poderíamos nós viver a vida em Cristo num corpo mortal, sem a presença do Espírito de Deus? Não há possibilidade, porque o poder da morte em nosso sistema física acarreta sobre o crente, tonelada de fraqueza. Sem o poder de Deus em nós não passamos de folhas secas, levadas de um lado para o outro. Mas com a presença do Espírito Santo em nós, temos o Senhor carregando nossas misérias e tremendas fraquezas por nós e em nós.
        Para entendermos melhor essa verdade quero tomar Romanos 8:26: “E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabem o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis”. O termo grego que foi traduzido por “ajuda” transmite a nós a profundidade do trabalho do Espírito de Deus habitando nos salvos. O termo no grego é uma palavra composta de três palavras. A primeira é uma preposição cuja tradução significa identificação. Ela nos mostra que o Espírito Santo se associa conosco, da mesma forma que nós fomos identificados com Cristo em sua morte, sepultamento e ressurreição, e também da mesma forma como Cristo se identificou conosco quando se humilhar e tomou nossa forma humana.
        Por incrível que pareça, o Espírito Santo tem a mesma atividade (claro que ele não se tornou homem). Mas sua presença no crente é mais do que um visitante na sala, o qual espera que os crentes venham a agir como precisam agir. Não! O Espírito Santo se une a nós de tal maneira que ele sente o que nós sentimos; que nossas fraquezas, misérias, tentações, lutas e dores são pertencentes a ele, como se ele fosse nós mesmos. O segundo termo é outra preposição que traz a ideia de alguém que ocupa nosso lugar, a fim de que nosso sofrer seja dele e assim sejamos confortados. E enfim temos o verbo que é traduzido “ajuda”, mas o sentido mais profundo é que ele, o Espírito da glória recebe sobre si nossas fraquezas. Por isso o termo “ajuda” (versão corrigida) é muito fraca para a compreensão do texto. Assim, temos uma lição impressionante do trabalho de Deus em nós. Ficamos sabendo que uma pessoa da triunidade bendita habita no salvo e que essa habitação tem em vista ser nosso consolador, nosso poder, nossa força, nosso vigor, porque carrega sobre si nossa miséria.
        Oh! Que os crentes compreendam essas coisas! Quando prometeu o Espírito Santo aos seus discípulos (João 14 e 16), nosso Senhor tomou a providência perfeita para que seus santos pudessem saber que não vivem como órfãos neste mundo; que não foram jogados nas sarjetas desta vida miserável, para esperar o dia final. Mais do que isso, ele mostrou que a presença do seu Espírito é a própria presença dele nos salvos, e que essa presença em nós (Cristo em vós) é infinitamente melhor do que a presença dele com os seus (conforme ele estava antes de sua morte).
        Sendo assim, sabemos que os crentes receberam vida e o poder maravilhoso dessa vida neles. Foi esse o poder que encheu os santos de alegria e de renovada força para sacudir o mundo. Quem pode contra o povo de Deus? Eles estão no mundo, a fim de viver para morrer e afinal, morrer para viver!

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