quarta-feira, 17 de novembro de 2021

“A VENENOSA JUSTIÇA PRÓPRIA” (9)


“Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos; pois não vim chamar os justos, e sim pecadores ao arrependimento” MATEUS 9:13

A DIFERENÇA VISTA NOS CHAMADOS: “... mas pecadores ao                              arrependimento

        Chego agora à parte final deste tema, creio eu ser de tremenda importância, em especial para nossos dias cercados da soberba religiosa. Nosso Senhor, em poucas palavras envolveu os judeus, fazendo que eles lembrassem do texto de Miquéias: “Misericórdia quero e não holocausto”. É claro que o Senhor não estava pedindo que eles tivessem misericórdia dele. Ele apenas queria mostrar o quanto suas verdades trazidas na lei de Moisés tinham em vista mostrar a grandeza da misericórdia do Senhor no meio dos homens. Em toda história de Israel no Velho Testamento, vimos como a nação tendia a dar valor aos sacrifícios e usavam isso para encobrir as maldades do coração. Faltava neles o temor reverente e obediente que impulsionaria a fazer o que Deus mandava com corações santificados. Deus não estava condenando os sacrifícios, mas sim a hipocrisia que envolvia suas vidas religiosas. Essas atitudes eram mudadas quando surgia homens como Davi, Josias, Ezequias, os quais levavam a nação a voltar-se para Deus.

        Voltando ao texto em Mateus 9:13, vemos como o Senhor mostra o que sempre quis mostrar a Israel, que Seu interesse pelos homens era agir com misericórdia para com eles. Foi assim que Ele fez com Raabe, aquela mulher que nunca ofereceu sacrifícios a Deus, mas tão somente aos seus ídolos, mas foi alcançada pela compaixão do Senhor (Josué 2). Que diremos de outros elementos que nem sequer participaram da comunidade de Israel, como Rute e outros? Entendemos que a religião envolvida por elementos cujos corações não foram mudados, ela se torna um covil de hipócritas perigosos. Inclusive vemos essa verdade bem exposta com linguagem inteligível a todos em Isaías 66: “...mas o homem para quem olharei é este: o aflito e abatido de espírito e que treme da minha palavra”. Doces verdades de um Deus que requer elementos arrependidos perante Sua vista e nessas palavras Ele está dizendo que todo sacrifício verdadeiro envolve pessoas desse tipo; a verdadeira religião está dentro desse ser que é visitado pela misericórdia e graça do Senhor, autor da tão grande salvação.

        Como vemos no texto acima, Cristo tem Seu ministério centrado nos pecadores: “...pecadores ao arrependimento”. Não é realmente notável? Já tenho exposto aqui o fato que aos olhos de Deus têm os pecadores realmente vistos por Ele como pecadores. Por exemplo, aqueles judeus eram pecadores? Claro que sim! Mas não eram pecadores do ponto de vista de Deus. No coração deles seus pecados eram aqueles que eles mesmos consideravam ser pecados. Eles viam tudo à luz do conceito religioso que tinham e não à luz da verdade que Deus requer no íntimo. É assim com milhares hoje, os quais nunca tiveram o entendimento correto do estado depravado dos seus corações. Muitos sabem da doutrina do pecado e do que a Bíblia diz sobre o pecado, mas a luz jamais chegou ao recôndito de suas almas, e não podemos esquecer, jamais que Deus requer a verdade no íntimo (Salmo 51:6).

        Volvamos nossos corações para o coração do Senhor que veio buscar pecadores, os quais Ele os vê como pessoas perdidas. Foi esse o testemunho de Paulo, porque quando conheceu a salvação e o Salvador, ele mesmo confessou ser o principal dos pecadores (1 Timóteo 1:15). Aliás, essa confissão não é só de Paulo, mas também de todos os que foram salvos e os que ainda serão alcançados pela graça. Sendo que essa é uma confissão de todos os genuínos crentes, não tem lugar no reino de Deus para os homens cheios de justiça própria.

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