sexta-feira, 12 de novembro de 2021

“A VENENOSA JUSTIÇA PRÓPRIA” (6)


“Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos; pois não vim chamar os justos, e sim pecadores ao arrependimento” MATEUS 9:13

TERRÍVEL SENTENÇA CONTRA A JUSTIÇA PRÓPRIA: “..eu não vim         chamar justos...”.

        Antes de tratar sobre a terrível sentença contra a justiça própria, preciso acrescentar algo mais a respeito da sutileza da justiça própria. Acho que pude tratar não exaustivamente sobre o assunto, mas espero que tenha abrangido muito aquilo que precisamos saber. Mas precisamos saber que a justiça própria deve ser condenada e isso só ocorre com a presença da verdadeira mensagem. Podemos notar o quanto ela sofre tremendo golpe com as palavras do Senhor: “Eu não vim chamar justos...”. Se o evangelho não for pregado em seu poder, pureza e glória, certamente a justiça própria, como bactéria achará lugar para se propagar entre os homens. Com a chegada da mensagem do evangelho que proclama a justiça de Deus, o que acontece é que a capa religiosa da justiça própria é logo retirada. Normalmente a reação é de ódio, mas é necessário que isso aconteça. Alguns servos de Deus sofreram violência de homens cheios de justiça própria, mas outros foram dinâmicos e puderam pisar, por assim dizer no “pescoço” dessa infame mentira. João Batista foi um desses que enfrentou toda oposição e fez brilhar a luz da verdade perante a população religiosa de Jerusalém.

        À medida que a luz da verdade se aproxima, o fogo da glória de Cristo queima e desfaz toda aparência, anula todo orgulho, vaidade e descobre o esconderijo. Notemos no caso daquele homem que foi a Cristo procurando saber como poderia entrar na vida eterna (Lucas 18). O que Cristo fez foi com brandas palavras e em ardente amor descobrir as tramas daquele homem, as quais ele tentava encobrir. Quando seu coração foi descoberto, ei-lo fugindo carregando consigo sua religião tão floreada de orgulho próprio. Então o velho homem aparece em seu ardente ódio contra Deus e Sua glória. Os homens adoram aqueles que lhes falam coisas bonitas e prometem a eles bênçãos eternas, mas ficam com ódio e fogem quando ficam diante do evangelho da glória.

        Segue-se agora o que vemos no próprio texto, pois o Senhor, sábio, santo e justo deu um golpe certeiro na justiça própria, silenciando aquele grupo de religiosos, que não passavam de elementos cruéis no trato com seus semelhantes. Os homens podem andar reverentemente num credo religioso e defender com zelo e rigor tudo o que crê, mas não terá poder para subir os degraus da graça de Deus, se não tiver o coração renovado pela visitação misericordiosa do Senhor. Se não houver uma compreensão da ofensa do pecado em nós mesmos e da grandeza da salvação em Cristo, então não estaremos aptos para amar e buscar o bem dos nossos semelhantes. Aqueles judeus, conforme vemos no texto, ficaram sabendo que o ministério do Senhor em salvar perdidos, nada tinha a ver com eles. O Senhor iria tratar com eles em nível de juízo e não de salvação.

        Cuidemos que justo, segundo seu padrão próprio de justiça, nada tem a ver com o Senhor da glória. Notemos que quando o homem é salvo, imediatamente ele contempla Cristo com sua riqueza e prazer. O homem cheio da sua própria justiça está satisfeito consigo mesmo. Ele não vê a glória de Cristo, mas sim sua própria glória. O homem cheio dessa vã e inútil justiça nada sabe do fato que Deus considera tal justiça como trapo de imundícia (Isaías 64:6), tudo porque ele vê sujeira nos outros, mas não nele mesmo. Ora, isso é tão terrível aos olhos do Senhor. O Deus de misericórdia entrou neste mundo para ver a miséria, sujeira e uma exposição de vermes que o pecado deixou neste mundo. Impressionante onde o engano do pecado pode chegar, deixando o homem cego e incapaz de ver sua necessidade de lavar e purificar, senão não poderá ser aceito por Deus.

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